Mateo
O médico começou a cirurgia, mas meus olhos estavam pregados em Caterina.
Não imaginava essa situação. Tudo estava tão bem...
- Ei gatinha, em breve nossa princesa vai estar aqui, viu? Seja forte. - Ouço Michelle dizer e desperto do meu torpor.
- Sim, tenho certeza que ela vai puxar toda a beleza da mãe. - Sorrio fraco por trás da máscara.
- Só espero que ela não coma tanto doce como a mãe durante a gravidez. -Mich a faz rir, fazendo meu coração aliviar um pouco.
Alívio que não dura muito.
Eu sei como funciona partos, estive presente dentro da sala quando Madeline, teve minha sobrinha Amélia. E por mais que o dela tenha sido parto normal, nem de longe a aparência das duas se assemelhava.
Madeline, tinha cor. Seu rosto ficava vermelho a cada vez que fazia força, seu rosto mostrava determinação, seus olhos tinham vida.
Caterina parecia ficar cada vez mais pálida.
Seus lindos olhos castanhos, não estavam mais tão brilhantes. Sua boca que antes ostentava um tom de rosa claro que sempre me chamou atenção, estava sem cor. Mesmo com o ar condicionado ligado, podia ver em sua testa, gotículas de suor.
Isso não parecia certo para mim.
Ela parecia cansada, exausta. Mesmo sem estar fazendo esforço algum.
Meu coração ficava cada vez mais apertado ao vê-la desse jeito.
Mas algo me distraiu de minhas observações. Uma das coisas mais lindas que eu pude ouvir na minha vida, o choro da minha filha.
Não consegui vê-la, de imediato. Uma enfermeira a pesou e enrolou em uma manta do hospital.
- Aqui está papai, parabéns pela linda menina. - Só percebi que lágrimas escorriam pelo meu rosto quando senti pingar em minha camisa.
Pego a minha pequena princesa no colo e me aproximo dos meus dois amores.
- Essas, minha pequena, são as suas mamães. - Digo baixinho sorrindo, e me inclino para que as duas possam ver.
- Me dá ela, amor. - Caterina sussurra, e eu coloco nossa princesinha em seu colo. Uma enfermeira se aproxima e pergunta se quero que tive uma foto, a entrego meu celular, e me posiciono ao lado de Cat. Após a foto, ela me entrega o celular, eu agradeço e volto a paparicar as três mulheres da minha vida.
Após uma olhada, vejo que o médico continua trabalhando em Caterina, seu semblante parece preocupado, volto meu olhar para ela e fixo mais aflito. Ela está ainda mais pálida.
- Estou tão cansada...- Ela diz com sua voz fraca, uma enfermeira aparece para pegar a bebê e levá-la para fazer os exames necessários.
- Já está tudo bem meu amor. - Acaricio seu rosto, limpando o suor de sua testa.
- Cuidem bem dela, ok? - Caterina diz
- Nós vamos, nós três vamos amor. - Michelle diz, sua voz tremia de nervosismo.
- Doutor o que está acontecendo? - Pergunto nervoso.
- Mateo, Michelle, eu amo vocês e amo nossa filha muito, eu amo a nossa Claire. - E assim que terminou de falar fechou os olhos.
O monitor de batimentos cardíacos apitava sem parar e uma linha reta aparecia.
- Caterina, CATERINA. - Digo desesperado.
- Chamem a cardiologia, tirem eles daqui. Você, faça massagem cardíaca nela. - Ele aponta para um enfermeiro que nos afasta e começa a fazer massagem cardíaca.
Uma enfermeira nos empurra até sairmos da sala.
- Assim que eu puder, eu trago notícias, preciso voltar para lá. Vai ficar tudo bem. - E a enfermeira corre de volta para a sala.
Meu coração parecia ter parado junto com o dela, eu estava paralisado, não conseguia dizer, ou ver nada a minha frente. Só volto a realidade ao sentir Michelle me abraçar forte e chorar no meu peito. Me fazendo passar os braços envolta dela também.
Isso não pode estar acontecendo.
Isso não está acontecendo.
Caterina vai voltar para nós, ela vai voltar. Claire precisa dela, Michelle precisa dela, eu preciso dela.
O tempo parece não passar. Sei que somos guiados a uma sala para descartarmos a roupa que vestimos para entrar na sala de parto. Logo em seguida nos levam até o berçario, onde podemos ver Claire, dormindo tranquila, sem saber do caos que está acontecendo aqui fora.
Minha filha era linda.
VÊ-la, me fez voltar um pouco mais a realidade.
Em nenhum momento larguei Michelle, e agora menos entorpecido, sussurrava palavras para acalmá-la.
- Te-temos que ligar para no-nossa família. - Ela diz gaguejando.
- Vamos esperar mais notícias e eu ligo, ok? Vai dar tudo certo.
- Ela não pode ir Mateo. eu não posso viver sem ela. - Ela diz olhando em meus olhos.
Seus olhos estão muito vermelhos e inchados, e tenho certeza de que os meus estão a mesma coisa.
- Ela não vai, meu amor.Ela não vai. - A abraço mais forte, comprimindo seu corpo ao meu. - Ela é forte.
- Sim, sim...
Olá, olá gente, turo pom?
Alguém pega os lencinhos por favor.
Capítulo curtinho, porém necessário. Espero que entendam.
Tomara que nossa Caterina volte para gente... Segura os lencinhos que os próximos capítulos vão ser difíceis, já aviso logo.
Não se esqueçam de votar e quem quiser e puder comentar, vou adorar saber da sua opinião.
Contagem regressiva para o final de Felices Los 3: Faltam 6
Até a próxima, beijitos, <3
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Felices Los 3
RomansMichelle Martínez, empresária, mantém um relacionamento liberal com Caterina Lima, uma escritora em ascensão. Acostumadas a dividirem a cama com outras pessoas apenas pelo prazer, não imaginavam que iam acabar se apaixonando pelo jardineiro recém co...