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Na tarde do décimo quinto dia após meu casamento, estava na praça de alimentação do shopping com Isabella e Marco, depois de  fazer algumas compras e passear no parque

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Na tarde do décimo quinto dia após meu casamento, estava na praça de alimentação do shopping com Isabella e Marco, depois de  fazer algumas compras e passear no parque.
Os dois, junto com Francesca tem sido minha companhia e família já que desde aquela noite nunca mais vi Enrico.
Sei que ele ainda mora na mansão, que está bem e vivo, sei também que ainda somos casados pelas atualizações dos empregados, mas quanto a vê-lo em carne e osso, não devo ser considerada dignida de tal honra.

Nos primeiros dias fiquei triste, insegura, não sabia ao certo como agir, tentei esperar até tarde ou acordar muito cedo na esperança de falar com ele e resolver a situação, mas tudo foi inútil.
Depois, senti raiva, tanta raiva a ponto de quebrar alguns enfeites que haviam na sala. Não tinha noção se aquelas peças foram escolhidas por Dom Fiore, por Enrico, ou por Giovanna, mas estava muito furiosa e precisava descontar minha ira em algo então atirei longe tudo que estava ao meu alcance. Aquela decoração antiquada que me fazia ter a sensação de morar em um castelo sombrio do século passado, nada foi comprado por mim, nessa casa não tenho meu espaço, meu toque, eu não existo em nada. E foi assim entre lágrimas, em meio aos cacos que Marco me encontrou.

- Senhora não se mexa ou vai se cortar.

- Se eu o fizer quem se importa? Me deixe sangrar...

- Isabella se importa. Ela precisa da senhora. Também Francesca e eu...

Olhei surpresa para ele. Não só por sua declaração mas pela profundidade e gentileza nas palavras. Meu segurança pegou-me no colo e tirou-me do caos, levando-me até a porta de meu quarto.

- Você é um bom homem Marco. Diferente dos que já conheci em nosso mundo.

- Eu devo ser bom pra senhora. Eu prometi.

- Ah sim... Está somente cumprindo ordens do seu capo.

- Na verdade fiz uma promessa a outra pessoa. Disse que sempre cuidaria de você.

- Quem lhe pediu isso? Meu pai?

- Carlo.

- Mas... Ele está morto...

- Sim. Ele morreu em meus braços. Nós dois estávamos em missão ao lado do capo. Antes de sairmos naquele dia ele me fez prometer que protegeria sua vida com a minha caso algo lhe acontecesse. Quando você casou surgiu a oportunidade.

- Então vocês eram muito amigos?

- Mais que isso... Eu o amava.

Dizendo isso ele virou as costas e saiu deixando-me sozinha com pensamentos conflitantes.
No outro dia tivemos uma conversa franca. Fiquei sabendo que apesar de Marco nutrir sentimentos pelo meu falecido noivo, nunca havia se declarado por medo. A posição de Carlo quanto a situação nunca foi clara. No fundo os dois temiam retaliações. O mundo da máfia pune com a morte quem desenhora as tradições dessa forma. Mesmo que elas sejam preconceituosas e antiquadas.
Por isso os dois levaram a vida amando em meio a incerteza. Marco me contou que o dia de meu noivado com Carlo foi de profunda tristeza para ele, e eu nem fazia ideia...

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