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Lealdade. Honra. Vingança. Amor...
Qual sentimento mais importante no mundo da máfia?
Vamos descobrir juntos quais segredos e surpresas envolvem nossos personagens que juram não ter coração, até encontrar a pessoa que vai bagunçar todo seu mundo.
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Que dia de merda! Prefiro mil vezes estar em uma missão, com tiros e bombas explodindo a minha volta do que isso. Não faz nem vinte quatro horas que essa mulher entrou na minha casa e já me enlouqueceu. Em todos os sentidos.
Não se rende aos meus comandos, é arredia, altiva, orgulhosa e teimosa ao extremo. A todo instante sou surpreendido por sua força e determinação em me enfrentar. Não tenho um minuto de sossego pois se não estou perto dela, fico imaginando o que pode estar fazendo, no que estará pensando ou planejando. E se estamos no mesmo ambiente ela grita e xinga em italiano, me ataca e faz com que eu a deseje mais do que já quis alguma mulher.
Droga! Ao arrancar a roupa dela, pela primeira vez na vida me senti um monstro. Pude ver o esforço que Giulia fazia para se manter forte, para não ceder e admirei ela por isso. Mas quando percebi seu medo, quando vi o que ela temia de mim... Já arranquei informações de algumas mulheres antes, nunca usei da força física, muito menos abusei delas apesar de saber que isso acontece com frequência no nosso mundo. Antes dela, nunca havia sentido vergonha em fazer algo mas seu corpo tremendo e o pavor estampado em seu rosto me fizeram sentir o pior dos homens... Não que algum dia tenha sido um bom moço, mas ela desperta em mim instintos de proteção, mesmo que seja contra eu mesmo.
Me afastei, com os pensamentos duelando em minha mente. Com certeza fiquei excitado, se com ela vestida já é difícil manter o controle, ver cada centímetro de sua pele imaculada só piorou a situação. Giulia é como um verdadeiro anjo, sem uma única marca, sem jamais ter sido tocada por um homem... Pura em todos os sentidos...
Seus olhos se abriram para mim e sua pele branca ganhou um tom rosado que me fez imaginar como ficaria perfeita toda vermelha, suada e satisfeita debaixo de mim... Inferno! Eu não devo sentir nada por ela. Nada! Nem desejo, nem pena... Nada! Maldita virgem sedutora!
Andei até o armário, é melhor pegar algo que cubra seu corpo, apesar de uma parte minha querer mantê-la sempre nua, na cama, na mesa, contra a parede... Abro a gaveta de camisetas, todas são iguais, pretas, como minha alma. Mas Giulia não... Ela é limpa, pura... Um contraste absoluto entre nós dois. Diferenças gritantes debochando de mim, mostrando que nunca seremos iguais, não importa o que aconteça. Saquei do meio das roupas a única peça branca, a luz, a diferente, assim como ela. Ao retornar, imediatamente notei sua tensão, senti novamente a raiva me invadir, o incômodo por despertar nela um medo infundado e após jogar a blusa junto com algumas palavras saí para fora de casa.
Estar em meio a natureza sempre me ajudou a manter meu lado sombrio sob controle, por isso construí essa casa e tudo que tem aqui com minhas próprias mãos, dentro da floresta. O trabalho manual é tão fascinante... Desde o mais rústico até o mais detalhado. Olhar para uma árvore e imaginar um móvel ou peça de madeira, cortar seu tronco e transformá-la sempre foi uma arte que me trouxe um pouco de sossego aos pensamentos. Fora a paz que é morar em um local longe de tudo e de todos, não precisar aguentar todo tipo de gente insuportável com suas conversas inúteis.
Passei muito tempo na rua colocando em dia tudo que ficou atrasado durante o período em que fiquei na Itália. Por último pego alguma lenha para cortar e logo depois que começo sinto estar sendo observado. Ergo os olhos em direção a única janela onde uma pessoa pode estar fazendo isso e a vejo encarando a paisagem a sua volta quase com reverência, como se estivesse feliz em ver algo que lhe causou surpresa e encanto.
Giulia conseguiu ficar ainda mais linda com a luz do sol poente lhe iluminando. Parece nem ser real, é como uma pintura, uma boneca através de uma vitrine, algo caro, que nunca poderei tocar.
Volto ao meu trabalho ciente de que ela vai me notar e não sou decepcionado. Após alguns minutos viro para cima novamente e pego seu olhar sobre mim. Ela ainda tenta desviar mas pude ver que minha exibição atingiu o objetivo, o desejo está estampado no rosto dela.
Retorno para dentro de casa, já está na hora de preparar o jantar, vou até o quarto, a porta está fechada novamente e eu não gosto, primeiro por ela ser o inimigo, seus movimentos e até seus pensamentos precisam ser observados por mim e segundo, porque não preciso de mais uma barreira entre nós, já sei meu limite e não pretendo cruza-lo.
Aviso que as refeições devem ser feitas na cozinha e que não me venha com greve de fome ou alguma gracinha do tipo. Mas a resposta como sempre não foi a que eu esperava, a fera gritou e esbravejou, então, resolvi irrita-la ainda mais, mostrando que quem manda aqui sou eu e que sem levantar a voz posso vence-la.
A porta foi retirada, cozinhei frango, arroz e fiz uma salada, tudo ficou pronto no horário, mas ela não apareceu, estava dormindo. Pela primeira vez a refeição não teve o mesmo gosto, pareceu errado comer sozinho enquanto ela deveria estar com muita fome. Idiota! Estou ficando molenga! Desde quando me importo em jantar em silêncio? Se a Principessa não pode dar a honra da sua presença é porque é teimosa e inconsequente.
Já é madrugada e eu ainda não dormi. O sofá que em alguns momentos já me serviu como cama agora parece cheio de pregos. Escuto um barulho. É ela. Fico a espreita no escuro, sem notar minha presença ela corre para o banheiro. Se esse é algum plano, dará errado. A janela tem grades e tirei todo tipo de objeto que poderia servir como arma de lá. Depois de algum tempo ela corre novamente para o quarto. Seu sono demora a vir, ainda estou nas sombras quando percebo seus movimentos. A camiseta sobe até sua cintura, Seher afasta as pernas... Não posso acreditar que ela fará isso... Uma de suas mãos desliza por dentro da minúscula peça de renda e seus lábios soltam um gemido.
Maldição! Meu corpo reage instantâneamente àquela cena, seus dedos circulam sua intimidade, nunca entrando, somente uma carícia, algo que eu poderia mudar facilmente basta alguns passos e...
"Lucca" O que? Ela chamou por ele? Por Lucca? O meu nome falso? Ela deseja a ele? "Lucca" Novamente chamando o nome de outro, ou melhor, o meu, mas ele não era de verdade, foi tudo uma mentira... Como ela pode se tocar pensando no babaca que fingi ser quando há um homem de verdade bem aqui, prestes a explodir de tesão por ela? Realmente estou ficando louco...
"Savas!" Seu grito me paralisa corpo e mente. Sou atingido por um golpe no estômago, o choque e a realização correndo em minhas veias... Sim! Foi o meu nome que a fez gozar, eu, Savas sou o cara que ela deseja. Giulia volta aos poucos do transe em que estava, minha boca está seca, meu corpo todo pulsando, preciso de um alívio...
De onde estou digo que a próxima vez meu nome será gritado comigo dentro dela. Elase assusta, não imaginava que eu estivesse ali assistindo a tudo. Dou um passo em sua direção mas sou interrompido pelo toque do celular. É Alev. O que será que aconteceu para ele me ligar a essa hora?
Saio do quarto sem olhar para trás, essa conversa é sigilosa com certeza.
- Alev.
- Savas, tive uma ideia genial para finalizar minha vingança.
- O que pretende fazer?
- Vou me casar com a princesinha da Itália. Giulia será minha esposa.