"Não tínhamos propriamente amor pela vida, mas ainda assim queríamos viver."— Charles Bukowski.
Desço as escadas rapidamente, ajeitando a jaqueta preta por cima da camisa azul-marinho. Donna e eu daremos uma festa para Luke, eu não entendi muito bem o motivo, já que o aniversário do moleque é apenas no mês que vêm (maio), mas resolvi não perguntar muito. Ela aproveitou da minha fraqueza de ontem a noite para tirar isso de mim.
Arwin passa pela sala, carregando um saco gigante de doces, o fato de seu rosto estar vermelho pela força que coloca no que está fazendo, me faz querer rir. Gargalho quando o saco se inclina um pouco para trás e o faz cair, duro, igual uma pedra de gelo.
— Para de rir e me ajuda! — pede ele, nego com a cabeça.
— Pra quê esse tanto de doces? — franzo as sobrancelhas, não era só a turma do Luke? Quantas crianças tem em uma turma?
— São crianças, crianças gostam de porcarias — diz Arwinn, deixando o saco no chão e se levantando primeiro antes de agachar e tentar pegá-lo outra vez.
— Não podemos abrir o armário de bebidas para elas? — sorrio de canto, Arwin arregala os olhos. Certo. Eu preciso parar de brincar assim.
Arwin some do meu campo de visão após eu garantir a ele que era apenas brincadeira, saio rapidamente da sala antes que eu ria de Thomas que também caiu para trás com o saco de doces.
Vou até a ala da piscina, onde de fato aconteceria a festa. Estava tudo organizado, a decoração exalava um ar infantil, mas maduro o suficiente para não o constranger. Apesar de Donna ter deixado claro que essa festa, na verdade, era para os amigos dele conhecerem os alfas e as betas.
Isso me deixa confuso, mas combinei com os meninos para virmos com a camisa do uniforme. Mandei fazer uma igual para Luke e James, com os sobrenomes deles atrás. Ficou muito foda.
— Sean! — avisto Daniel se aproximando — A que ponto chegamos, huh? Fazendo festas para crianças — Balanço a cabeça, o acompanhando na risada.
— Pelo o que eu entendi, os garotos estavam sendo ridicularizados na escola, então... é para uma boa causa. E seremos adorados, cara — Rio, isso sempre era motivo para animar. O entusiasmo das pessoas que gostam de nós ver jogar.
Tudo bem que James não é e nunca foi ridicularizado, mas Jackson não precisa saber disso.
— É, mas são crianças...
— Crianças que nos adoram, elas nos vêem como um Deus. Imagina um carinha chegar e dizer: Quero ser como você quando crescer, tio. — Afino a voz para imitar a voz de uma criança, Daniel dá dois passos para trás, franzindo as sobrancelhas.
— Você está estranho, cara.
— Eu só estou feliz.
Dou de ombros, me afastando de seu olhar que parece querer saber exatamente o que está acontecendo. Vou até a sala outra vez, Louise e Thomas estavam jogando juntos "candy crush" e Arwin permanecia tentando carregar o saco de doces até a cozinha. Reviro os olhos e me aproximo dele, pego o saco, apoiando-o em meus ombros e o levo para a cozinha.
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Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]
Novela JuvenilDonna Henderson faz com que sua vida siga regras totalmente diferentes de uma adolescente normal de dezessete anos, a filha mais velha e exemplar do diretor do mais prestigiado colégio da Califórnia, Donna se sente pressionada ou até mesmo destinada...