Já tinha tomado a minha decisão, iria voltar para Londres e finalmente esquecer o que havia passado e superar meu trauma. Eu já tinha se machucado demais e já não era mais nenhuma criança para desperdiçar os seus dias remoendo o passado. Já tinha 25 anos e teria que seguir em frente...querendo ou não.
- Assim você me magoa. – Bo Gum puxa de leve um pedaço do meu suéter. – Não passei mais de 12 horas em um avião para ser ignorado.
Depois da ligação no qual havia chorado igual á um bebe para o amigo, Bo Gum correu para resolver algumas pendencias em Londres e voar de volta para sua terra natal depois de tantos anos fora.
- Desculpa Hyung. – Me arrasto ao longo da minha cama até alcançar Bo Gum, que estava esparramado com uma cara de quem não dormia a séculos. – É que estou com muita coisa na cabeça, não estou conseguindo organiza-los.
- Ei, você sabe que pode conversar comigo. Não precisa suportar todo o peso sozinho.
- Eu sei. – Não conseguia disfarçar o embargo em minha voz, meus olhos ardiam pelas lagrimas contidas.
- Pode chorar TaeTae, vou estar aqui para seca-las. Sempre.
E como se tivesse apertado um botão dentro de mim, as lagrimas que segurava com tanto fervor caem livres acompanhadas de soluços e solavancos que meu corpo dava a cada gemido agoniado. Tudo aquilo ainda doía demais, não imaginava que os meus sentimentos ainda estavam tão frescos.
- Você estava certo hyung, foi um...um erro voltar. – Odiava o quão lamentável e miserável estava sendo. Eu tinha lutado tanto para matar o velho Kim Taehyung, mas ele era mais forte do que eu sequer imaginava.
- Acho que você precisava desse choque, só assim para perceber que nenhum deles vale a pena. – Sua mão quente como o sol afagava meus cabelos com carinho e doçura. Como havia sentindo falta do seu toque.
- Como sempre você tem razão. – Encaixo meu corpo ao seu e o abraço como se não houvesse amanhã. – Nunca mais irei ignorar seus conselhos hyung, eu prometo.
- Nem sempre estou certo meu amigo, mas a vezes nós temos que reconhecer nossos erros. E você tem que aprender a fazer isso. – Um pequeno, mas singelo sorriso finalmente dá as caras naquele rostinho bonito.
- 'Tava sentindo falta do seu sorriso.
- Para. – Me empurra para longe rindo. – Assim me apaixono. – Diz manhoso.
- Credo hyung. – Pela primeira vez em muito tempo sorrio de verdade. – Vamos voltar para casa. – Aproximo-me novamente e seguro ambas suas mãos.
- Claro que vamos voltar, mas antes você precisa fazer uma coisa. – Seu semblante e tom sérios me fez sentir que eu não gostaria nada daquilo.
- O que Bo Gum?
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Um toque quente, palavras sussurradas por uma voz doce e um tanto aveludada acariciava os ouvidos de Taehyung, que dormia como não dormia a dias.
- Acorda. – Um leve toque em seu ombro o puxa do mundo dos sonhos. – Seu celular está tocando Tae.
Abrindo os olhos com muita dificuldade, Taehyung rola sobre o colchão e dá de cara com um Bo Gum de rosto amassado pelo sono e algumas marcas pela bochecha provavelmente feitas pelo travesseiro.
- Isso não é justo. – A voz rouca pelo sono ecoa pelo espaçoso e luxuoso quarto de hotel. – Ninguém deveria ser tão bonito ao acordar.
- Por que esse elogio do nada? – Ri voltando a se acomodar nos travesseiros ao lado do amigo. – O que foi, 'tá carente?
- Não idiota, só que ultimamente estou começando a perceber algumas coisas. – Seus olhos viajam pelo rosto do amigo registrando em sua mente cada traço do mais velho. – Já disse que senti muito a sua falta nesses últimos dias?
- Já, um quadrilhão de vezes. O que está acontecendo Tae, você está estranho?
- Sei lá Bo Gum, não sei como te responder. – Perde o olhar no teto do quarto e viaja pelas memorias perdidas do passado.
O toque do celular puxa Tae de volta a realidade e ao ver o nome do irmão no visor do Iphone traz à tona a raiva já algum tempo esquecida.
- Atende e diz que morri. – Vira para o outro lado da cama e cobre a cabeça com o cobertor pesado esperando o amigo atender o celular.
- Por que caralhos eu faria isso? Atende logo essa merda Tae.
Bo Gum puxa os cobertores de cima de Taehyung e quase enfia o celular na cara do mais novo, a coisa que Bo Gum mais odiava era ver o acinzentado ignorando o irmão, principalmente sabendo o quão infantil Kim Taehyung conseguiria ser.
- Eu não vou atender. – Jogo o celular na ponta da cama. – Não 'tô a fim de me estressar. – Tenta voltar para debaixo das cobertas, mas Bo Gum insistentemente segurava as cobertas até que sua paciente se esgota e com um único empurrão, leva Taehyung ao chão num baque alto. – ESTÁ MALUCO?! – Esfregava suas costas onde tinha sofrido o maior impacto.
- A gente não vai embora enquanto você não se acertar com o seu irmão e com aqueles dois.
Relembra o pedido - ordem- que tinha feito anteriormente antes de ambos caírem no sono, vencidos pelo cansaço.
- Eu já disse que NÃO. – Levanta com um pouco de dificuldade. – Não sou obrigado a nada Park Bo Gum, vou comprar nossas passagens para amanhã e fim de papo.
- Então é assim que vai ser? – Semicerra os olhos e se levanta lentamente, deixando Taehyung em alerta.
- Você acha que tenho medo de você? – Ri ao ver a cara de sério que Bo Gum tentava fazer, mas o riso preso denunciava que nada daquilo era realmente sério. – Eu. Faço. O. Que. Me. Der. Na. Telha.
-Qual é Tae. – Se desfaz da cara de durão. - Faz isso pelo menos por mim, mas principalmente por você. Assim que conversar com eles e colocar todas as cartas na mesa, ai sim você vai finalmente conseguir seguir em frente.
- Mas Bo Gum...
- Você lembra que disse que nunca mais darias as costas para os meus conselhos? – Rodeia a cama e aconchega o corpo do amigo ao seu. – Eu sei que não foi uma promessa vazia.
-Não foi.
-Então, você vai cumprir com a sua promessa em me ouvir?
- Vou. – Após alguns longos segundos de hesitação, Taehyung finalmente sede ao mais velho.
- Ótimo, agora ligue para o seu irmão.
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Forbiden Love {Taeyoonseok}
FanficTaehyung não conseguia se lembrar do exato momento em que se tornara amigo de Yoongi e Hoseok ou nem de quando começara a nutrir sentimentos por ambos. Mas de uma coisa ele tinha certeza, o sentimento que tomava conta de si a cada dia, o destruía o...