Capítulo 37

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Carrasco 

   – E tu vai chamar a mina pra dar um rolê quando? – disse Carrasco, indo para o andar dos quartos com Alfinete.

   – Acha que ela já vai querer sair comigo? – disse Alfinete, coçando a cabeça.

Carrasco parou na frente da porta do quarto e estalou a língua.

   – Por isso que as mina não te dão moral. Liga logo pra ela, porra. Tem o número dela, não?

Alfinete negou, constrangido.

   – Vou ver essa parada pra tu. Vou falar com a minha mina e te mando o número dela, tá ligado? Aí tu chama ela pra fazer um lanche lá no Ramon, pô. Troca uma ideia com ela na moral.

   – Mas, chefe, tu não vai brotar lá na loira mais tarde? – disse Alfinete. – Quem vai fazer tua segurança?

   – Tá tranquilo. Eu levo o Titã comigo. A Loira não vai ligar. – Carrasco deu um sorriso malicioso. – Ela se faz de durona, mas tá amarradona nele.

Alfinete riu e disse:

   – O cara se deu “benzão”.

   – Ih, qual foi, Alfinete? – Carrasco deu um soco de leve no braço dele. – Respeita, irmão. - Os dois deram uma risada, e Carrasco abriu a porta. – Vai tranquilo, pai.

Alfinete assentiu e foi para o quarto dele. Carrasco tirou o celular do bolso e ligou para Nanda. Agora que não tinha mais um compromisso sério com Pietra, andou até a garrafa de uísque e percebeu que tinham colocado uma nova. Ainda estava lacrada. Olhou para o quarto e estava tudo arrumado e a TV havia sido removida. Estava abrindo a garrafa quando Nanda atendeu.

   – Fala comigo, princesa. – disse ele, colocando uma dose no copo. – Vou te dar o papo. Me manda o número da Manu pra eu passar pro Alfinete. Ele vai chamar ela pra sair hoje.

   – Você conseguiu mesmo fazer a cabeça dela, né? – disse Nanda, rindo. – Só isso?

   – Só dei uma ideia nela, pô. – Carrasco bebeu um pouco. – É só isso “mermo”. Tá precisando de alguma coisa?

Nanda estava cumprindo a parte dela do combinado, então Carrasco também mantinha a palavra dele.

   – Ah, se der pra arrumar uma grana pra encher a geladeira aqui e também comprar umas roupas.

   – Já é. Vou mandar os moleque levar pra tu. – Ele sentou na poltrona perto da janela e olhou para a piscina, que estava sendo limpa. – Então fechou. Vou ficar aguardando o número dela.

   – Valeu. Até.

Ele desligou e olhou para a porta do quarto. A cena da briga com Ferrugem repassando diante dos seus olhos. Balançou a cabeça quando Dona Fátima entrou. Ele já aguardava a preocupação dela.

   – Eu tô de boas, Gatona. – disse, observando-a se aproximar.

   – Já comeu alguma coisa? – Ela olhou para o copo na mão dele e franziu os lábios. – Tem água aqui nessa casa, sabia?

Ele sorriu para ela, que passou a mão em sua cabeça. Tomou o restinho da dose.

   – Tô ligado. Ainda não comi “mermo”, não. Vou descer pra comer. – Ele olhou para o relógio e já eram cinco da tarde. – Tomar um café reforçado.

   – Se acertou com o seu… amigo? – Ela continuava tranquila, mas olhava para o lugar onde ficava a TV. – Ah, verdade. Eles disseram que vão entregar a TV amanhã. Eu comprei uma maior do que aquela.

O infiltrado no morro (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora