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Os malditos russos não me deram um minuto de sossego desde o dia de ontem

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Os malditos russos não me deram um minuto de sossego desde o dia de ontem. Acordei com a ligação de Savas contando que haviam capturado um deles e que aguardava minha chegada para juntos extrairmos informações. O resultado foram horas de tortura em que o bastardo manteve a boca fechada até que finalmente na madrugada de hoje soltou a língua em troca de uma morte rápida.

Dois dias sem ver minha mulher, distante do seu corpo, seu cheiro, daquele sorriso maravilhoso e língua afiada. Horas de saudade misturada com medo... Apesar dos seguranças atualizarem seu status a cada quinze minutos, algo dentro de mim martela como um mau agouro, um prenúncio de que o perigo está mais próximo do que posso prever...

Sentado no banco de trás do carro me permito respirar e colocar os pensamentos em ordem. Me dou ao luxo de ir com o motorista apesar de optar sempre por dirigir hoje estou cansado, com uma inquietação no corpo, e quero guardar as energias para minha esposa. Ligo para meu restaurante preferido e ordeno que atendam exclusivamente Anna e eu esta noite. Necessito estar com ela, receber seus beijos e carinhos, ouvir sua voz, me afundar em seu corpo. Disco seu número mas cai direto na caixa de mensagens. Estranho. Um arrepio percorre minha nuca.
Segundos depois uma ligação do segurança me põe em alerta:

- Fale.

- Capo, a Senhora sumiu.

Um estalo em minha cabeça envia um choque por todo o corpo fazendo meu sangue galopar nas veias.

- Como assim sumiu porra?

- Acreditamos que ela estava dentro da casa mas ao verificar não a encontramos.

- Se minha mulher não aparecer vou fazer vocês acreditarem na minha ira!

Vermelho. Vejo tudo vermelho em minha frente. Onde ela pode estar? Será que fugiu de mim? Fiz algo errado? A pressionei sobre ter filhos? Não... Anna não seria cruel a ponto de fazer isso comigo... Mas, Dom Fiore, ele pode ter sequestrado minha mulher, ou talvez os russos...
Só de imagina-la nas mãos desses infelizes minha cabeça esquenta a ponto de explodir.
Então lembro do rastreador que coloquei em seu telefone, sim se por sorte ela ainda estiver com o aparelho consigo saber sua localização exata. Abro o aplicativo e logo o pontinho vermelho surge na tela. Está imóvel e ainda em território turco, próximo a fronteira. Aproximo a imagem e reconheço o endereço como sendo um velho cassino abandonado.
Grito ordens ao motorista para parar o carro e sair imediatamente. Assumo a direção e me jogo em uma fúria desenfreada pelas ruas rumo ao local.

Estaciono uma quadra antes e circulo o prédio com a arma em punho. Tudo está quieto demais e isso não é bom sinal. Verifico o rastreador, Anna ainda está aqui, ou seu telefone. Me encaminho devagar, passo por passo, não posso falhar, a vida da pessoa mais importante do mundo depende de mim. Tempo depois escuto um barulho vindo do andar de cima e subo rapidamente as escadas.

Nada me preparou para aquela cena : Anna caída no chão ao lado de Dom Fiore.
O velho babava e convulsionava mas não lhe dei mais do que um olhar pois o amor da minha vida se encontrava ofegante em uma busca desesperada por ar. Me ajoelhei ao seu lado e segurei seu rosto entre as mãos. Lágrimas rolaram dos seus e um sorriso de alívio brotou naqueles lindos lábios. Analisei seu corpo em busca de algum ferimento e vi as marcas que as mãos desse desgraçado deixaram na pele alva do seu pescoço. Dom Fiore tentou mata-la.

Paixão MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora