Michelle Martínez, empresária, mantém um relacionamento liberal com Caterina Lima, uma escritora em ascensão. Acostumadas a dividirem a cama com outras pessoas apenas pelo prazer, não imaginavam que iam acabar se apaixonando pelo jardineiro recém co...
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Mateo
O quarto era uma confusão de barulhos.
Claire chorava em alto, e tenho quase certeza de que o hospital todo podia ouvi-la. O bipe alto do monitor de batimentos cardíacos apitava loucamente, e a chefe de enfermagem gritava ordens para as outras enfermeiras.
Mas para mim, o som que mais me impactou foi ouvir o que uma das enfermeiras falou.
"Ela está acordando"
Puta que pariu, Caterina está acordando.
MINHA CATERINA ESTÁ ACORDANDO.
Michelle se mantém agarrada a meu braço, enquanto assistimos tudo. Continuo a tentar ninar Claire, que parece não querer parar de chorar.
Tudo pareceu entrar em câmera lenta, ao ouvir os batimentos voltarem a sua frequência normal.
As enfermeiras de afastam deixando apenas a chefe perto da cama. Caterina começa a abrir os olhos lentamente. Conseguia ver seus olhos perdidos, procurando algo no quarto, até que seus olhos encontram a mim, Mich e a nossa pequena chorona...
- Claire. - Cat sussurra com a voz rouca e olha para a enfermeira chefe. - a-água...
Após beber um pouco, ela volta a olhar para nós três novamente.
Para mim, parecia um sonho e a única coisa que fazia acreditar que realmente estava acontecendo, era a minha filha que não parava de chorar em meus braços.
A enfermeira chefe, fez sinal para nos aproximarmos, e assim fizemos. Lágrimas escorrendo do rosto de Michelle e do meu.
- Amor? - Mich sussurra
- Oi. - Cat tenta dar um sorrisinho e Mich, com cuidado, se inclina na cama e a abraça. Sei que ela murmurra palavras, mas não consigo ouví-la.
Volto a ninar Claire assistindo as duas.
- Vamos princesa, a mamãe Cat acordou, não precisa chorar. - Dou alguns beijinhos em sua pequena cabeça.
Michelle se ergue e me olha, com o sorriso que tanto amo, me chamando para me aproximar. Caterina ergue os braços pedindo que entregue Claire a ela, que assim que vai para o colo da mãe, para de chorar como em um passe de mágica. A cena me faz levar as mãos em meu rosto, encantado, surpreso, feliz.
Tudo ao mesmo tempo.
Caterina olha para mim novamente e faz com a cabeça para que eu possa me aproximar dela. Dou a volta na cama, ficando no lado oposto de Mich, e faço cainho no rosto de Cat que me olhava.
- Senti tanto a sua falta, meu amor.
- Eu não v-vou a lugar nenhum. - Ela responde e olha para a enfermeira. - Po-posso amamentar?
