todo esse tempo | FR

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Ret

Já no palco, cantando pra várias pessoas mas com meu pensamento em uma só pessoa. Que me faz ir no céu ao inferno em segundos.

Tenho a sensação que essa insegurança dela vai acabar desgastando a gente.. e é por isso que quando eu sair daqui a gente vai conversar.

Quero ela e parece que ela se faz de sonsa quanto a isso. Fiquei puto e falei algo que no momento não era a hora...

Não que eu não ame ela! Porque eu amo. E amo pra caralho! Sempre amei, desde da minha outra vida. Eu só escondia isso.. mas o sentimento sempre existiu.

Ando pelo palco cantando e abro meus olhos vendo ela no cantinho, com a cabeça encostada na parede, me olhando com os braços cruzados.

Respiro fundo vendo que ela ficou.. e eu acho até melhor assim. Ela já não estava bem. Sair daqui sozinha ia me deixar preocupadão.

Ret: meu amor eu sou.. - aponto o microfone pro público ouvindo eles vantagem.

Sorrio e me viro pro lado aonde a Anna estava mas não vejo ela mais ali. Passo meus olhos pelo local estranhando, porque ela só sai quando o show acaba.

Seguro a minha vontade de sair daqui e ir atrás dele e só respiro fundo continuando a cantar.

Assim que o show acaba eu saio do palco indo direto pro camarim olhando ao redor.

Ret: cadê a Anna? - procuro com o olhar o amigo dela mas também não acho.

Mãolee: ret! - olho pra trás vendo ele entrar no camarim ofegante. - Anna saiu daqui indo pro hospital.

Ret: hospital? - me aproximo rápido dele. - por que? O que aconteceu?

Mãolee: ela passou mal lá no palco pô.. vomitou e tudo. - respiro fundo passando a mão no rosto. - estava braça que nem um papel.. estava mal mesmo cara, não conseguia nem ficar em pé direito.

Ret: quem foi com ela?

Mãolee: o amigo dela que estava aqui. - concordo.

Ret: não vou abrir o camarim hoje! - falo alto e vou até a mesa que eu tinha deixando minhas coisas.

- não vai? - nego sem olhar pra quem perguntou. - mas ret.. muita gente já deve tá esperando.

Ret: não vou abrir! - fecho minha mochila colocando nas costas e me viro. - minha mulher no hospital e você acha que eu vou ficar aqui tirando foto? Não fode!

Respondo puto e mãolee vem até a mim.

Mãolee: calma cara.. a gente vai avisar que não vamos abrir o camarim. Respira que tu vai dirigir. - concordo e saio sem falar nada.

Já dentro do carro eu ligo pro celular dela mas só toca. Procuro pelo número do amigo dela e agradeço por ter Pégaso o contato dele esses últimos dias.

Ligo pra ele que toca e eu aproveito pra ligar o carro saindo do estacionamento. A ligação chama três vezes até ele atender e eu tiro uma mão do volante colocando no viva voz.

Karl: oi..

Ret: cadê a Anna? Que hospital vocês foram?

Karl: a gente ainda está indo pra lá.. Anna teimosa quis passar em casa antes pra pegar uns documentos que faltava.

Ret: namoral? Passa pra ela aí por favor.

A chamada fica em silêncio e eu logo ouço a voz dela baixa.

Anna: oi Filipe..

Ret: oi, tá um pouco melhor? Me fala qual hospital vocês estão indo que eu já estou no carro.

Anna: que? O show já acabou?

Ret: já pô.. só não abri o camarim.

Anna: Filipe..

Ret: Filipe nada! - interrompo ela. - tá doida se eu ia ficar lá enquanto você estava no hospital. - olho pro retrovisor vendo um carro atrás de mim tentando ultrapassar. - vai porra vai.

Anna: tá falando com quem?

Ret: com o maluco aqui que não sabe dirigir. - diminui a velocidade esperando ele ultrapassar. - qual hospital vocês estão indo? - pergunto novamente vendo o carro aumentar a velocidade pra ultrapassar e entrar na minha frente.

Anna: no.. - olho pro lado rápido quando eu ouço uma buzina alta. - Filipe?

Ret: caralho. - viro o volante quando eu vejo que o carro que estava tentando me ultrapassar perder o controle e quase bater no outro carro que estava vindo na direção ao contrária.

O barulho que os pneus do meu carro faz girando na estrada pra desviar do outro é alto e eu ouço a voz da Anna me chamar de novo.

Viro novamente o volante quando eu vejo rápido o carro que estava vindo na direção ao contrária tentar desviar do meu.

A tentativa é falha quando eu sinto ele bater a parte da frente com tudo do lado esquerdo do carro. Aonde eu estava...

Foi rápido pra mim tudo isso que só fui perceber que fui atingido quando meu corpo volta da pancada que eu tive contra o volante e eu sinto minha visão embasar..

Eu via tudo rodando praticamente.. minha respiração falhando, enquanto eu ainda tentava entender o que tinha acontecido.

Encosto minha cabeça no banco sentindo minha cabeça doer e fecho meus olhos respirando fundo.. mas eu nem abro eles mais. Apago ali mesmo totalmente fraco.

...

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