Capítulo 24

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Carrasco

Após o almoço, Carrasco se juntou à Pietra, que nadava na piscina. Ela sorriu ao vê-lo se sentar na borda  e nadou até ele. Apoiando os braços nos joelhos dele, ela disse:

   – Achei que não ia aproveitar o Sol comigo. Vi que o tempo vai virar hoje à noite.

Carrasco olhou para as poucas nuvens no céu, depois olhou para ela.

   – É, eu quase nem tenho usado a piscina. Perde a graça depois de um tempo, tá ligada? – ele se apoiou nas mãos, inclinando o tronco para trás. – A “rapeize” que vem para as festas que sempre fica doida quando vê ela cheia. Tu viu aquele dia.

Pietra riu, balançando a cabeça, e fez sinal para chamar uma das empregadas, que acabara de sair da mansão.

   – Eu vi mesmo aquele bando de pervertidos transando aqui dentro. – A empregada se aproximou e Pietra olhou para ela. – Meu bem, traz um suco bem geladinho pra gente, por favor. Qualquer sabor, mas da fruta, tá?

   – Uns bagulho pra nós tirar gosto também. Um salame com limão. – disse Carrasco, passando a mão na água e, depois, passando no abdômen.

A empregada disse que já traria e foi para dentro da mansão. Pietra afundou na água para molhar a cabeça e, quando emergiu, passou a mão no rosto e olhou para Carrasco, com cara de quem queria perguntar algo. Ele tirou o cabelo que estava grudado na bochecha dela e disse:

   – Dá o papo, Loira.

   – O que rolou essa madrugada? – Pietra sorriu, e Carrasco cruzou os braços, erguendo uma sobrancelha.

   – Nada, ué. – Carrasco tentou mentir, mas o nervosismo em sua voz o entregou.

   – Johnny, você sabe que não consegue mentir pra mim. Rolou alguma coisa com o Ferrugem, não rolou? – Pietra continuava sorrindo e, jogando água nas coxas de Carrasco, continuou: – Pelo amor de Deus, você não tá com medo de me contar esse tipo de coisa, né?

Carrasco respirou, analisando o rosto de Pietra, e sabia que estava sendo ridículo em esconder aquilo dela. Ela confiava nele para falar sobre tudo, e ele podia fazer o mesmo com ela. Ele olhou ao redor, verificando se algum de seus seguranças estavam prestando atenção, depois desceu para dentro da água.

   – Rolou. – disse ele em um sussurro, sem olhar para ela.

Pietra sorriu ainda mais e, empolgada, jogou água na cabeça dele, dizendo:

   – Eu sabia! Você é péssimo em disfarçar quando quer alguém. – ela dizia baixo, mas com um tom de provocação. – E aí?

Carrasco franziu a testa.

   – E aí, o quê? – Carrasco balançou a cabeça, se negando a falar mais sobre aquilo. – Só rolou.

   – Mas foi tipo “Rolou e não vai mais acontecer” ou “rolou e eu quero mais” ?-- Pietra nunca teve vergonha de falar sobre sexo com ele. Era algo super normal para ela.

   – Sei lá, Loira! – Carrasco puxou uma bóia e apoiou os braços nela.  Depois, percebendo que Pietra continuava esperando mais alguma coisa, revirou os olhos. – Porra, foi bom pra caralho. Tá feliz?

   – E eu achando que o ruivinho era hetero. – Pietra deu a volta em Carrasco e se apoiou nas costas dele, colocando os braços nos ombros dele e dando um beijo em seu rosto. – Eu te amo, viu? Obrigada por confiar em mim.

   – Ah, valeu! Até parece que, se eu não contasse, tu ia me deixar em paz. – Carrasco riu.

   – Não ia mesmo. – Pietra riu e, depois, ficou séria. Inclinou a cabeça e encarou Carrasco, que virou o rosto para ela. – Mas vem cá, bonitinho. Como vai ficar esse teu “namoro” com a Nanda? Ai, que babado. Você tá pegando o primo da tua namorada.

O infiltrado no morro (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora