2 | ѕτяοиgєѕτ

62 6 1
                                    

ʟɪᴀ ᴇsᴛʜᴇʀ ᴅᴇɪɴᴇʀᴛ ᴜʀʀᴇᴀ

ғʀɪᴅᴀʏ, 04:29ᴘᴍ.

Segurei seu pulso com força, desviando de seu soco e lhe dando uma rasteira.

Na defensiva, evitei aproximar-me do indivíduo deitado no chão. Rapidamente, ele me acertou em cheio na boca do estômago e fui para trás com o impacto do chute, procurando firmar meus pés na grama sintética, mas falhei, caindo.

Gemi de dor, enquanto tentava pensar em uma maneira de fazê-lo cair novamente. A dor muscular não me favorecia, e estava deixando-me em uma circunstância desvantajosa, estando difícil de ignorar.

O agente Mandon Rey — pai de Natasha — se aproximou de mim, estendendo os braços para frente, na intenção de me ajudar a levantar. Logo, não baixei a guarda e tive uma ideia.

Agarrei ambos seus antebraços com firmeza, reuni força nos pés e nas pernas para chutá-lo no quadril e lhe impulsionar para minha retaguarda, e assim o fiz com certa dificuldade. Ele era pesado e alto, tinha mais força e experiência que eu.

— Você ganhou essa, Esther, parabéns! — falou, levantando-se do chão e batendo as mãos uma na outra para limpar.

Minha mãe, a agente Deinert, sorriu brevemente para mim, á poucos metros do campo de treinamento. Conhecia aquele sorriso que dizia "Está indo bem", e apenas com isso, já sábia que ela estava satisfeita com meu desempenho em campo.

Fui beber água e passei por ela no caminho, que disse:

— Você está evoluindo na luta corpo á corpo, agente Urrea.

— Fico feliz por seu reconhecimento, agente Deinert. — Respondi com um aceno de cabeça, saindo em seguida.

Dentro do FBI, não éramos mãe e filha; éramos apenas a agente Deinert e a agente Urrea. Sempre que nos esbarramos nos corredores, apenas recebíamos uma reverência rápida ou um aceno de cabeça, acompanhado de um sorriso de canto, normalmente.

Jamais estranhei a formalidade que nossa família tinha em trabalho, apenas sabíamos separar o profissional do pessoal, algo que a maioria dos agentes deveria fazer.

Na volta ao campo, notei que Arthur estava indo na mesma direção.

Assim que chegamos, Alex nos chamou para perto.

— Quero que treinem aquela técnica que envolve parada de mão — disse. — Urrea e Jeong, fiquem de frente um para o outro. — O obedecemos e dei um passo grande para trás, já familiarizada com o esquema. — Urrea, você vai fazer uma parada de mão na frente do agente Jeong, apoiando as suas pernas nos ombros dele. Jeong, você vai segurar as pernas dela e apoiá-las em seus ombros, e você, Urrea, vai firmá-las e concentrar força no abdômen para subir seu tronco, certo? — assentimos. — Quando estiverem prontos.

Joguei o peso do meu corpo em meus braços, elevando as pernas para o alto. Arthur segurou meu tornozelo, apoiando minhas pernas em seus ombros sem muito esforço.

— Posso subir? — questionei, ainda com a palma da mão no chão, já sentindo pinicar minha pele.

— Quando quiser.

Impulsionei meu tronco para cima, e Arthur pediu para que eu segurasse sua nuca para facilitar o processo.

Fiz o que ele havia peço, e olhei para Alex.

— Faça esse abdominal dez vezes se conseguir.

Desci o tronco novamente, sentindo meus músculos do abdômen doerem pela força exigida. Subi e desci as dez vezes, sentindo minha cabeça girar. Coloquei as mãos no chão, descendo as pernas em seguida. No momento em que me pus de pé, meu corpo inteiro fraquejou.

Jeong viu e segurou-me, colocando um braço ao redor da minha cintura, antes que eu pudesse ir de encontro ao chão novamente.

— É a labirintite, não é nada demais — murmurei.

— Não sei como você tem coragem de dizer que não é nada, quase desmaiando. — Balançou a cabeça negativamente. — Vem, vou levar você para a enfermaria. — O impedi de me pegar no colo.

— Eu consigo ir sozinha. — Contestei.

— Claro que consegue — debochou, me tirando do chão e caminhando para fora do local. — Deveria parar de ser tão teimosa e aceitar ajuda, Urrea.

— Ser a mais forte requer alguns esforços e sacrifícios — disse, desviando o olhar dele.

— Sabe que é impossível ser a mais forte. Você tem suas próprias habilidades, não precisa ficar treinando mais do que o seu corpo aguenta. — Explicou, e bufei, revirando os olhos de tédio.

— Não quero discutir isso com você, Arthur. — Aleguei.

— E nem vai, porque você vai descansar agora. — Me deixou na cama mais confortável da enfermaria, retirou meus coturnos dos pés e tampou-os com um cobertor. Ele virou-se para trás, mas segurei sua mão.

— Fica aqui? — pedi.

— Claro, eu só ia fechar um pouco as persianas — falou, soltando minha mão. Ele fechou as persianas e puxou uma poltrona para mais perto da maca, se sentando em seguida. — Já descobriram quem vazou as informações? — questionou.

— Não, ainda não. — Suspirei, passando as mãos pelo rosto. — Enzo pretendia interrogar um dos carcereiros que tem as informações diretas, mas não sei se ele conseguirá.

— O Enzo é o prodígio do FBI, e ótimo no que quer que seja designado a executar. — Arthur deu um leve sorriso.

— É, verdade. Mas, ainda sim... — Maneei a cabeça, olhando através da janela. — Como está o seu pai?

— Bem, eu acho. — Coçou a nuca. — Nós andamos meio distantes ultimamente, ele pega vários casos e missões, e raramente nos vemos em casa.

— Como sua mãe fica com isso? — perguntei, mantendo o timbre leve.

— Não se importa, porque na maioria das vezes, saem em missões juntos. Passo alguns dias em casa sozinho, mas sei me virar. Só é... Estranho ficar sozinho tantas vezes. — Desabafou.

— Eu sei como se sente, Arthur — falei, empática. — Lembra quando meus pais tiveram que ir para Colima, e Liam e eu tivemos que ficar sozinhos por quase dez dias?

— Sim — assentiu. — Eu, minha mãe, Stephanne e o tio Josh íamos para sua casa, passar um pouco da tarde no final de semana, e em dia de semana, você ficou na casa da Natasha e o Liam, lá em casa, não era?

— Era — sorri com a lembrança. — Se você se sentir solitário... Pode conversar comigo. Eu passo a maior parte da tarde sem fazer nada mesmo — ri, tentando disfarçar meu nervosismo.

— Pode deixar, Lia. — Ele sorriu mostrando os dentes. Meu estômago deu voltas quando ele chamou-me pelo primeiro nome.

Nem todos chamavam-me pelo meu primeiro nome, e raramente o utilizava. Preferia que me chamassem de Esther, do que Lia, mas eu havia acabado de abrir uma exceção para Arthur, sem perceber.

— Desculpe, eu sei que você não gosta que lhe chamem de Lia e...

— Está tudo bem, de verdade! — o interrompi, vendo ele relaxar.

— Não quero que você se sinta desconfortável comigo — disse.

— Nunca me sentiria desconfortável com você — garanti.

Eu não podia estar tão próxima de Arthur, sabendo que havia outra pessoa gostando dele, mas ao mesmo tempo que sabia que era errado, parecia certo.

[...]

no chutômetro, quem vcs acham que gosta do Arthur?

— Isa <3

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora