sᴛᴇᴘʜᴀɴɴᴇ ʙᴇᴀᴜᴄʜᴀᴍᴘ
sᴜɴᴅᴀʏ.
Quando eu tinha onze anos de idade, meus pais foram á um velório de um agente que morrera em uma operação na Costa Rica, e me deixaram na casa de Sabina. E minha madrinha disse algo que jamais esqueci.
— Em profissões como a nossa, mi chiquita, temos que estar preparadas para perder pessoas importantes em situações que muitas das vezes, não estão sob nosso controle, mas também temos que estar prontas para não deixar que firam aqueles que amamos e protegê-los, embora nem sempre é garantia que conseguiremos. E tá tudo bem perder, ser machucada e sofrer... Faz parte de ser agente.
Após essa fala, a morena mexicana beijou minha testa, e disse que eu seria uma excelente agente médica.
Aos meus quatorze anos, fui passada adiante nos anos escolares por ser superdotada, e me dediquei em Química, Biologia e Farmacologia — quando comecei meu curso de enfermagem aos quinze. Entrei oficialmente para a parte médica do FBI aos dezessete, e foi uma das minhas maiores conquistas.
Sentia que estava pronta para ver, cuidar e operar de todos os tipos de comorbidades e semelhantes, desde um mínimo corte ou luxação, até uma cirurgia um pouco mais complicada — sempre com auxílio de Noah, que se empenhou a me passar seus conhecimentos, assim como meu pai, Josh, que fizera faculdade de Medicina por dois anos.
A coisa mudava de figura quando eu tinha que tratar dos meus amigos. Primeiro, Natasha torceu um músculo da perna esquerda com dezesseis. Segundo, Ellyse levou um tiro de raspão no braço direito, e por último, a apendicectomia de Esther, na qual eu fui auxiliar.
No momento em que vi Enzo com o abdômen enfaixado, sabia que ele havia levado um tiro certeiro, e o desespero foi inevitável.
Eu tinha consciência de que ele sabia se cuidar em missões, entretanto, o problema maior foi que eu não havia compreendido como era perder pessoas próximas á mim, e se eu não havia compreendido, era claro que não estava pronta para perder alguém.
Balancei a cabeça negativamente, afastando os pensamentos e focando no que estava fazendo.
Joguei as faixas do curativo com sangue no lixo que estava ao lado da cama, e com as luvas, higienizava o ferimento deixado pela bala com cuidado.
— Você fica ainda mais linda quando está concentrada.
Levantei minha cabeça, sorrindo minimamente quando o olhar de Enzo encontrou o meu, porém, logo redirecionei minha concentração para o ferimento.
— Não vai me dar atenção? — Não o olhei, mas sabia que estava fazendo bico.
— Isso tudo é carência? — perguntei, pegando outro curativo e enfaixando o ferimento novamente, sem apertar.
— Não, mas eu quero ficar perto e abraçado com você, agora que estamos juntos. — Disse.
— Ah, então quer dizer que estamos juntos? — perguntei, rasgando um pedaço de fita com os dentes.
— Digamos que hipoteticamente, se eu te pedisse em namoro agora, você aceitaria? — Questionou.
— Não, porque é uma hipótese. — Respondi.
— Tudo bem. Stephanne Beauchamp, você aceita namorar comigo?
Travei na hora. Não contei com a possibilidade dele estar falando sério, porque na minha cabeça era tudo hipotético.
— Você está realmente falando sério? Tipo, não tem nada de hipotético ou brincadeira nessa pergunta? — Perguntei mais uma vez, e ele sorriu.
— Claro que eu tô falando sério, Anne. Você aceita?
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𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈
Random+ now united x oc | onde é a vez dos filhos dos melhores agentes serem parte do FBI.
