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Salva pelo celular. Se o aparelho não tivesse tocado naquele exato instante, não sei o que teria acontecido...
Ou melhor, sei bem, sei muito bem e é isso que me apavora. Savas viu o que eu fiz, me ouviu gritar seu nome e estava vindo em minha direção para cumprir sua promessa... E eu teria deixado... Pior... Teria gostado com certeza...Me encolho na cama tentando ficar menor, sumir se tiver sorte. Mas não. Como estou sendo tão estúpida? Será que minha inteligência e esperteza ficaram na Itália? Me reduzi a uma tola sonhando com os toques e carinhos de um homem sem moral?
Se minha família me visse agora... Se aquele celular não tocasse e levasse ele para longe, estaríamos nessa cama... Como voltaria a olhar nos olhos de meu pai? Quanta vergonha por ter me entregado de bom grado ao inimigo! O que Enrico e minha mãe pensariam de mim?Giulia por favor bote algum juízo na cabeça! Foco! Preciso bolar um jeito de escapar, uma maneira de avisar minha família, dizer que estou bem...
Mais cedo pensei que nem sinal de internet houvesse em um lugar como esse, mas pelo jeito estou enganada. Se o telefone funciona então há um meio de comunicação...Sou vencida pelo sono enquanto tento bolar um plano que envolva avisar minha família, fugir daqui e acabar com Savas, matando assim dentro de mim qualquer sentimento doentio que tenha criado por ele.
Acordo no outro dia com o canto dos pássaros. Levanto e resolvo explorar a casa. Tudo é feito de madeira, um trabalho muito bonito, na verdade apreciaria mais os traços artísticos se não estivesse obstinada em meu plano.
Só há um quarto na casa que é onde estou dormindo, isso me faz ser levada pelos pensamentos de que estou ocupando a cama dele. Com certeza deve ser aqui que ele dorme, ou dormia antes de mim. A sala é pequena e bem iluminada, separada da cozinha apenas por uma bancada. As janelas estão todas abertas e um perfume de flores invade o ar.
Nenhum aparelho eletrônico faz parte da decoração, sem tv, rádio, microondas, nada.
Apesar de tudo, o que mais chama minha atenção e ao mesmo tempo me enche de receio e expectativa é o silêncio absoluto em que a casa se encontra.Caminho devagar até a porta, um arrepio percorre minha espinha, ando sem fazer barulho algum. Claro que a fechadura deve estar trancada, talvez com grades e até um leão amarrado do lado de fora mas mesmo assim, resolvo arriscar.
Sinto o quanto minha pele está quente ao levar um choque contra o metal frio. Uma gota de suor que nem sabia que havia brotado em minha testa escorre pelo rosto.
A porta se abre em um click e dou um pulo esperando pelo pior mas sou recebida pelas árvores da imensa floresta.Sem hesitar me jogo em uma corrida louca, o mais rápido que posso, meus pés descalços cavando fundo no chão, o ar entrando e saindo rápido faz doer meus pulmões, desvio das árvores que passam por meus olhos como um borrão. Preciso ir o mais longe possível. Me esconder, sobreviver, pedir ajuda e voltar para casa.
Já estou a um bom tempo assim quando escuto o som de outros passos me perseguindo.
Droga! Só pode ser ele! Não tenho tempo de parar e pensar na melhor estratégia, então resolvo improvisar. Avisto uma árvore que vai servir de esconderijo e subo em seus galhos.
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Paixão Mafiosa
Romansa+18 Lealdade. Honra. Vingança. Amor... Qual sentimento mais importante no mundo da máfia? Vamos descobrir juntos quais segredos e surpresas envolvem nossos personagens que juram não ter coração, até encontrar a pessoa que vai bagunçar todo seu mundo.