Rafael
De cara amarrada, andando para perto do grupo, Rafael mordeu a linguiça, descontando toda a raiva de Carrasco. Biel o observava calado como sempre enquanto Manu terminava de virar um copo de bebida.
– Que cara é essa, mano? – disse Breno, dando um soco no braço de Rafael. – Tá curtindo o “churras”, não?
– Pra mim, já deu este “churras”, menor. – respondeu Rafael, vendo Nanda voltar para perto deles. – Vou meter o pé.
– Pô, achei que “cê” tava no maior desenrolo com a loira. Ela é areia demais pra tu, né não? Ela te mandou vazar?
Rafael ergueu uma sobrancelha, pensando se contava ou não o que realmente tinha rolado na conversa com Pietra, mas, antes de falar alguma coisa, Manu disse:
– Deixa de ser burro, Breno! Tu não viu que ela tava doidinha por ele? – Ela sorriu para Rafael. – Já chegou na comunidade arrasando corações!
– é… Mas, por hoje, já deu. Esse Carrasco tá me tirando do sério. Melhor eu meter o pé antes de fazer alguma merda.
Todos olharam para os homens de Carrasco, claramente temendo que eles tivessem o ouvido, porém eles já estavam muito ocupados bebendo e comendo.
– Tá doido, porra? – sussurrou Breno, com os olhos arregalados. – Tá querendo morrer? Pior, querendo que todos nós morra?
Nanda bufou e tocou no braço de Rafael.
– Jeffinho, eu também tô querendo ir pra casa. Bora, então?
– Que isso, gente? – disse Manu mais alto do que deveria por causa da embriaguez. – A festa ainda nem acabou! Amiga, – Ela abraçou Nanda. – bora aproveitar mais!
Rafael decidiu esperar para ver qual seria a decisão de Nanda, pois se os dois fossem embora sozinhos, talvez conseguisse que ela falasse o que aconteceu no quarto com Carrasco.
– Amiga, a gente vai poder voltar outras vezes. E vai ser melhor porque só vai ter a gente. Sem esse povo todo, tá?
Biel, para a surpresa de Rafael, disse:
– É, Manu. Bora meter o pé. A gente deixa vocês em casa. – Ele olhou para Rafael, que concordou.
Manu, após reclamar um pouco e encher dois copos com vodka com energético, aceitou ir embora. Nanda falou com Alfinete, que se ofereceu para levar Manu para casa, mas ela recusou a companhia dele e disse que preferia ser jogada dentro daquela piscina de esperma do que ser levada por ele. O garoto levou na brincadeira, para alívio de Rafael que não queria mais nenhuma confusão. Só queria chegar em casa.
Os cinco foram levados até o portão da mansão.Atravessaram a multidão de pessoas que ainda dançavam. Desceram o morro enquanto Manu e Breno discutiam empolgados sobre os planos para quando voltassem à mansão e as coisas que Carrasco devia ter lá.
A casa de Nanda era a primeira do caminho de volta deles, então pararam na frente do portão dela e, assim que ela colocou a chave no portão, uma luz se acendeu na janela. Uma senhora de pouco mais de quarenta e cinco anos surgiu. Nanda se despediu deles e entrou em casa.
Os quatro restantes voltaram para suas casas. Rafael entrou em na pequena casa, trancou a porta e tirou a camisa. Passou a mão pelo cabelo e sentou-se na cama. Pegou o celular no bolso e digitou o número de seu amigo Valter, que ligara mais cedo. Enquanto a ligação não era atendida, Rafael fechou a janela para que ninguém o ouvisse.
“Me atende, Valter. Você quase me mata e agora não vai me atender?”, pensou.
Já estava desistindo quando a voz sonolenta de Valter atendeu.
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O infiltrado no morro (Gay)
RomanceUm policial iniciante é encarregado de fazer parte da nova operação para investigar sobre o tráfico de drogas em uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro; Seu trabalho principal é se infiltrar no esquema e se aproximar do dono, conhecido por se...