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Paraíso.
Se ele tiver cheiro com certeza será esse, dos cabelos de Giulia.
Eu dormi. A noite toda. Simplesmente adormeci como nunca antes havia feito na vida. E mais, dividindo a cama com uma mulher, passei a noite toda aconchegado à ela.

Uma única vez alguém tentou essa proximidade e eu rejeitei, agora sou quem oferece um tipo de carinho que nem sabia ser capaz de dar.
Quando era pequeno em uma noite o pai de Alev chegou bravo em casa, os negócios não iam bem... Ele precisava descarregar sua raiva e frustração e seu alvo preferido nessa época era o filho.
Acordei ouvindo os gritos do meu amigo e sem pensar nas consequências corri e invadi o quarto de Alev, jogando meu corpo contra seu pai que pego de surpresa caiu no chão.
Nós dois fomos castigados. Ninguém interviu, não podiam, mas ao retornar para a cama, minha mãe cuidou das minhas feridas, as curou com suas lágrimas e depois tentou me embalar em seus braços. Ela deitou em minha cama e na intenção de consolar a nós dois me abraçou mas eu me afastei pedindo para ficar sozinho.
Eu gostava da minha mãe. Devo minha vida àquela mulher, mas precisava ser forte, por mim, por ela e por Alev, para nunca mais apanhar de homens como o velho Capo.

Giulia repousa sobre meu peito. Sua respiração é suave assim como ela. Se alguém me visse agora jamais acreditaria...
Ontem senti que alguma coisa dentro de mim mudou. Como se tivesse me quebrado mas consertado ao mesmo tempo.
Ela consegue virar meu mundo de cabeça para baixo, justo eu que sempre tive a vida regida por regras duras, muitas delas de minha própria criação, sinto que na presença de Giulia nada me prende, não existem leis ou esteriótipos, nada do que eu conheço é igual...
O mundo muda ao meu redor. Fico perdido, sem rumo, flutuo de uma emoção para outra, trocando e passando por todas rapidamente criando um redemoinho tão forte dentro de mim que destrói meu ser por completo para então resurgir das cinzas, mais forte, e novo, um homem diferente, um Savas que eu não reconheço.

Não sou assim. O Executor da Yasa foi criado e treinado para ser um soldado da máfia. Não sei ser gentil, nem delicado, muito menos durmo abraçado com mulheres depois do sexo, aliás, eu faço sexo, duro, forte, por trás, sem sentimentos...
Mas com Giulia... O que vivemos ontem... Não sei nomear, no meu livro da vida as páginas dedicadas aos sentimentos estão em branco, nunca usei elas para nada, mas agora, tento procurar em minha mente as respostas para o que estou sentindo e não consigo encontrar.
É uma confusão, um aperto em meu peito...

Giulia se remexe e suspira. Linda, perfeita e minha. Seu primeiro prazer fui eu quem deu. Eu fui o primeiro a tocar seu corpo, a fazê-la gozar e meu nome foi o único que ela gritou.
Também senti sua insegurança, sua luta contra todos os motivos que temos para não ter nenhum envolvimento. Mas ela é minha, e jamais a deixarei escapar dos meus braços. Agora que sei como são seus gemidos, os tremores, agora que minha pele tem a marca das suas unhas, que gravei seu cheiro e os detalhes do seu rosto, nada irá nos separar.

Eu não sou um homem bom, nem romântico, mãe alguma daria sua filha em casamento para mim, mas quero tentar com ela. Uma vida juntos, algo só nosso, construído sem rótulos, culpa ou cobrança.
Uma vida, juntos...
Me esforçarei para ser tudo que minha Principessa precisa. Aqui dentro dessa casa viveremos em harmonia por muitos anos.

Sua respiração muda e o corpo fica tenso, ela acordou mas continua deitada sobre mim.

- Que horas são?

- Perto do meio dia, porque?

- Estou faminta!

- Vou preparar algo para comermos.

- Pode ser macarrão?

Giulia levanta a cabeça, o queixo repousando em meu peito, seus cabelos desgrenhados, o rosto corado, os olhos brilhantes e um sorriso tímido nos lábios...

Estou perdido.

Paixão MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora