3 | υиϲєяταιиτγ

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ᴇɴᴢᴏ ɢᴏɴᴢᴀ́ʟᴇᴢ ʜɪᴅᴀʟɢᴏ

sᴛɪʟʟ ғʀɪᴅᴀʏ, 05:37ᴘᴍ.

Stephanne mexia cuidadosamente em meu pulso que havia deslocado na última missão.

— Sente alguma dor nessa região? — perguntou, levantando o olhar para mim.

— Um leve incômodo. — Respondi. — Já voltou para o lugar.

— Vou enfaixar, por via das dúvidas. — Disse, ignorando a última parte da minha fala.

Ela pegou a faixa em rolo, passando-a em meu punho de maneira firme.

— Faça leves alongamentos leves três vezes por dia, e evite socos e contato com o chão, por pelo menos oito dias. — Instruiu.

— Oito dias?! — quase gritei em indignação. Stephanne encarou-me diretamente nos olhos, com aquelas orbes azuis acinzentadas que geravam-me intimidação. — Eu tenho que sair em missão na quarta, Stephanne!

— Quer que eu arredonde para dez? — franziu o cenho, cortando um pedaço da faixa com os dentes em seguida, colando uma fita.

— Não, de jeito nenhum! — expressei rapidamente, com medo de que ela mudasse de ideia.

— Imaginei — começou a assinar um atestado. O carimbou e entregou-me — E aqui dentro, não é Stephanne, é agente Beauchamp.

— Por que você está tão estranha comigo? — perguntei, sem levantar da cadeira do consultório.

— Coisa da sua cabeça — alegou, rápido.

Disfarcei um sorriso de canto.

— Claro, claro — passei as mãos pelo rosto — É, o dia está sendo estressante, e sei que não é de mentir, Anne. — Usei o tom mais natural possível, sem qualquer timbre de ironia.

— Droga — murmurou, bufando. — Eu não consigo fingir nada com você. Por que precisa ser tão bom com psicologia reversa?

— Meus pais são mestres em interrogatórios e tortura psicológica, é claro que eu sou bom com psicologia reversa! — Expliquei. — Agora, me diz. O que está acontecendo com você?

— Comecei a investigar o caso das informações vazadas. Apenas nos mandar para missões, a fim de eliminar agentes que contém as informações, não vai adiantar em nada. — Anne soltou o cabelo, o ajeitando com os dedos.

— E o que descobriu? — cruzei os braços, me acostando na cadeira do consultório.

— Há um agente infiltrado dentro do QG, e ele chegou há pouco tempo aqui. Sabemos que é alguém do círculo de convívio esquadrão principal, porque a capitã Taiwo nunca deixaria qualquer agente trabalhar diretamente conosco, ou com os nossos pais. — Começou a batucar as unhas na mesa.

— A identidade ainda é uma incógnita, então? — indaguei.

— Sim, mas não estamos muito longe de descobrir quem é.

Estamos? — franzi o cenho — Tem mais alguém lhe ajudando com a investigação?

— A agente Laurent. Ela é uma excelente agente de hackeamento, e precisei de algumas informações extras. — Completou. — O infiltrado tem um esquadrão próprio, que não tem permissão para partilhar as informações com demais agentes, e aqueles ACO que eliminamos na última missão, souberam por acaso. Ele elimina qualquer outro agente que não é de seu esquadrão, logo, fizemos um favor à ele.

— Entendo. — Murmurei, olhando para o porta lápis em sua mesa. — Isso quer dizer que estamos correndo perigo.

— Exato — disse.

— Devemos acionar o esquadrão principal, e a capitã Taiwo. Você com certeza já tem alguma suspeita, certo? — perguntei, e ela balançou a cabeça negativamente.

— Não, Enzo. Não quero envolver mais pessoas nisso, ou nossos amigos e nossos pais estarão em maior perigo. Eu tenho uma suspeita, mas não posso sair explanando dessa maneira — Gesticulou enquanto falava.

— Já falou com a Yonta? — indaguei, e ela se encolheu na cadeira giratória, mordendo o lábio inferior. — Você está fazendo uma investigação clandestina?

— Na mosca — sorriu desconfortável.

— Stephanne!

— Eu sei! Isso é contra as regras do FBI, mas o que eu posso fazer? A Yonta jamais aceitaria minha ideia de tratar o mal pela raíz, porque demandaria muito tempo de investigação, e tempo é algo que não estamos podendo esbanjar ultimamente, logo, essa foi a única saída! Tenta me entender, Enzo! — Suplicou.

— Eu entendo, mas não concordo com a ideia de você esconder isso da Yonta, e pior ainda, do Michael! Você sabe o quão chato ele pode ser quanto á essas coisas — falei. — Além do mais, você falou com a Yonta sobre essa ideia, para ter tanta convicção de que ela não aceitaria seguir sua linha de raciocínio e agir de acordo com sua sugestão?

— Estou ciente de tudo isso, e não, não conversei com ela antes. — Respondeu.

— Tirando conclusões precipitadas novamente, Stephanne? — bufei, passando as mãos pelo rosto.

— Você quer parar de jogar na minha cara que eu pisei na bola? — arqueou o cenho. — Não dou ponto sem nó, Hidalgo. Já tenho a solução para isso — suavizou a expressão facial e o tom de voz.

— E qual é?

— Reunir provas o suficiente, para depois apresentá-las para a capitã Taiwo. — Instruiu.

— Uau, esse é o grande plano? — usei meu sarcasmo.

— Tem um melhor, gênio? — revirou os olhos.

— Não, mas eu posso pensar em algo mais sensato. Quanto menos tempo isso demorar, menos chances de mais pessoas saberem.

— Você não deveria nem saber disso, Enzo. Quero que finja que não sabe de nada, e siga as ordens da sua mãe. — Se pôs de pé, indo organizar a sala.

Stephanne sempre procurava coisas para ajeitar, quando estava nervosa.

— Ste... — levantei também, caminhando até ela.

— Me prometa! — virou-se de frente para mim, de maneira brusca — Me prometa que não vai se envolver nisso!

— Não posso prometer isso, Anne. — Fui sincero.

— Por que não?

— Porque você também está correndo perigo. Não é qualquer situação, é um agente infiltrado que quer derrubar o FBI e nos eliminar, se possível. — Relembrei. — Eu quero garantir que esteja segura.

— Confia em mim, eu sei o que eu estou fazendo — garantiu.

— Sei que sabe — retirei uma mecha do seu cabelo que atrapalhava sua visão. — Mas isso não me faz ficar menos preocupado.

— Essa incerteza não vai durar por muito tempo. — Tentou, franzindo o cenho e com os lábios levemente repuxados.

— É satisfatório te ver tentar me persuadir.

Olhei para o relógio fixado na parede branca do consultório, logo notando que já era hora de eu ir encontrar minha mãe.

— Tenho que ir — anunciei, e ela assentiu.

— Preciso rever alguns arquivos, antes do meu turno acabar — contou.

Caminhei em direção da porta do cômodo, e lancei para Stephanne um último olhar, transmitindo confiança. Ela ofereceu-me um sorriso reconfortante em resposta, no qual fiz questão de guardar na minha memória fotográfica.

Fechei a porta e andei pelos corredores, indo até a sala de interrogatórios, onde minha mãe, a agente Hidalgo, me aguardava.

[...]

o enzo pode parecer meio pé no saco com a anne, mas é pq ele quer proteger ela, e eu acho isso tão bonitinho nele 😭😭😭
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— Isa <3

𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐅𝐁𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora