ᴍɪᴄʜᴀᴇʟ ᴘᴀʟɪᴡᴀʟ ᴍᴀʏ
ꜰʀɪᴅᴀʏ.
Já passava das duas da manhã, e as luzes automáticas do corredor do sexto andar acenderam-se quando passei por elas.
Tentando fazer o menos possível de barulho com os passos, andei até o quarto quase no fim do corredor.
Bati na porta, e após quase um minuto, escutei o barulho do cartão destrancando a porta do lado de dentro.
— Entra — falou a pessoa que eu queria ver acordada.
Abri a porta do quarto devagar, encontrando a garota sentada na cama de solteiro da minha esquerda, com um travesseiro para apoio das costas, pernas cruzadas e notebook no colo. Ela sequer reparou na minha presença, embora soubesse que era eu.
Quanto a sua colega de quarto, estava dormindo em um sono visivelmente pesado na cama de casal, ocupando somente um lado do móvel.
— Não achei que fosse você — Ellyse disse, finalmente retirando o foco do notebook e me encarando. — Muito menos que estivesse acordado á essa hora.
— Não sabia que era eu? — franzi o cenho. — Você basicamente abriu a porta para alguém que não sabia quem era? Sabe que esse hotel está repleto de agentes que podem te matar bem fácil, né?
Ellyse revirou os olhos e levantou um pouco da blusa, o suficiente para eu conseguir ver a arma no cós da calça.
— Satisfeito? — abaixou a blusa pela barra, com o semblante entediado na minha direção. — Por que está aqui, Michael? Não deveria estar dormindo?
— Se você está tão incomodada assim com a minha presença, eu vou voltar para o meu quarto, então — cruzei os braços.
— Não foi isso que eu quis dizer e você sabe muito bem disso — afirmou, encarando-me com os olhos negros como se quisesse me matar, e pudesse o fazê-lo quando bem entendesse. — Só achei estranha a sua visita. E mais estranho ainda como você sabia que eu estaria acordada.
— Mandei uma mensagem e seu celular recebeu a mensagem, logo, você sempre coloca seu telefone no modo avião para evitar rastreamento. — Falei, e ela fez uma cara como de quem estava surpresa, mas sem olhar para mim.
— Parabéns, stalker — disse, de maneira debochada.
— O que você tanto faz nesse notebook? — perguntei, indo para a cama onde ela estava acomodada e sentando-me ao seu lado, de forma que eu conseguisse ver o que ela estava vendo no notebook.
— Investigações — respondeu, como se fosse óbvio. — Como a Stephanne estava sendo chantageada e não podia parar com as investigações, ela passou a responsabilidade para mim e para a tia Sabina.
— Quem mais sabe disso? — questionei.
— Além da pessoa para quem estou fazendo isso, da pessoa que está me ajudando e o marido dela, você e a minha colega de quarto? Ninguém mais, eu espero — respondeu.
— Já descobriu alguma coisa? — indaguei.
— Não, mas tem uma coisa que tá me deixando com uma pulga atrás da orelha — disse. — Seguinte, pensa comigo, como a Michelle soube que o infiltrado estava indo atrás de mim em Lordsburg e conseguiu avisar você, antes que ele pudesse me matar? Quer dizer, considere que ela está cerca de quase onze horas na frente do infiltrado, e ele não esperaria muito, afinal, era só ir lá e me matar, não precisaria de um plano estratégicamente elaborado para eliminar um agente. — Explicou.
— Ellyse... Não foi a Michelle que me avisou sobre o infiltrado, foi a Yonta, que soube pela Stephanne. Ela passou a lista de todos os agentes que estavam em missão fora de Los Angeles, e sabíamos que a Ruschel tinha chegado em Roadforks depois de irmos para Nogales. — Contei.
Logo Ellyse começou a escrever freneticamente no notebook, e não tive tempo de acompanhar o resultado de suas pesquisas.
— Não, Michael, a Michelle não chegou em Roadforks depois de termos saído de Lordsburg, porque ela estava lá antes mesmo de eu sair em missão. A Anne colocou um rastreador no carro de todos os agentes que tem contato direto com a Yonta. — Ela mostrou o registro de atividade do rastreador que estava no carro da agente Ruschel.
A data não coincidia com a data em que Michelle alegou chegar em Roadforks.
— E essa é a distância entre Roadforks e Lordsburg de carro — mostrou-me no GPS. — Por que ela teria mentido? Segundo, eu fiquei em Lordsburg por uma noite, e se ela estava lá bem antes de mim, algo poderia ter acontecido logo nas minhas primeiras horas lá.
— Não sei, Ellyse... Eu particularmente não vejo motivos para ser a Michelle, até porque ela viu a maioria de nós crescer, dentro do FBI.
— Michael, eu não estou dizendo que ela é o infiltrado, mas sim que não tem motivos para que ela ter mentido. — Argumentou. Levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro, pensando.
— Podemos pedir para a Yonta interrogar o agente Labelle, pra ver se ele abre o bico — sugeri.
— Não acho que ele vá falar alguma coisa, e sequer creio na possibilidade da Yonta aceitar essa ideia, caso algum de nós peça. — Suspirou. — A não ser que a tia Sabina peça no nosso lugar, ela consegue persuadir a Yonta e a maioria sai ganhando.
— Mas você vai fazer isso amanhã, porque caso não saiba, já é quase três da manhã — deitei na mesma cama onde Natasha estava, mas do lado oposto.
— Vou continuar pesquisando e revendo históricos, pra ver se eu encontro ou descubro mais alguma coisa — afirmou.
— Deixa de ser teimosa e vai tentar dormir, Ellyse, amanhã nós vamos ter uma noite extremamente cheia! — estava quase ao ponto de implorar para ela desligar o notebook.
— Não. — Disse. Simples assim. — Se você está cansado, pode dormir aí, eu não me importo, e acho que a Natasha também não vai.
— Você me deixa louco, sabia, Wang? — falei.
Em resposta, vi um sorrisinho brincalhão e sacana formar-se em seus lábios desenhados.
— É claro que eu sei, por isso te irritava de propósito. — Confessou, dando de ombros em seguida.
Revirei os olhos.
Apesar de termos começado a nos dar bem e ela ser importante para mim em todos os sentidos, ainda haviam alguns momentos específicos onde ela gostava de testar minha paciência e ser um pouco desagradável, e é claro, eu sempre caía na dela.
E acreditava que sempre iria cair.
[...]
se tiver bastante comentários, o próximo vem ainda essa semana 🗣️
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𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈
Acak+ now united x oc | onde é a vez dos filhos dos melhores agentes serem parte do FBI.
