Rafael
Rafael abriu os olhos e, ao perceber que estava abraçado com Carrasco, começou a se afastar, mas Carrasco baixou o olhar da TV até ele e disse:
– Relaxa, molecão. Foi você que me abraçou primeiro. – Carrasco sorriu e relaxou o braço, deixando Rafael livre para se afastar. – Tá se sentindo melhor?
Rafael, com as sobrancelhas erguidas e o rosto corado de vergonha, assentiu. Sua dor de cabeça havia passado, mas ainda estava com o nariz entupido.
– Quanto tempo eu dormi? – disse Rafael e deixou-se apoiar o queixo no peito de Carrasco.
– Estamos em 2408. – Carrasco deu um risinho ao ver a cara que Ferrugem fez ao revirar os olhos. –Algumas horas. Tá anoitecendo já. – Carrasco colocou a mão de volta nas costas de Rafael, que suspirou e relaxou o corpo. – Tá com fome?
Rafael ergueu a cabeça e encarou o rosto de Carrasco. Mordeu o canto da boca e, depois começou a balançar a cabeça.
– Não. Eu tenho que meter o pé. – Lembrara-se que tinha combinado de ir para a casa de Felipe. Embora estivesse dividido entre sair dali ou continuar sendo cuidado.
– Tranquilo, pô. Só come algum bagulho antes, caralho. – disse Carrasco, ficando sério. – Vai ficar bom nunca se não comer direito.
Aquele comportamento de Carrasco estava deixando Rafael confuso. Carrasco parecia estar gostando dele mesmo. Mas aquele não era ele e não podia continuar com aquilo. Quando Carrasco descobrisse quem ele era de verdade, aquilo não iria acabar bem.
– Carrasco… – Rafael começou a se afastar. – Mano, tu tem que parar com isso.
Carrasco sentou na cama e cruzou os braços. Rafael evitou olhar para ele.
– Parar com o quê, ruivo?
– Você sabe, cara. Isso não pode rolar com a gente. – Rafael suspirou porque, no fundo, sabia que já estava começando a gostar dele.
– Isso o quê? – Carrasco olhou para a TV, parecendo constrangido com a conversa.
– Isso! – Rafael apontou para eles dois na cama. – Você tá achando que gosta de mim e…
– Eu? – disse Carrasco. – Jefferson, você me abraçou, moleque. Agora tá com esse caô de que eu que tô gostando de tu?
Rafael olhou para Carrasco, mas ele não estava parecendo que estava com raiva. Ele não estava errado. Se pudesse, Rafael iria preferir se afastar, mas tudo o que descobriu desde que começou a missão o impedia. Ou ele estava apenas usando a missão para continuar perto de Carrasco?
– Aí, caralho. Se tu não quisesse, já tinha se mandado. Mas tá aí todo confuso. – Carrasco começou a se aproximar, mas Rafael chegou um pouco para trás.
– Não, cara. – Rafael colocou a mão no peito dele. – Não faz isso.
– Por quê?
– Eu tô resfriado. Tu vai pegar. – Rafael olhou para Carrasco, que começava a rir.
– Sério que tu acha que tô ligando pra isso? – Carrasco o puxou pela camisa. – Burrão.
Carrasco deu um beijo nele, que acabou rindo do jeito que Carrasco falou e se entregou ao beijo. Enquanto os dois se beijavam, Rafael não conseguia parar de se perguntar como alguém podia ser tão arrogante e grosseiro com os outros, mas tão carinhoso quando estavam a sós.
– Vai querer comer alguma coisa ou ainda vai continuar de “caôzada”? – disse Carrasco, se apoiando na mão direita e passando a outra mão no rosto dele. – Não tá mais quente.
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O infiltrado no morro (Gay)
RomanceUm policial iniciante é encarregado de fazer parte da nova operação para investigar sobre o tráfico de drogas em uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro; Seu trabalho principal é se infiltrar no esquema e se aproximar do dono, conhecido por se...