18 | τнє єϰρєϲτє∂

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ʟɪᴀ ᴇsᴛʜᴇʀ ᴅᴇɪɴᴇʀᴛ ᴜʀʀᴇᴀ

ᴡᴇᴅɴᴇsᴅᴀʏ.

— Anne, preciso falar com você — a chamei, assim que a mesma fechou a porta do seu armário.

— Sobre o quê? — perguntou, e me encarou.

— Eu queria perguntar se você... Ainda gosta do Arthur — falei, incerta.

Ela escorou seu corpo no armário, e pareceu pensativa.

— Gosto, mas já desisti dele — deu de ombros. — Se ele não sente o mesmo, não tem motivo para insistir ou continuar me submetendo á um sentimento que não é recíproco. Mas, por que a pergunta?

Mordi o lábio inferior, nervosa e sem saber como explicaria a minha situação atual com o garoto que ela sempre gostara.

— Ste... Eu e o Arthur estávamos esperando essa coisa toda de agente infiltrado, viajens e tudo mais, porque queremos começar a namorar. — Revelei. — Liam conversou comigo, e disse para que eu falasse com você o mais rápido possível.

— Ah... — murmurou, surpresa. Pude ver seu brilho sumindo, e praguejei mentalmente por isso. Ela ainda tinha esperanças e eu acabara de esmagá-las. — Entendi.

— Tudo bem pra você, ou quer que a gente se afaste? Não vou ter um relacionamento com ele, sabendo que você está desconfortável conosco e...

— Esther, não! — ela me cortou. — Vocês se gostam, querem ter um relacionamento, e eu não vou impedir isso! Vocês merecem ser felizes, e eu... Esqueçam de mim, como eu disse, já desisti do Art.

— Só é possível parar de gostar de alguém, caso você esteja gostando de outra pessoa — argumentei, seguindo uma linha de raciocínio. Quando olhei para ela, sorria timidamente. — Anne?

— É isso mesmo — riu.

— Quem é? — perguntei, curiosa.

Antes que ela pudesse responder, Enzo entrou pela porta do vestiário e foi me cumprimentar, quando me viu próxima aos armários.

— Quanto tempo, dona Esther — brincou, dando um beijo na minha bochecha. — Espero que não tenha matado a aula de luta corpo á corpo, ontem.

— Muito engraçado, Enzo — imitei uma risada, e ele balançou a cabeça negativamente.

Para Stephanne, ele a puxou pela cintura — ato no qual ela se assustou — e beijou o topo de sua cabeça, e pude ver ela se derretendo em vergonha por dentro.

Já tinha sacado. Enzo gostava de Stephanne — algo que a maioria já havia notado —, e Stephanne de Enzo.

Enzo não era de se descartar, e se eu já não estivesse gostando de outrem, me apaixonaria facilmente pelo Hidalgo, isso somente falando de físico.

Analisei meu amigo, e notei um pequeno hematoma quase que imperceptível em sua testa.

— O que houve aí? — apontei com o queixo para o hematoma. Ele colocou a mão por cima.

— Isso aqui? Foi obra da Stephanne — disse. — A maluca achou que alguém tinha invadido o QG e me atacou, pensando que eu fosse um ACO. Ainda deixou um na minha costela, e eu tive treinamento depois — explicou.

— Eu já me desculpei fazendo os curativos, bocó! — justificou-se. — Tô atrasada pro treino de ataques, e se eu demorar, o agente Mandon Rey vai me fazer lutar hoje. — Pegou sua garrafa d'água e deixou a mochila dentro do armário.

Ela se despediu de nós dois com acenos, mas antes de sair, Enzo disse:

— Hoje é dia de tacos, e minha mãe exigiu sua presença.

Anne apenas assentiu com um sorriso no rosto e logo saiu, deixando apenas eu e o moreno no cômodo.

— Já vou indo também — avisei, e apenas maneei a cabeça, saindo do cômodo.

Enquanto caminhava até o último andar do prédio, senti duas mãos tapando meus olhos.

Somente pelo perfume, já sabia identificar quem era.

— Arthur, você tá atrasadíssimo pro treino de disfarces! — reclamei com o mesmo, assim que me virei para encara-lo.

Despreocupado como sempre.

— Não posso passar pra dar um beijo na minha futura namorada? — perguntou, indignado. Revirei os olhos, e cruzei os braços, assumindo uma expressão brava para ele entender a gravidade da situação. — Amo quando você fica com essa cara de durona, porque quem vê, pensa que é assim o tempo todo.

— Sabe o que você é, Arthur Morris? Um idiota — falei, e ele sorriu, achando graça da situação.

— E eu sei que você gosta que eu seja um idiota, Lia Urrea — ele puxou meu corpo para perto do seu, e depositou um beijo rápido e casto na curvatura exposta do meu pescoço.

— Falei com a Anne — contei.

— E aí?

— Ela levou numa boa. E, pasmem, ela gosta do Enzo. — Revelei.

— Eu já sabia — piscou para mim.

— Como?! Eu sou sempre a última a saber dessas coisas, não é justo — fiz bico.

— Seja mais discreta, linda — pediu. — Eu soube porque durante o período em que estávamos em Yuma, ele deixou escapar. Disse que estava meio decepcionado por ela não dar a mínima para ele, e enxergá-lo apenas como um amigo.

— Mal sabe ele — ri. — Tá, Art, agora é sério, vai pro treino!

— Você é tão mandona, Deinert — resmungou, e lhe encarei feio. — Nos vemos depois. — Beijou a minha testa, e saiu andando.

Segui meu rumo até a área externa, e assim que cheguei, gelei ao ver que minha mãe estava fazendo uma participação especial, e notou meu atraso.

Eram somente três agentes, contando comigo. Stephanne e Natasha.

— Agente Urrea, venha aqui e mostre como se desvencilhar de um  mata-leão — minha mãe chamou minha atenção.

Sem saída, levantei e fui até o gramado, onde o agente Mandon Rey estava esperando.

Ele colocou um dos braços em torno do meu pescoço, me puxando para trás e fazendo-me utilizar seu corpo como apoio para o meu.

Uni forças no meu cotovelo esquerdo, e acertei o mesmo na costela, e ele me soltou.

— E é assim que você se desvencilha, caso algum ACO te pegue por trás — disse a agente Deinert. — Obrigada pela demonstração, agente Urrea. Pode se sentar!

Agradeci com um aceno de cabeça aos dois agentes, recebendo uma piscadela sutil da loira mais velha, junto de um leve sorriso.

Assim que me sentei novamente, fiz uma nota mental de agradecer a mãe de Stephanne e minha dinda, vulgo Any Gabrielly, por ter me ensinado esse golpe quando eu era mais nova.

[...]

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora