13 | ιиτєℓℓιgєиτ мιи∂ѕ

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ʀᴀᴄʜᴇʟ ᴍɪʟʟᴇʀ

sᴏᴍᴇᴡʜᴇʀᴇ ɪɴ ᴜsᴀ, sᴀᴛᴜʀᴅᴀʏ, 04:47ᴀᴍ.

O vento frio e noturno do mês de Janeiro soprava no alto da sacada.

Fitando ao redor, segurava meu walkie-talkie próximo á boca. 

— Rachel, nós precisamos que você venha para a sede o mais rápido possível. — A única mulher infiltrada em meu esquadrão se pronunciou. 

— E eu preciso que vocês desviem o foco do esquadrão secundário e finjam que o esquadrão primário não existe. Queremos coisas diferentes, Marianna, e espero que sigam as minhas ordens.

— Vamos ser descobertos? — perguntou um terceiro indivíduo.

— Se forem espertos, não, mas é de extrema importância que vocês tomem cuidado com alguns membros do esquadrão secundário e do primário, principalmente a Beauchamp — disse. — Vocês sabem, ela pode não ser tão boa em campo, mas a garota não está tão longe de descobrir a minha verdadeira identidade, e eu não estou incluindo o pseudônimo.

— Quais outros agentes do esquadrão secundário estão em Yuma? — Marianna perguntou.

— Jeong e Hidalgo. — Disse, olhando ao redor. — Assim que receberem a ordem para eliminar qualquer um dos agentes do esquadrão secundário, foquem na Wang, no Hidalgo e no Jeong. Pela pouca idade, pode não parecer, mas eles são espertos o suficiente pra sacar tudo.

— O Paliwal está em um patamar maior do que esses três, não vamos ter que colocá-lo na equação também? — o agente perguntou, e revirei os olhos por estar tão perdido no assunto.

— É uma estratégia, Harry! — Marianna alegou. — Michael é mais próximo do Jeong e da Wang, e caso aconteça algo com eles, ele não vai conseguir agir racionalmente, e se o Hidalgo seguir no mesmo rumo, também não.

— Os pais dele são os melhores estrategistas de toda aquela firma, então, não subestime nenhum dos oito — Relembrei. — Nenhum deles é fraco ou incapacitado.

— O que vamos fazer, então? — questionou Harry.

— Reúnam-se na sede daqui á dez dias, e acionem o alerta vermelho. — Informei. — Vou montar um plano com base nas informações que estão chegando até mim.

— Tem mais uma coisa, Rachel — Harry começou, incerto.

— O agente Labelle foi descoberto por quem comanda você. — Marianna revelou, com a voz trêmula. 

Embora todos do esquadrão merecessem, não iria dar esporro apenas naqueles dois na linha do walkie-talkie. E dar bronca em uma grávida no início da gestação não era algo humano á ser feito — além de que Marianna era extremamente competente. 

— Ele sabe das consequências e mesmo assim, resolveu agir, porque isso vai retirar o foco de quem eles estão atrás. Caso o Labelle precise entregar alguém, ele vai se entregar como parte do plano, porque sabe que não pode entregar nenhum de nós. — Comentei. — Agora, tratem de tomar cuidado redobrado com as identidades de vocês. Inventem quantos pseudônimos forem necessários, e eliminem qualquer um que esteja perto de descobrir a verdade. Estamos mais perto do que nunca de concluir essa parte da missão, não voltaremos a estaca zero por meros descuidos. 

— Entendido. — Harry afirmou, ciente as ordens dessa vez. 

— Dispensados. — Após isso, os dois que estavam disponíveis saíram da linha. 

Guardei o walkie-talkie com meus outros equipamentos, e me sentei na cadeira que dava uma visão boa o suficiente para a cidade. 

Meu celular tocou, e antes de levá-lo ao ouvido, li o nome que esperava no visor.

— Peço perdão pelo horário, Rachel.

— Sem problemas, você sabe que sempre estou acordada por volta desse horário. — Falei. — Do que precisa? 

— Identificamos Peter Labelle como um um agente independente, e o interrogamos tempo suficiente para saber que ele tem filiação a sua equipe. — Informou. — Eu confiei á você o objetivo de fazer com que o foco não seja voltado para mim, de maneira que eu não precisasse me incomodar com desconfianças.

— E estou cumprindo com a minha função. Embora não pareça, o Labelle presta boa parte de sua fidelidade ao nosso esquadrão. — Rebati.

Houve silêncio do outro lado da linha telefônica.

— O mesmo declarou ser o chefe do esquadrão de agentes infiltrados, o cargo que você exerce, mas nenhum dos agentes presentes no interrogatório pareceu acreditar no que ele dizia. — Contou. — Eu disse para não subestimar a capacidade de raciocínio de nenhum deles, principalmente da Hidalgo e do Gonzalez, não é qualquer um que consegue fazer a cabeça daqueles dois.

— Nem eu e nem ninguém do meu esquadrão os subestimou, muito pelo contrário, levamos em conta as habilidades de todos eles, principalmente os que são hábeis com o psicológico. — Argumentei. — Acredito que seja você quem está subestimando meu esquadrão.

— Se eu confiei á você e a sua equipe, a tarefa de tirar o foco de todos eles, é justamente porque eu acredito que são capazes. Mas nesse caso, todo cuidado é pouco e você sabe disso melhor do que ninguém. Se for preciso assumir sua identidade para preservar a minha, assuma, afinal, queremos a mesma coisa. Demais informações serão fornecidas logo pelo começo da tarde, se mantenha e mantenha toda a sua equipe atenta.

— Entendido. — Afirmei.

Aguardei a chamada ser encerrada e guardei o celular no bolso.

Desferi um soco no pilar de ferro da sacada, e o impacto do soco fez com que o ferro ficasse amassado e entortado. Minha mão estava vermelha, mas não me importei.

O foco era que o Labelle executou um plano diferente do combinado e se entregou de propósito. Se ele quisesse, poderia entregar todo o esquadrão, somente para não desviarem o foco da pessoa errada, para que a certa continuasse executando seus planos.

Mas a resposta para essa dúvida, foi o mesmo ter se denominado o líder do esquadrão de infiltrados, logo, ele estava conspirando em conjunto comigo, mas de sua maneira. 

As investigações de Stephanne provavelmente estavam chegando até mim, e com outra pessoa assumindo a culpa e a identidade de chefe, o verdadeiro indivíduo por trás de tudo não precisaria se preocupar com nada. Com isso, teria mais tempo de elaborar a logística do planejamento.

Foi a merda de uma jogada de mestre.

— No fim, você não foi um completo inútil. — Esboçei um sorriso de canto, levemente satisfeita com o rumo que as coisas estavam tomando. — Mais esperto do que imaginei, Labelle. 

Beberiquei um gole do vinho tinto seco, o qual só bebia quando um plano estava prestes a se concretizar. Balancei o líquido pela metade que ainda estava dentro da taça, pensando em qual seria o próximo comando atribuído á mim.

[...]

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora