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O plano estava dentro do esperado até o momento em que ela me abraçou e deitou a cabeça em meu ombro.
Não gosto de proximidade, nem que me toquem demostrando carinho... Desde criança sou assim. Tenho esse muro erguido a muito tempo e com o passar dos anos vou levantando mais e mais tijolos ao redor.
Minha mãe de criação sempre tentou penetra-lo mas foi em vão... Ela me abraçava, era doce, agia com ternura ao redor de mim, mas nunca pude retribuir...
Quando me tornei executor ouvi de alguns homens que seria bom já que não tenho coração. Emoções são uma fraqueza e eu não sou fraco. Quando necessário posso fingir, como agora em meu plano, mas nada nunca penetra em minha alma.

Então porque meu corpo estremeceu ao sentir o toque dela? Porque pela primeira vez na minha vida gostei de ter uma mulher sendo carinhosa e aconchegada a mim? Porque quase pedi por mais?
Enquanto estávamos na moto, por um momento me deixei levar... Curti a viagem e sua companhia mas depois do modo como ela se aproximou, fui retornando aos sentidos.

Me comportei como um verdadeiro idiota, relaxei ao lado dela como não me permito fazer com ninguém exceto Alev que é a única pessoa que confio no mundo.
Fraco e imbecil foi assim que ela me deixou. Passar esses dias ao lado de Giulia Fiore brincando de namorado bonzinho me deixou molenga. Ela é a Itália, o inimigo e baixar a guarda na presença do inimigo é a sentença de morte para um dos dois e não será a minha...

Quando chego ao local onde escondi o carro, estou focado e determinado novamente. Pego a seringa de tranquilizante e cravo em sua perna. O choque passa pelo seu rosto seguido de algo mais... Pavor. Isso. Esse é o sentimento que causo nas pessoas. Agora sim, Savas Executor da Yasa está de volta.

Seguro seu corpo conforme amolece em meus braços e a deito no banco de trás do carro.
Assim que dou a partida mando mensagem para Alev dizendo que a missão foi concluída, ele responde que devo esconde-la por enquanto.
Penso em tranca-la em um dos galpões, não dizer de quem se trata e deixar dois homens de minha confiança lá mas... Olho pelo retrovisor... Giulia adormece tão tranquila e linda... Mesmo sendo de confiança os soldados são homens, teria que ameaçar castra-los caso tocassem nela e se descobrissem de quem se tratava não teriam piedade.
Não! Deixa-la em outras mãos está fora de cogitação.

Então, com a estupidez tomando conta da minha mente mais uma vez, decido que o melhor para sua segurança será ficar na minha casa.
Lá entre aquelas paredes eu sou a lei, ela estará sobre meu domínio. Mesmo que debaixo do mesmo teto, nada sobre ela me fará parecer fraco novamente.

Quando chegamos, a deito na cama e vou resolver alguns problemas. Mando minha decisão por mensagem para o meu Capo e amigo, trago lenha para dentro, procuro algo para comer.
Depois de cerca de uma hora, resolvo ir ver se ela está acordando.
Ao entrar no quarto percebo que Giulia está em um canto, contra a parede, os joelhos dobrados e a cabeça abaixada.

- Pode chorar a vontade mas não irá adiantar. Lucca nunca existiu, meu nome é Savas e agora você é prisioneira da Yasa.

Depois disso tudo aconteceu muito rápido.
Ela levantou o rosto mas nele não haviam lágrimas, só um olhar mortal. Em seguida senti meu corpo bater com tudo no chão, após uma rasteira que me deixou caído de costas, depois com rapidez e força impressionantes ela pulou em cima de mim, cravando os joelhos em meu peito.
Fiquei momentânea sem ar, meus olhos escureceram por um momento e foi o suficiente para ela tirar um punhal de dentro da bota e pressionar em minha garganta.

Giulia Fiore, princesinha da Máfia Italiana poderia ter me matado nessa hora. E teria se eu não tivesse o treinamento certo e se ela já tivesse cometido um crime antes.
Sua mão segurou firme, o punhal pressionando contra minha pele já fazendo escorrer uma fina linha de sangue. Mas seu erro foi exitar... Devo admitir que ela foi muito bem treinada, fez tudo a perfeição, mas nunca matou. Seu treinador, ao contrário do meu, nunca usou alvos vivos, por isso ela levou alguns segundos a mais do que deveria com a lâmina em minha garganta. Tempo suficiente para que eu visse em seus olhos a confusão.
Ela queria acabar com minha vida, mas nunca havia feito algo assim, além de... De algo mais, tristeza ou decepção...

Quando recuperei o fôlego, segurei em seu pulso, ela lutou, mas eu sou muito mais forte e retirei a arma de sua mão. Giulia não desistiu e com o outro punho deu um soco em meu rosto que me surpreendeu novamente pela força.
Parece que afinal de contas a menina mimada é na verdade uma gata selvagem.

Rolei seu corpo e pressionei no chão contra o meu. Nossos peitos subiam e desciam descompassados, as respirações em um ritmo frenético. Ela se moldou perfeitamente a mim, como se tivesse sido feita sob medida... Seus olhos ainda crispavam de raiva e seus lábios estavam ainda mais cheios, rosados. Quando desceu o olhar para minha boca não tive dúvidas e a beijei.

Eu nunca beijo. Eu. Nunca. Beijo.
A boca dela é tão gostosa, mas eu nunca beijo então devo parar...
Seus lábios são doces e macios, mas devo parar...
Sinto que ela não tem prática e a consciência de que talvez eu seja o primeiro me invade com força fazendo minha boca exigir ainda mais dela.
Eu sou o primeiro, o único a provar essa mulher deliciosa, só eu, só minha...
Mas... Eu não faço essas bobagens de beijo e Giulia Fiore é o inimigo.
Droga!

Me separo dela e vou o mais rápido que posso até a porta. Não é bom para mim ficar perto do seu corpo e de suas surpresas. Por falar nisso... Pego o punhal e me pergunto o que mais ela esconde...

- Tire a roupa.

Paixão MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora