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ɴᴀᴛᴀsʜᴀ ᴍᴀɴᴅᴏɴ ᴘʟᴏᴛɴɪᴋᴏᴠᴀ

sᴜɴᴅᴀʏ, 09:34ᴘᴍ.

Estacionei meu carro em frente á casa grande dos Deinert Urrea e buzinei duas vezes.

Sai do carro, e fui até o porta-malas, pegando uma coberta peluciada e deixando no banco de trás.

Vi Esther e Liam saindo de casa, com ela mancando e ele acompanhando seu ritmo nada rápido.

— Lia, espero que fique confortável com uma coberta e almofada no banco de trás, ele é todinho seu — Falei, abrindo a porta para ela, que entrou.

— Só a almofada já estava de bom tamanho, Tasha. — Comentou.

— Você está em recuperação de uma apendicectomia, e quero que tenha uma viagem tranquila — Rebati, logo me virando para Liam — Nós vamos revezar o volante. São seis horas e alguns minutos de viagem, eu dirijo nas primeiras três, e você, nas últimas três.

— Seis horas?! — Ficou indignado. — Estamos indo para onde?

— Arizona.

— Qual cidade?

— Liam, para de encher o saco da Natasha! — Pediu ela, ajeitando-se com o cobertor e a almofada.

— A cidade é fria e neva durante quase todo o mês de janeiro, só isso que eu digo agora — falei, voltando para o banco do motorista. Liam já estava instalado lá, com o cinto de segurança preso em seu corpo. — E também, a Yonta mandou o endereço do esconderijo que vamos ficar durante esse tempo. É bem localizado, mas não o suficiente para um ACO nos encontrar e matar em menos de uma semana.

— Que reconfortante — Murmurou o loiro, assim que dei partida no carro.

— Estamos indo para lá, justamente pra ficar longe das garras de outros ACOs, então sim, sinta-se reconfortado. — Suspirei.

— E quanto aos outros? — Lia me encarou pelo retrovisor dentro do carro.

— Stephanne, Enzo e Arthur vão para Yuma daqui á dois dias, acompanhados da tia Sabina e da agente Ruschel. Ellyse está em Lordsburg e Michael deve ir buscá-la para irem á Nogales, no México.

— Eu ainda não entendi o propósito dessa viagem — comentou o Deinert. Escutei a gêmea dele bufar.

— No momento, a Yonta precisa que fiquemos afastados do QG e de boa parte do esquadrão primário, pois eles vão investigar mais á fundo sobre o infiltrado — Lia falou. — E com nós lá, a investigação iria por água abaixo. A Stephanne foi uma isca, mas os pais dela não querem submete-la a esse tipo de risco, e nossos pais também não querem que sejamos um ponto de partida para atacarem o FBI.

— Compreensivelmente. — Complementei. — Fora isso, a Sabina quer nos deixar hospedados na casa que ela tem em Rosarito, no sul da Baixa Califórnia. Vamos ter que passar uma temporada fora de casa, se quisermos continuar sem correr risco de vida por mais um tempo.

— Se eu tiver que passar mais de cinco dias em uma casa com o Mike e a Lyse no mesmo ambiente, eu vou surtar — a Urrea choramingou.

— Ainda está cedo pra surtar, Lili — Liam olhou para a irmã no banco de trás.

— Lia, quais foram as indicações do seu pai, por conta da sua cirurgia? — Perguntei, sem desviar o olhar da estrada.

Não havia muito movimento por conta do horário, e ficaria ainda mais deserta por volta da madrugada, quando chegássemos ao Arizona.

— Ter uma alimentação mais equilibrada, e evitar esforços ao máximo. Daqui a três semanas, eu vou poder voltar as atividades normais. — Respondeu.

— Foi totalmente errado não esperarem você se recuperar para sairmos de Los Angeles. — O irmão dela resmungou.

— Eu também não queria ter que sair assim, mas foram ordens da Yonta. Além do mais, eu dou conta, vocês sabem disso. — Tentou nos tranquilizar.

[...]

03:58ᴀᴍ.

O solo já estava coberto sob uma fina camada de neve, e pelos cálculos, já estava nevando cerca de duas horas.

Assim que chegamos, arrumei a cama onde Esther iria dormir.

— Só tem uma cama, então, um de nós dorme no sofá — Eu disse, colocando a minhas malas para dentro do quarto.

— Não tem outra opção? — Liam perguntou.

— Deixa que eu durmo no sofá, então. — Aleguei, pegando os cobertores no armário.

— Tudo isso apenas para não ter que dividir a cama comigo? — questionou. Revirei os olhos, mesmo sabendo que ele não poderia ver.

— Exatamente — murmurei em resposta. — Nunca tive que fazer isso antes, Liam, e quanto mais eu puder evitar esse tipo de situação, melhor. Por ser você, é só um bônus — expliquei.

— Eu estou ofendido, Natasha. — Resmungou, fingindo estar ofendido.

— Problema seu. — Peguei uma muda qualquer e fui em direção ao banheiro. Me troquei, e quando saí, já fui logo me deitar no sofá.

Não era desconfortável, mas seria melhor se eu pudesse dormir em uma cama. Mais espaço e minhas costas e pescoço agradeceriam.

— Natasha, vem pra cá. — Pediu.

— Não — respondi.

— Para de ser teimosa. Eu durmo aí no seu lugar — Argumentou, me fazendo bufar. — Você vai acordar toda dolorida e de mau humor, não quero ser vítima dele amanhã de manhã.

— Liam, se toca! — brandei. — Esse sofá é muito pequeno pra um moleque de quase um e noventa de altura, e você que iria acordar todo revoltado de manhã.

— Por que você precisa ser tão teimosa? — indagou, e sabia que ele havia se levantado.

— Cara, só me deixa dormir, tá legal?

— Vou fingir que não escutei nada — cantarolou, conforme se aproximava do móvel onde eu estava deitada.

Senti uma de suas mãos passando em torno da minha cintura, e a outra por baixo dos meus joelhos, me impulsionando para cima. Liam me pôs sob seu ombro, como um saco de batatas.

— Liam, me coloca de volta lá! — ordenei, me debatendo.

Sabia que era inútil, afinal, ele era um agente do FBI com um excelente porte físico.

Ele andou até a cama, e me deixou sentada em cima dela.

Cruzei os braços, o olhando feio.

— Para de agir igual uma criança birrenta! — Disse, indo apagar a luz do quarto.

Sem saída, me deitei no colchão mais macio, ainda de cara fechada.

— Você vai me agradecer amanhã de manhã — falou um pouco mais alto.

— Vou fingir que não estou te escutando. — Informei.

[...]





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