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Anna

Maratona 4/6...

Cansada, exausta, estressada, era essas as palavras que me resumia nesses últimos dias.

Eu estou completamente morando dentro do hospital. Sem pisar o pé no meu apartamento.

Está um correria que as vezes eu me pego pensando pq eu escolhi medicina. Aí eu lembro que não foi exatamente eu que escolhi e me calo.

Anna: oi.. - atendo a ligação do Filipe trancando a porta da minha sala no hospital.

Ret: que voz é essa? - respiro fundo me sentando na minha cadeira.

Anna: cansaço.. Tem dias que eu não vejo a minha cama.

Ret: ainda não foi pra casa?

Anna: não! Vou tentar ir hoje. Tentar..

Ret: tentar nada! Tu vai tá maluca? Não tem só você trabalhando aí não pô.

Anna: na maioria das vezes eles precisam de mim aqui. - giro meu próprio corpo na cadeira. - nem parace que ficaram anos na faculdade.

Ret: exatamente! Ficaram anos na faculdade e sabe se virar sem você! Vai pra casa. Você está sobrecarregada demais e da pra perceber pela sua voz.

Anna: eu sei.. tá me matando por dentro. Não estou tendo tempo nem pra mim mesma. Parece que eu estou vivendo pra ficar dentro do hospital e só sair morta.

Ret: fica quieta. - dou risada. - vai pra casa?

Anna: vou! Preciso né?

Ret: é! Vou aproveitar pra ir te ver. - sorrio. - saudades pô. - ele fala tão baixo que eu quase não consigo ouvir.

Anna: também. - respondo baixo. - leva comida? - ouço sua risada.

Ret: levo! Quer o quê?

Anna: nada de específico. - respondo parando de girar a cadeira.

Ret: beleza. Vou nessa então. Me manda mensagem quando estiver saindo daí.

Anna: tá bom.

Ret: tchau.

Anna: tchau.. - ia desligar a ligação mas sua voz rouca e baixa me interrompe me fazendo travar.

Ret: gostosa.. - solto o ar preso e ele rir desligando a chamada.

Anna: filho da puta. - respiro fundo tentando ignorar o sinal que meu corpo deu em relação a uma simples palavra que saiu daquela boca gostosa.

Depois de mais ou menos 2 horas eu saio do hospital com a mente a mil sobre tudo que está acontecendo em relação ao meu trabalho.

Mando mensagem pro Filipe, que não demora pra me responder dizendo que já estava vindo.

Digito a senha da porta do meu apartamento e entro no mesmo sentindo o cheiro que eu sou apaixonada.

Fecho a porta tirando meu tênis deixando no canto da porta. Tiro a meia deixando dentro do tênis e corro até meu quarto.

Anna: que saudades do meu lugar favorito. - falo olhando pra minha cama fazendo um bico. - pro banho rápido.

Caminho até meu banheiro dentro do quarto quase desesperada pelo meu banho quentinho que eu amo.

Eu ficaria mais de baixo do chuveiro se eu não estivesse esperando o Filipe. Piso no tapete fechando a porta do box. Pego a toalha em cima só vaso e me enrolo nela.

Saio do banheiro e ouço a campainha tocar já sabendo quem era. Por já ter autorizado a entrada dele assim que eu cheguei no prédio.

Caminho pra fora do meu quarto indo até a sala segundo a toalha no meu corpo. Assim que eu chego em frente à porta, eu giro a maçaneta e abro a porta me escondendo.

Coloco ao minha cabeça pra fora e olho pro Filipe que me olha com a cara de confuso.

Anna: entra logo. - falo e ele entra. Fecho a porta passando a chave e me viro pra ele que me olhava de cima baixo. - para. - falo baixo e ele sobe seu olhar pro meu rosto.

Ele me encara calado e eu ignoro essa olhada dele em mim.

Anna: minha comida! Ótimo estou com fome. - pego as sacolas na mão dele indo até a bancada que separa a sala da cozinha.

Deixo as sacolas em cima dela e sinto seus braços passar pela sua cintura beijando meu pescoço.

Ret: está melhor? - ele pergunta baixo no meu ouvindo.

Anna: mais ou menos. - me viro pra ela. - bem por estar em casa. Mas confusa em relação a umas coisas.

Ret: que coisas? - ele aperta sua mão na minha cintura.

Anna: é complicado toda a história. - desvio meu olhar no dele.

Ret: mas mesmo assim eu gostaria de saber. - ele tira algo da minha bochecha. - se sabe tanto de mim e eu não sei quase nada sobre você.

Respiro fundo e volto a olhar pra ele. A história envolve meus pais e de alguma forma me machuca. Mesmo já tendo passado alguns anos. Mas eu gostaria de dividir isso com ele.

Sinto uma confiança em relação a ele surreal. E como o mesmo disse.. eu sei tanto sobre ele e ele quase nada sobre mim.

Anna: vou vestir uma roupa. - pego nas suas mãos tirando da minha cintura. - ajeita as comidas que assim que eh voltar a gente come e eu te conto.

...

Todos os capítulos da maratona com a meta de 50 comentários para mais um bônus.

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