11 | ∂ιѕτяυѕτ

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sᴛᴇᴘʜᴀɴɴᴇ ʙᴇᴀᴜᴄʜᴀᴍᴘ

ʏᴜᴍᴀ, ᴀʀɪᴢᴏɴᴀ; ᴛʜᴜʀsᴅᴀʏ, 08:49ᴘᴍ.

— Por quanto tempo mais vamos ter que ficar aqui? — Arthur questionou para a mãe.

— Vai depender da investigação da Anne. — tia Sabina respondeu. — Era para vocês estarem aqui há um dia, mas tive que esperar a madame voltar da missão.

— Onde você estava, Shelly? — perguntei para a agente ao lado oposto do meu no sofá.

— Roadforks — respondeu de imediato. — Pedi para que Michael fosse buscar a Ellyse em Lordsburg, e fiquei pela redondeza, vigiando.

— Onde é que eles estão agora? — perguntou Enzo, com a boca cheia de algo que parecia ser bolacha. O mesmo levou um tapa da tia Sabina pela falta de educação. — Aí, mãe!

— Não fala de boca cheia, vai se engasgar — informou ela.

— Respondendo sua pergunta, Enzo, eles estão em Nogales, no México. Faz um ou dois dias, não sei ao certo — Michelle respondeu, olhando para a televisão.

— A minha preocupação é se os dois vão sair vivos de lá — Arthur coçou o queixo —, porque é provável que tentem se matar antes de irmos para o México.

— Não queria dizer nada, mas eu concordo com ele — falei, revendo alguns arquivos de casos concluídos mais recentes.

— Eles vão ter que manter uma convivência pacífica por mais uns dias — tia Sabina alegou. — Aliás, não precisaremos ir para o México. Voltaremos para Los Angeles assim que possível. É só colocar a localização dos celulares em outra região do país, porque alguém está rastreando.

— Tia, quanto tempo de garantia tem essa tática? ACOs não são tão burros quanto aparentam — Arthur alegou.

— Ele tem um ponto — murmurei em concordância.

— Seguinte, mis chiquitos — começou ela —, vocês do esquadrão secundário são oito. Oito agentes extremamente habilidosos. Vocês são treinados desde cedo e estão prontos pra lutar á qualquer momento, então, essa garantia é só para dar tempo de montarmos uma estratégia mais elaborada e com menos risco.

— E vocês ainda tem os seus pais, que são todos do antigo esquadrão. Nenhum de vocês tem com o que se preocupar — Michelle disse.

— Mi, caso todas as rédeas dessa situação estivessem sob controle, não precisaríamos viajar para longe da nossa família — Enzo rebateu.

— São ordens superiores, mon chéri — argumentei de volta. — Yonta não vai querer colocar nossas vidas em risco, depois da Esther ter sido atacada no QG em plena luz do dia, levando um tiro e perdendo o apêndice. Ah, e eu também fui atacada por um ACO... Na mesma semana.

— Tudo bem, ela também tem um ponto — admitiu o Jeong. Sorri minimamente, mas desmanchei qualquer resquício de felicidade ao notar Enzo de cenho franzido em desdém com a fala de Arthur.

— Vou encerrar a investigação por hoje. Passei mais tempo que o normal olhando para a tela desse notebook, e acho que meus olhos estão implorando por descanso — me espreguiçei, alongando um pouco as costas.

— Você acha, mija? — tia Sabina franziu o cenho da mesma maneira que Enzo fez anteriormente. Ninguém poderia duvidar de que eram mãe e filho. — Esses belos olhos azuis merecem um descanso, vai lá.

[...]

ғʀɪᴅᴀʏ, 02:47ᴀᴍ.

Virava e revirava meu corpo, encontrando uma posição confortável para dormir.

Entretanto, o fato de eu não conseguir dormir não tinha nada a ver de como eu estava.

Algumas peças estavam se juntando na minha mente, referente a investigação sobre o esquadrão de ACOs e o infiltrado do FBI.

Enzo contou para mim que a missão de Ellyse em Lordsburg era apenas uma fachada, para desviar ela da mira do infiltrado, mas acabou que ele estava em uma cidade próxima á Lordsburg, pronto para eliminá-la.

De início, as únicas pessoas que sabiam sobre o paradeiro de Ellyse eram seus pais, Yonta, Enzo, Michael e Michelle. A última fora quem solicitou para Michael que ele buscasse Ellyse no hotel.

O furo no roteiro é que no mesmo dia em que Ellyse estava em Lordsburg, Michelle estava em Roadforks, cerca de vinte minutos de distância.

Nessa parte, alguma coisa não batia e eu não sabia dizer o que era.

— Stephanne, eu já tô ficando tonto de te ver se remexendo de um lado pro outro — Enzo resmungou, com sua voz de sono e o rosto afundado no travesseiro.

— Tá escuro, bocó — rebati de volta, virada para o lado oposto dele e olhando para as cortinas.

— Você distribuí xingamentos gratuitos sempre que tá preocupada, ou só eu sou o pobre coitado? — perguntou. Me virei de frente para Enzo novamente.

— Eu tenho motivos pra estar preocupada? — questionei de volta, e ele deu de ombros. — E eu só falo isso quando você aponta o óbvio.

— Me diz você. Achei que a busca pelo infiltrado já fosse estresse o suficiente pra você — disse.

— Enzo, tem uma coisa que não tá fechando...

— Sim, sua matraca.

Respirei fundo e rezei para que nenhum objeto estivesse ao meu alcance, porque eu era capaz de jogá-lo na cabeça do meu amigo e atual colega de quarto.

— Cara, eu tô falando da investigação! — tentei não gritar, apesar de tia Saby ter o sono pesado. — O Mike me disse que o infiltrado foi atrás da Elly em Lordsburg, mas ele foi buscá-la á tempo dele atacar. As únicas pessoas que sabiam onde ela estaria naquele dia, eram o tio Krys e a tia Hina, a Yonta, o Mike, a Shelly e você. Como o paradeiro dela foi descoberto tão rápido assim? E por que foram atrás dela, achando que ela quem estava investigando sobre o ACO infiltrado, sendo que a maioria sabe que sou eu?

— Anne, querida, você deveria surpreender-se caso o demorassem para ir atrás da Ellyse, porque o ACO infiltrado é do FBI, logo, teve acesso á essas informações antes mesmo de você. Segundo, terem ido até Lordsburg foi uma distração e acharem que a Ellyse ser responsável pela investigação é mentira. — Argumentou, e bocejou ao final da explicação. — Caso você resolva pensar um pouquinho mais á fundo, sair dessa bolha de informações repetidas que não agregam em nada e olhar para o que você ainda não investigou, vai ver que o óbvio sempre é a parte mais difícil de ver.

— Eu não estou em condições de pensar fora da bolha, Hidalgo — suspirei.

— Então, vai aí o último conselho da noite: Dorme e para de nóia. Boa noite  — puxou a coberta para a altura de seu pescoço e fechou os olhos tranquilamente.

— Como você consegue ser tão despreocupado, sabendo que nós podemos estar em perigo? — indaguei.

— Tem um canivete debaixo do meu travesseiro e, mesmo dormindo, posso usar ele pra matar alguém — respondeu. — Devia tentar, você iria dormir mais de boa.

Balancei a cabeça em negação, virando para o lado oposto novamente.

[...]

primeira att de 2023, então, feliz ano novo bem atrasado, galera!
votem e comentem.
besos, besos

— Isa <3

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora