Capítulo 13

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Rafael

O motorista estacionou o carro em frente à faculdade, e Rafael avistou Pietra, parada, perto da entrada principal. Ela falava ao telefone, com a bolsa debaixo do braço, e assim que os avistou, começou a caminhar até eles. Diferente do dia do baile, Pietra vestia calça jeans, o  que ressaltava as suas curvas, um sapato de salto alto e uma blusa que a deixava com a aparência de uma jovem empresária.

Rafael abriu a porta para que ela entrasse e chegou para o meio do banco traseiro, ficando com a perna esquerda colada na perna direita de Carrasco.

   – Sim. Eu preciso desses documentos até duas da tarde. Aham, tudo bem. Pode ser para o meu e-mail. – falava Pietra enquanto se sentava e cumprimentava Rafael com um beijo no rosto.

Carrasco olhou para Rafael e fez uma cara orgulhosa enquanto a aguardava terminar de falar ao telefone. Rafael sorriu, admirado com a educação com que a loira falava. Ela terminou e guardou o celular. Ele  disse:

   – Aí, sim, loira! Senti firmeza. – encostou-se no banco para que ela pudesse cumprimentar Carrasco e não pôde deixar de perceber que o carro estava com uma mistura do perfume de Carrasco e do dela. Os toques amadeirados do perfume do moreno contrastados com os toques florais do perfume dela.

   – Ai, menino, é que meu chefe tá enchendo minha paciência, querendo que eu faça alguns cálculos das finanças dele e quer isso pronto até amanhã de manhã. – disse ela mexendo na bolsa e procurando um espelho de mão. – Já decidiram onde vamos comer?

   – Loira, você que tá mais por dentro das paradas aqui no “asfalto”, pô. – disse Carrasco, observando-a conferir a maquiagem no espelho. – Escolhe aí.

Rafael, sorrindo, ao ver o quanto ela era vaidosa, tocou na perna dela e disse:

   – “Cê” tá gata. Relaxa.

   – Obrigada, lindinho. – disse ela, olhando para Rafael pelo espelho enquanto retocava o batom. – Vamos no restaurante que eu amo, então.

Pietra falou o endereço ao motorista, que dirigia pela cidade, aguardando que eles escolhessem o lugar, e então ela se virou para Carrasco.

   – Meu Deus, Carrasco! Vou ter que tirar um tempo para ver seu guarda-roupas. Que roupa mais hetero top. – ela riu.

Rafael olhou para Carrasco, conferindo o “look” do moreno.

   – Ué, que que tem de errado aqui? – Carrasco olhava para a camisa polo e a calça, depois deu uma cotovelada em Rafael, que ria.

   – Pelo menos não tá de sapatênis. – Pietra olhou para o tênis de Carrasco e, depois, olhou para Rafael, que parou de rir quando percebeu que ela analisava sua vestimenta. – Você também não tá podendo falar muita coisa…

Carrasco deu uma gargalhada e empurrou a cabeça de Rafael de leve.

   – Se fodeu, cuzão. Ri “mermo”.

O motorista estacionou o carro perto de um restaurante, que, só pela entrada, já deixava bem claro a mensagem “Se não tiver dinheiro, passe direto”. Algumas mesas estavam dispostas do lado de fora, rodeadas por um cercado de metal. Poucas pessoas estavam sentadas ali. Quando se aproximaram da entrada, Rafael respirou um pouco aliviado por não sentarem do lado de fora. Não queria correr o risco de ser visto por algum de seus colegas que pudessem estar trabalhando por ali.

O recepcionista cumprimentou Pietra, e Rafael observou que ,pelo tratamento,ela realmente costumava frequentar aquele estabelecimento. Olhou para Carrasco, que parecia um pouco desconfortável, mas permanecia calado, olhando para a decoração do restaurante.

O infiltrado no morro (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora