20 | вιzαяяє αи∂ яιѕку

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ɴᴀᴛᴀꜱʜᴀ ᴍᴀɴᴅᴏɴ ᴘʟᴏᴛɴɪᴋᴏᴠᴀ

ᴛʜᴜʀꜱᴅᴀʏ.

A maioria dos funcionários do hotel nos encaravam espantados.

Era compreensível, afinal, não é todo dia que um hotel recebe um grupo de vinte pessoas para serem hospedadas.

Fui chamada por Ellyse até o balcão da recepção, e mesmo sem entender o motivo, andei até lá, desejando que o check-in fosse rápido, pois assim, eu poderia deitar na cama do quarto, pedir qualquer besteira para o jantar e ficar á toa.

— Preciso dos nomes de vocês, e de qual agência são. — Um cara, quase da nossa idade, anunciou.

— Meu nome é Natasha Mandon, e ela é Ellyse Wang, somos parte do FBI. — Falei, controlando a vontade deselegante de apoiar os braços no balcão e encostar a cabeça.

Ele digitou mais algumas coisas, e nos entregou um cartão com o número do quarto.

— Quarto 615. Só vocês poderão utilizar esse cartão, mais ninguém. Caso o percam, terão que pagar uma multa de quinhentos dólares. O serviço de quarto estará disponível das nove da manhã até a uma da madrugada, e o número está em um panfleto na mesa do quarto. — Explicou. — Aproveitem a estadia!

— Obrigada! — Ellyse fora a única com a decência e educação de agradecê-lo. A mesma estendeu o cartão para mim, entregando o objeto. — Vai indo na frente, preciso falar com o Enzo.

— Quer que eu leve sua mala? — ofereci, e ela negou, agradecendo e saindo em seguida.

Por seu temperamento dentro do FBI, podia não parecer, mas Ellyse era sem dúvidas uma das pessoas mais educadas que eu conhecia, com pessoas mais velhas e/ou desconhecidas.

Peguei a minha mala e fui em direção ao elevador, trombando com uma mulher ao entrar.

— Perdão! — falei logo de cara, já me sentindo culpada, ao ter sentido sua barriga. Ela estava grávida, e parecia estar no trimestre final da gravidez. — Você se machucou?

— Não, tá tudo bem! Eu que sou um pouco distraída mesmo — informou, passando a mão pelo ventre, e com a mão livre repousada nas costas. — Desaprendi a viver normalmente, depois que a minha barriga começou a crescer. — Riu de si mesma, e lhe acompanhei.

— Está de quantos meses? — perguntei, curiosa.

Geralmente, eu sempre puxava assunto com pessoas estranhas e aleatórias que me davam brecha para conversar ou coisa parecida. Considerava-me uma pessoa comunicativa.

— Sete. — Respondeu.

— Pelo formato da sua barriga, acho que é uma menina. Acertei? — deduzi, e ela sorriu, assentindo.

— Sim — afirmou. — O nome dela é Allyssa.

— Você é uma agente, né? — indaguei, fugindo totalmente do assunto inicial.

— Sou sim, por que? — me encarou, e só ali pude notar que seus olhos eram verdes. Ela não parecia ser tão mais velha que eu, parecia ter por volta dos vinte e três, e chutaria vinte e sete no máximo.

— Não deveria estar de licença maternidade? Acho que não poderia trabalhar, faltando dois meses para a sua filha nascer, e se você é agente de campo, deveria ter parado há um tempo. — Comentou.

A garota ficou tensa repentinamente, e estranhei. Apenas fizera uma pergunta, e havia cuidado para não ser invasiva ou indelicada com ela, pois sabia o quanto grávidas poderiam ser sensíveis demais, por conta dos hormônios á flor da pele, ainda mais perto de dar a luz.

— Bom, meio que exigiram a minha presença aqui, para a festa de amanhã. E depois daqui, vou entrar de licença maternidade oficialmente — explicou, e assenti. — Você é de onde?

— FBI. — Aleguei, olhando meu reflexo através do espelho. — Não cheguei a perguntar, mas qual é o seu nome? — indaguei por curiosidade, pois passaria as informações para Stephanne.

— Marianna. Marianna Blackwell. — Alegou.

— Sou a Natasha.

— Natasha era uma das opções que eu queria colocar na Allyssa. — Comentou. A porta do elevador abriu no sexto andar. Me despedi de Marianna e procurei o número do meu quarto, trazendo minha mala comigo.

Assim que entrei, a primeira coisa que fiz foi deixar minhas malas em um canto — próximo a um espelho que havia em uma das paredes do quarto — e me atirar na cama de casal enorme.

No fim das contas, poderíamos ter chamado mais alguém para dividir o quarto conosco e ainda sobraria espaço, afinal, continha uma cama de solteiro na parede próxima a janela, uma cama de casal bem no centro do quarto e outra cama na outra ponta.

Dei de ombros e continuei deitada na cama. Passar cinco horas sentada em um banco de avião era cansativo, embora não parecesse.

Estava quase cochilando, quando Ellyse abriu a porta do quarto — na qual eu já deixara destrancada — e estava fazendo alarde.

— Já estava indo dormir, Natasha? — perguntou, se atirando na cama da direita.

— Claro! Sabe há quantas noites eu não tenho um sono digno, Ellyse? — questionei, ainda com os olhos fechados e o corpo relaxado.

— Não faço a mínima ideia — respondeu. Ela pegou algo na mochila e sentou-se na cama novamente, provavelmente com um travesseiro servindo de apoio para suas costas.

— O que você tá fazendo? — perguntei.

— A Stephanne passou o bastão da investigação sobre o infiltrado para mim e para a tia Sabina, já que ela foi ameaçada. — Esclareceu, com o olhar totalmente concentrado na tela de seu notebook. — Hackeei o GPS de todos os agentes que estiveram fora de Los Angeles, enquanto eu estive em Lordsburg, e não vou descansar até descobrir como a agente Ruschel conseguiu descobrir que o infiltrado estava indo atrás de mim para me eliminar, e avisar o Michael a tempo dele ir me buscar no hotel.

— Ellyse, eu sei que não tem relação nenhuma com o que você está fazendo aí mas... Eu esbarrei com uma grávida no elevador, o nome dela é Marianna Blackwell, e ela pertence a SWAT. — Comecei, pensando em uma forma rápida de não me prolongar muito no relato. — Ela tá grávida de sete meses, e ainda está presente nas atividades como agente, e isso é contra a legislação de qualquer agência policial, tipo, do mundo! E pode ser prejudicial para ela e para a bebê, porque ela é da SWAT e trabalha com armas.

— Natasha — ela me encarou, como se algo estivesse encaixando em sua mente. — Para uma mulher grávida continuar trabalhando em uma agência policial, é só de maneira obrigatória, e eu duvido que a SWAT colocaria a vida dos agentes deles em risco dessa forma.

— Mas ela disse que só vai participar da confraternização, e que depois vai sair de licença maternidade — relembrei. Ellyse deu de ombros, fazendo uma expressão incerta.

— Ainda sim, é bizarro e arriscado pra ela.

Não deixei de concordar.

[...] 

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora