16 | нι∂∂єи ѕϲαяѕ

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ᴍɪᴄʜᴀᴇʟ ᴘᴀʟɪᴡᴀʟ ᴍᴀʏ

ᴛᴡᴏ ᴅᴀʏs ʟᴀᴛᴇʀ, 12:58ᴘᴍ.

Ellyse e eu estávamos treinando desde cedo. Ela estava se saindo melhor do que o esperado.

— Lateral! — falei.

Sua perna direita foi em direção á lateral esquerda do meu corpo, e antes que ela pudesse me atingir, a segurei firme.

Em um rápido movimento, ela prendeu a perna esquerda em torno do meu quadril e apoiou-se nos meus ombros, jogando o peso de seu corpo para trás, me forçando a ir para o chão.

Coloquei meu antebraço no chão e senti Ellyse dar um soco no meu abdômen. Caí para o lado, assim que notei que ela já havia se soltado.

Temendo que eu me levantasse e a vencesse, Wang ergueu seu tronco, me empurrou e colocou as pernas uma de cada lado do meu corpo, com os joelhos raspando no chão.

Tentei atingir-lhe no rosto com socos, mas ela bloqueou todos eles com maestria, e desferiu um no meu rosto, ofegando.

Ellyse saiu do meu campo de visão, deitando no chão ao meu lado.

— Você venceu essa, Wang. — Disse, virando a cabeça para encara-la. Um sorrisinho vitorioso surgiu nos seus lábios, e ela comemorou baixinho. — Como se sente após socar a minha cara, ao ficar quase quatro anos esperando por uma revanche digna?

— Me sinto incrível! — Comentou, sorrindo e rindo. — Como você está se sentindo ao ser socado pela garota mais talentosa do esquadrão secundário? — indagou.

— Eu nunca disse que você era a mais talentosa — rebati.

— Ah, Michael Myers, pra te deixar nesse estado e no chão, no mínimo precisa ter habilidade, agilidade, perspicácia e, claro, talento — explicou, numerando nos dedos. — É uma questão lógica.

Wang estava certa.

Não era qualquer um que tinha a capacidade de me derrubar, e a única pessoa que chegou no mesmo nível de Ellyse, foi Arthur, mas não me deixou com tantas lesões prováveis.

Meu rosto doía pelo soco, um osso do meu antebraço deveria ter deslocado no momento da queda e minhas costas estavam doendo, porque, pasmem, a garota que tinha apenas um e cinquenta e oito de altura ao meu lado, havia me empurrado para o chão com brutalidade, na garantia de que eu não me levantaria até ela dar o golpe final.

— Eu tenho moral para ficar bravo com você, ou fazer algo que te prejudique, depois desse treinamento? — questionei na brincadeira, e ela balançou a cabeça negativamente, divertida.

— Claro que não — respondeu de maneira óbvia e objetiva. — Caso contrário, eu também teria direito de prejudicar você por ter me deixado com uma concussão cerebral e sequelas.

— Ellyse, você disse que me perdoou sobre esse ocorrido — a relembrei, tentando não mostrar que estava afetado.

— E perdoei, idiota! Eu só estava zoando com a sua cara — deu um tapa no meu braço. — Mas, falando sério, aquele golpe que você deu com o antebraço nas minhas costas deve deixar um hematoma, porque ainda tô sentindo um pouco.

— Quer fazer uma pausa pra ir na enfermaria? — perguntei, ficando sentado e a morena fez o mesmo, massageando as costas.

— Tá de boa, podemos continuar — garantiu, se pondo de pé. — Vou tirar esse uniforme, porque ele tá pequeno e incomodando minha pele.

Ela andou até os bancos que o campo de treinamento oferecia, e retirou a blusa preta e justa que usava anteriormente, deixando o top do uniforme á mostra. Pegou um elástico de cabelo, e amarrou os fios pretos e ondulados que iam até a altura dos quadris em um rabo de cavalo alto.

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora