Um mês. Já faz um mês desse casamento e até agora a pessoa que menos convivo é minha esposa.
Somos praticamente dois estranhos dividindo o mesmo teto.Eu tentei, várias e várias vezes, as mais diversas abordagens mas nada derrubou o muro de gelo que Anna criou para se afastar de mim.
Minha cama se tornou grande demais, um lugar frio que não me faz querer dormir. Incrível como antes tinha algo que chamava de paz mas agora, depois que ela entrou em minha vida, descobri que na verdade eu era solitário e triste.
Nunca mais fizemos as refeições juntos, Anna passa os dias na casa de Savas com Giulia e Lucca, dorme na maldita poltrona muito antes que eu vá para o quarto ou somente bem depois que eu já adormeci, ou assim ela pensa, porque não tem uma noite que não fique velando seu sono, admirando sua beleza e pedindo para que ela venha para cama.Quanto as explicações que eu devo, ofereci à ela todos os dias mas a teimosa não quis escutar.
Enviei flores, bombons, planejei um jantar romântico, fiz reserva em restaurante, comprei jóias, roupas, mas nada, absolutamente nada fez com que eu merecesse um pouco da sua atenção.A frieza de Anna vem acabando comigo. Nos raros momentos em que ela me dirige o olhar, vejo mágoa, decepção e raiva e isso faz com que eu me odeie por tê-la feito sofrer. Não durmo mais direito, não como, nada parece ter gosto ou cor...
Usei de artimanhas para seduzi-la, me senti um adolescente paquerando sua primeira namorada, mas isso só ajudou a afasta-la ainda mais.Estou no limite. Não sou um homem de pedir, de me desculpar, de mendigar companhia de ninguém. Eu sou o Capo da Yasa, morte, tortura e dor, são meu destino, minha sina. Comando vários homens que tremem em minha presença mas por esse casamento, para viver feliz com Anna, andei a beira da humilhação.
Fiz o impossível para tê-la de volta, para esclarecer tudo, contar a verdade e finalmente me declarar, mas o eu te amo ficou mais uma vez sufocado dentro do peito, dize-lo agora só pareceria mais uma de minhas tentativas patéticas de reconciliação, Anna não acreditaria e eu ficaria ainda pior.Por isso cansei, se ela quer viver assim, então é o que terá. Também sei ser indiferente, farei ela provar do próprio veneno.
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A mente domina o corpo. A mente domina o corpo. A mente domina o corpo. Tenho repetido essa frase para mim mesma como um mantra durante esse mês que estou casada.
Alev tentou de todas as maneiras me seduzir e conseguiu é claro, porém não demonstrei, meu orgulho é ainda maior do que o desejo que sinto. Foi difícil, uma luta diária, venci batalha por batalha contra a ânsia de toca-lo, de beijar seus lábios e me entregar à ele.
Passei todos os minutos possíveis na casa de Seher tentando me distrair mas ao retornar, mal passava pela porta e seu cheiro me invadia com tudo. A tortura de negar suas investidas, os convites, de recusar jantares e presentes só não foi maior do que a dor que via aumentar cada vez mais em seus olhos.Nunca imaginei Alev sendo romântico a ponto de mandar flores, chocolates, de implorar que eu voltasse para cama. Meu corpo todo dói de dormir na poltrona, mas a dor emocional é muito maior. Cada vez que olho para aqueles lençóis lembro dos momentos que vivemos juntos, de suas mãos em mim, dos lábios quentes, do prazer... Mas então tudo se perde quando em meu lugar vejo aquela mulher deitada ali ao lado dele, recebendo suas carícias, seus beijos... Sei que é bobo da minha parte, é quase infantil sentir ciúmes de alguém que veio muito antes de mim, tento sempre focar no que esse casamento é: um acordo, uma formalidade, sem sentimentos, mas então meu coração aperta, as lágrimas queimam meus olhos e sofro, sofro por desejar que tudo fosse real.
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Paixão Mafiosa
Romance+18 Lealdade. Honra. Vingança. Amor... Qual sentimento mais importante no mundo da máfia? Vamos descobrir juntos quais segredos e surpresas envolvem nossos personagens que juram não ter coração, até encontrar a pessoa que vai bagunçar todo seu mundo.