12 | мι∂иιgнτ'ѕ ѕєϲяєτѕ

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ᴇsᴛʜᴇʀ ᴅᴇɪɴᴇʀᴛ ᴜʀʀᴇᴀ

ᴘʀᴇsᴄᴏᴛᴛ, ᴀʀɪᴢᴏɴᴀ; ғʀɪᴅᴀʏ, 00:37ᴀᴍ.

— O que você tá fazendo acordada á essa hora, Lili? — Liam perguntou, atraindo minha atenção para sua cara de sono e cabelos desgrenhados.

— Nada, eu só... Fui no banheiro e acabei perdendo o sono. — Falei, o olhando.

Minhas mãos estavam sendo esquentadas pela temperatura alta da xícara que eu segurava. O suéter e o aquecedor auxiliavam no trabalho.

— Suéter confortável. Pretende devolver pro dono? — ele se sentou só meu lado no sofá, e aproveitei para esticar minhas pernas por cima das suas.

— Não, porque o antigo dono disse que agora ele pertence á mim. Que eu saiba, é falta de educação recusar presentes — argumentei.

— Lia, eu já alertei você sobre isso inúmeras vezes. — Disse. — Tanto você quanto o Arthur sabem que há o sentimento de outra pessoa no meio disso tudo.

— Eu sei, Liam — resmunguei, coçando a lateral da minha cabeça. — Já me sinto horrível o suficiente por manter contato com ele mais do que o mínimo.

— A Anne não vai fazer escândalo quando souber do quase namorico de vocês dois, mas vai ficar magoada. Ela gosta do Jeong desde muito antes de entrarmos pro FBI — comentou. — Só não esperem que ela vá aceitar numa boa.

— Ela não é burra ou cega, Liam. Já deve desconfiar — rebati, bebendo um gole do chá que fiz, cerca de alguns minutos antes.

— Admiro ela aguentar a rejeição diária e contínua do cara que ela sempre gostou, ser a agente médica do esquadrão secundário e ainda ficar responsável de descobrir quem é o ACO infiltrado.

— O fato dela ter alguém como o Enzo do lado dela, faz eu me sentir menos pior por gostar do Arthur. — Falei.

— Enzo gosta da Stephanne faz um tempo. E você gostar do Arthur e vice-versa não é o problema, o problema é o que vocês fazem á partir desse sentimento — corrigiu. — Acho que ela tá preocupada e estressada com tanta coisa, que ela sequer tem tempo de pensar nele, isso se já não largou ele de mão.

Não pude evitar sentir alívio ao pensar na possibilidade de Stephanne ter parado de gostar de Art. Tudo que eu mais queria era que pudéssemos estar livres para ter um namoro.

Apesar de toda a aproximação, tivemos que impor alguns limites para que mais ninguém desconfiasse ou não corresse o risco de que nos vissem. Sequer havíamos nos beijado.

— Não aguento mais ter que ficar tomando cuidado com a maneira que agimos perto dos esquadrões — desabafei.

— E eu não aguento mais ter que ficar guardando o segredo de vocês — informou. — A Anne é tipo, minha melhor amiga, e eu me sinto muito mal por esconder isso dela.

— Mas você é meu irmão, Liam, nós dividimos o mesmo útero, caramba!

— E você acha justo apelar para o emocional, somente por que você não tem coragem de assumir que tem um “casinho sem beijo” com o Arthur? — franziu o cenho, fazendo a mesma expressão facial que minha mãe fazia quando eu estava errada em determinada situação, e ela reprovava tal atitude.

— Não estou pedindo para que você cubra um homicídio cometido por mim, estou pedindo pra que segure essa informação por mais algum tempo. Nós vamos contar para a Stephanne, assim que voltarmos para Los Angeles. — Expliquei novamente, tentando manter a calma. — Até lá, segura sua língua perto da Natasha. Combinado?

— A Natasha não sabe? — perguntou. Balancei a cabeça em negação. — Mas ela é sua melhor amiga, Lia!

— E tem o mesmo conceito que o seu.

— Qual? A parte em que nós temos senso comum?

— Não, a parte que não entende que pra tudo na vida tem seu tempo. — Respondi. — E não sei se aguentaria vocês dois me dizendo a mesma coisa o tempo todo.

— Sabe o que é isso? Sua consciência pesando, porque você sabe que está errada — afirmou. Bufei, revirando os olhos, contrariada. — O pai faz essa mesma cara quando a mãe contesta ele, e ele sabe que tá errado. Urreas são difíceis!

Sorri fraco.

— Você também é um Urrea — falei.

— Mas prefiro Liam Deinert. — Argumentou, sorrindo. — Eu sei que não está fazendo tudo isso por mal, Esther, mas você entende que só queremos o bem de vocês três. Seu, da Stephanne e do Arthur, mas no momento, temos que priorizar o da Anne.

Soltei o ar que nem sabia que estava segurando, e assenti, olhando para um ponto fixo no chão.

— Na semana que eu fui atacada no QG, íamos contar para a Stephanne, assim que Arthur voltasse de Nashville com o Mike. — Contei. — Mas, a Anne também foi atacada e o fato de eu ter tido que fazer a apendicectomia ás pressas, não nos permitiu ter contado nada. Arthur e eu estamos sem nos falar desde sábado, após ele ter me visitado no hospital do QG. Deu, tipo, tudo errado.

— Lia, todos nós fomos criados, educados e preparados desde crianças para sermos agentes, e você sabe que quando se trata de tudo isso, nada vai sair como o planejado. — Relembrou.

— Sempre vai ter uma missão, um sequestro, tentativa de assassinato ou assassinato para impedir — complementei.

— Exato, e não vai ter como vocês planejarem cada fala meticulosamente, como se a Stephanne fosse surtar. Ela também tem consciência de que nós não temos tempo pra brigar ou questionar sobre o lado pessoal, então, assim que possível, me promete que você e o Arthur irão falar com ela.

— Liam... — estava pronta para protestar.

— Lia. — Me cortou, encarando-me com o olhar sério que eu sabia que só exibia quando a situação exigia.

— Tudo bem, eu prometo.

— Promessa de gêmeos?

Seu dedo mindinho estava estendido, e cruzei o meu com o dele, selando nosso acordo.

— Promessa de gêmeos. — Afirmei.

— Vem, você precisa descansar para se recuperar da cirurgia. — Disse, levantando e pegando na minha mão. Fiz o mesmo que ele.

— Tasha tá dormindo na cama?

— Sim, ela queria dormir no sofá, mas eu não deixei. Coloquei ela na cama e fiquei no sofá. — Deu de ombros. — Vou tentar voltar a dormir.

— Boa noite, então. — Falei.

Liam beijou minha testa.

— Não pensa muito, tá? Sei o tipo de paranóia que pode rondar sua cabeça, depois de uma conversa.

— Tá tudo bem, Lili. — Sorri, tentando o tranquilizar. — Ich liebe dich, kleiner burder.

(Amo você, irmãozinho.)

Ich auch, kleine schwester.

(Eu também, irmãzinha.)

[...]

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora