Rafael
Dando um sorriso enquanto olhava para a barriga gozada, Rafael aceitou a cerveja e se levantou para ir ao banheiro. Felipe pediu para usar antes dele e saiu do quarto. Rafael procurou sua cueca no chão do quarto e pegou o celular. Carrasco tinha acabado de mandar uma mensagem, mas, assim que Rafael terminou de ler, ele apagou. Rafael ergueu a sobrancelha e perguntou o motivo dele ter apagado. Sorriu quando viu que Carrasco estava preocupado com ele.
Quando ia começar a responder, Felipe voltou para o quarto e disse que ele podia usar o banheiro. Rafael bloqueou a tela e levou o celular e a cueca. Não queria que Felipe mexesse nele. Na carteira, só tinha os documentos falsos e dinheiro para voltar para casa, então não se preocupou.
– Vai querer mais pizza? – perguntou Felipe, da cozinha.
– Tô de boas. Vou tomar um banho aqui rapidão, valeu? – disse Rafael, colocando a cueca e o celular em cima da tampa do vaso.
– Já é. Já te entrego uma toalha.
Rafael tomou banho e, quando retornou ao quarto, Felipe mexia no próprio celular, com uma coberta até o meio da barriga. Ainda estava sem camisa.
– Qual é a do teu lance com o Carrasco? – disse Felipe, sem tirar os olhos do celular.
Rafael olhou para ele e se deitou na cama.
– Eu só trabalho pra ele, pô. Igual aos moleque. Tipo o Titã. – Rafael olhou para Felipe, tentando encontrar alguma reação suspeita no rosto dele. – Tu já fodeu com ele? Não faz muito meu tipo, mas tem gente que curte uns cara todo grandão.
Felipe fez uma cara de nojo na mesma hora e largou o celular.
– Não! Tá maluco?
Rafael tentou disfarçar com uma risada e se apoiou sobre o braço esquerdo, ficando de lado para encarar Felipe. Por que toda aquela aversão ao Titã, se ele tinha visto os dois cochichando no canto da mansão? Será que se comentasse o que viu, Felipe estranharia? Preferiu não arriscar e apenas insistir no assunto de forma descontraída.
– Ah, sei lá, mano. Eu já dei umas manjadas nele quando rolou a parada na piscina. O cara é gostoso, só não curto. – Rafael olhou para a tela do celular de Felipe, que ainda estava desbloqueada, mas ele estava apenas jogando Candy Crush.
– Ele tá com a Pietra. Se mete com o cara dela pra ver a merda que tu vai arrumar. E… – Felipe fez uma pausa. – Nada. Vamos deixar o Titã pra lá. Tá na cara que o Carrasco tá te dando uns pegas. Eu também já mamei ele. O cara é um gostoso, mas é psicopata!
Rafael trincou os dentes ao saber que Carrasco tinha ficado com Felipe, mas tentou ignorar e focar em sua missão. Passou a mão no cabelo de Felipe, tentando seduzi-lo para que continuasse soltando as informações que sabia.
– Ele te assusta, é? – Rafael sorriu.
– Porra! Pra caralho. Aquele dia que você derramou o café com leite em mim, ele viu quando eu dei em cima de você. Esse cara é surtado, na moral. – Felipe estava sério, como se não quisesse se lembrar daquele dia. – Ele fez eu comer uma salada de frutas, fingindo que tinha colocado veneno nela. E ainda me ameaçou de morte se eu me aproximasse de você de novo. Sério, Ferrugem. Sei lá o que tá rolando com vocês, mas toma cuidado com ele.
Rafael ficou boquiaberto com o que ouvia. Carrasco estava perdendo a noção? Achava que ele era posse dele. Não queria que a imagem que tinha ficado dos dois juntos fosse destruída, mas aquilo era ruindade demais. Mas Felipe não era de total confiança, pois o tal de Fernando queria que ele fizesse alguma coisa com Carrasco, já que tinha livre acesso ao quarto dele. Respirou fundo, com vários pensamentos na cabeça.
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O infiltrado no morro (Gay)
RomanceUm policial iniciante é encarregado de fazer parte da nova operação para investigar sobre o tráfico de drogas em uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro; Seu trabalho principal é se infiltrar no esquema e se aproximar do dono, conhecido por se...