19 | яєα∂γ ƒοя αиγτнιиg

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ᴍɪᴄʜᴀᴇʟ ᴘᴀʟɪᴡᴀʟ ᴍᴀʏ

ᴛʜᴜʀsᴅᴀʏ.

Entreguei o recipiente cilíndrico que portava uma boa quantidade de capuccino e chantilly extra para Ellyse.

A mesma agradeceu, sem fazer cerimônia para beber o líquido quente.

Era fevereiro e, mesmo que ainda fosse inverno, o ar condicionado do aeroporto de Los Angeles estava sempre ligado, deixando o ar congelante e desconfortável, nos obrigando inconscientemente á gastar com bebidas quentes em cafeterias.

Sentei ao lado da garota — que estava quieta —, e não fiz questão de puxar assunto, embora quisesse ouvi-la falar ou reclamar de qualquer coisa, para ter a certeza absoluta de que ela estava bem.

Bem a nossa frente, estavam os outros membros do esquadrão e nossos pais presentes, exceto por Yonta e Michelle, que tiveram que ficar no QG por razões desconhecidas pela minha pessoa.

— Cara, ainda bem que a Yonta não deixou os treinamentos durarem uma semana — disse Liam —, porque eu não ia durar uma semana, não treinando e trabalhando daquele jeito!

— Foi genial a ideia deles nos avaliarem — Natasha apontou com o queixo para os pais, que conversavam entre si, pelo menos, a maioria.

Última chamada para o vôo 2311 com destino á cidade de Nova Iorque. — A voz de uma das aeromoças ecoou pelo local onde estávamos. — Passageiros, dirijam-se para a ala de embarque.

— Bora lá, gente — meu pai avisou, levantando-se e pegando suas malas. Minha mãe o acompanhou, e logo a gangue de pessoas começou a caminhar para o local indicado.

Fizemos o check-in e entramos dentro do avião, nos assentos vagos.

Sentei ao lado de Ellyse, que havia se acomodado primariamente no lado da janela, e não ousei rebater ou sugerir uma troca de lugares.

Entre seus pés, havia um balde.

— Por que tem um balde com você? — perguntei despretensiosamente.

— Meu estômago não se dá muito bem com aviões — respondeu, olhando para a vista.

Os minutos foram passando, até que ela abaixou a cabeça em direção ao balde e vomitou — provavelmente os tacos que Sabina fizera para o almoço, e o capuccino que eu lhe entregara de cortesia e boa vontade.

Incerto sobre o que fazer, apenas fiz movimentos circulares em suas costas, para ver se aliviava o enjôo.

Ela levantou a cabeça, e limpou a boca com um guardanapo que eu sequer sabia da presença.

— Não deveria ter lhe dado o capuccino — comentei, suspirando em seguida.

— Acontece — deu de ombros. — Não esquenta, é só no início do vôo que isso acontece, quando o avião começa a subir.

— Se sente melhor?

— Parcialmente, sim — afirmou. — São recém duas da tarde, a comida já baixou no estômago faz umas duas ou três horas.

— Bom, agora sei que não posso mais lhe dar capuccino antes do vôo — contei, e ela riu de leve.

— Relaxa, Michael Myers, eu tô bem!

Eu detestava aquele apelido ridículo no qual Liam havia me dado, e sabia que Ellyse apenas me chamava por ele para me irritar.

Coloquei um filme de comédia qualquer para rodar.

Senti a cabeça de Ellyse se acostar no meu ombro, e ouvia sua respiração pesada. Ela havia apagado antes dos trinta minutos de filme.

Arthur — que estava em um dos assentos próximos aos nossos — olhou para mim, e franziu o cenho, rindo sem seguida.

— Qual é a graça? — questionei baixo, para não acordar a garota que dormia apoiada em meu ombro direito.

— É que eu nunca imaginei que veria vocês dois assim — gesticulou, falando de maneira geral. — Definitivamente, o mundo nunca mais foi o mesmo, depois que vocês voltaram de Nogales.

— Aconteceram umas coisas que me fizeram abrir os olhos em relação a ela. — Comentei por alto, referindo-se ao fato dela ter um problema cefálico por culpa minha. — Ela não é o capeta em forma de gente, como eu achava que ela era.

— Tenho certeza que agora ela pensa o mesmo sobre você. — Confirmou ele. — Ela só... Gostava de desafiar você, testar seus limites e não curtia o lance de você pegar mais no pé dela do que no de todos do esquadrão.

— Fazia isso porque acreditava e, ainda acredito no potencial dela — falei, e Arthur encarou-me com um olhar de quem sabia que eu estava querendo enganar-lhe. — Tá, também porque ela tinha que aprender a ter disciplina e não testar tanto a minha paciência.

— Vocês são idênticos, impressionante — riu, balançando a cabeça em negação. — Ela não aceita ser desafiada, e você não gosta de pessoas que testem seus limites. É tipo, como se fosse atear fogo em uma poça de gasolina.

— Não lembro de nenhuma vez em que eu tenha brigado severamente com ela — tentei defender meu ponto de vista.

— Ok, ok, vou acreditar em você, Michael Myers — afirmou. — Aí, quer um conselho?

— Manda.

— Demonstra pra Ellyse a importância que ela tem na sua vida. — Aconselhou. — Ás vezes, ela é meio lerdinha e não vê o que está bem a frente.

Olhei atentamente para a dita cuja, assim que Arthur ficou quieto e voltou a se concentrar no filme que assistia com Esther.

Senti uma vontade imensa e avassaladora de segurar a mão da Wang, mas minha faísca insistente de orgulho não me permitiu, e limitei-me a apenas puxar seu corpo para mais perto de forma delicada, para que não a machucasse ou acordasse — para não ser vítima do seu mau humor pelo resto do dia.

Cansado, resolvi apoiar minha cabeça por cima da dela e suspirar fundo, controlando a respiração para algo mais calmo.

Fechei os olhos, na intenção apenas de descansar os mesmos da claridade, porém, acabei pegando no sono quase que de imediato.

Aproveitei as horas seguintes para ordenar os pensamentos, já que eu não tinha certeza se conseguiria o fazer, enquanto estivesse em Nova Iorque, depositando minhas energias e foco em mais uma operação.

Senti Ellyse aconchegar-se mais para o meu lado, mas não reclamei de forma alguma, apenas deixei a sorri minimamente.

Era bom estar em paz com ela, e era bom vê-la descansar, após ralar e dar o seu melhor durante cinco dias.

Estávamos prontos para qualquer coisa.

[...]

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora