Vamos imaginar como chegamos tão longe. Como realmente precisa se perguntar. Depois de todo esse tempo,
eu ainda estou a fim de você.— Still into you, Paramore.
DONNA
Suspiro aliviada quando as portas do elevador se abrem e revelam o apartamento do Sean. Foi um grande dia, tive um longo plantão e aqui estou eu para buscar o meu filho. Eu só ainda não me acostumei com o Howard me seguindo para todo canto, me sinto observada.
Olho em volta a procura de Sean ou do meu filho, deixo a minha bolsa no gancho e coço a nuca porque estou cansada e queria logo ir para a minha casa. Sean estava jogado no sofá com as pernas para cima e a televisão ligada no último volume enquanto passava um filme do Adam Sandler. Talvez o dia tenha sido puxado para ele, é difícil cuidar de uma criança, ainda mais uma criança complicada como o Charles.
Levo a minha mão até o bolso do casaco, pegando um bolo de chaves e o deixando cair no chão para fazer barulho e acordar o Wiolfhard. Isso funciona, ele cai no chão assustado com o que possa ser o tal barulho. Sorrio, inclinando a cabeça para o lado. Apenas eu, lobinho. Não vou assaltar a sua casa, ou te matar, pegar os seus órgãos e vender para o lado negro da força da medicina.
— Donna? Meu Deus, me assustou. — Sean murmura, fazendo força para se levantar do tapete felpudo de seu chão. Não o culpo pela preguiça, ele acabou de acordar.
— Onde está Charlie? No apartamento dos Carpenter's? — Indago, olhando em volta. Nenhum sinal do meu filho. Já falei para Sean não o deixar na casa de ninguém sem que ele esteja lá, eu confio em poucas pessoas para cuidar dele e, mesmo assim, com um pé atrás. Odiaria não confiar mais em Sean em relação a Charles.
— Está dormindo. — Franzo os cenhos. O que? — São três horas da madrugada, senhorita Henderson. — E então, ele fica de pé, um pouco cambaleante. Seus cabelos estavam bagunçados em consequência de suas horas de sono no sofá, ainda bem que eu cheguei, ou iria acordar com dor nas costas. Ele não sabe que dormir no sofá é prejudicial para a sua coluna, ainda mais para ele que trabalha com o corpo, ele não conseguiria correr um campo inteiro de futebol depois de passar uma noite inteira esparramado no sofá, mesmo que o estofado pareça ser muito macio. Na verdade, ao olhar em volta, dá para notar que o apartamento só tem móveis de qualidade.
— Dormindo? — Eu não fazia ideia que era tão tarde, deixei meu techwatch em casa sem querer e, bem, eu não sou acostumada a ficar sem ele. Então fiquei perdida. Sean sorri de canto, um sorriso bem absorto e preguiçoso, acho que ele estava cansado.
— Sim, venha. — Ele pega a minha mão, guiando até um dos quartos do apartamento. Sean abre a porta, mostrando o meu filho dormindo agarrado com o Alpha. Sorrio fraco. — Eu ainda estou ajeitando o quarto dele, quero que ele escolha tudo, mas é um quarto legal para um garoto, não acha? — Indaga. Reparo em todo o cômodo. Era repleto de decorações, paredes verde-militar e vários quadros de estrelas de futebol americano. Sem contar com vários livros e bichinhos de pelúcia nas prateleiras, tapete felpudo marrom, uma TV gigante e guarda-roupas com espelhos na porta. Os móveis são marrom e branco e combinam perfeitamente com o tom selvagem do local.
— Sim, ficou muito fofo. — Puxo a porta, a fechando. Não queria acordá-lo, ele tem aula de manhã. Me volto para Sean, escorado na parede e encarando a porta do quarto de Charles. Desvio o olhar para as portas do elevador ao sentir o meu estomago se revirar, meu corpo queima e naquele segundo eu soube que, a porta não era mais o ponto de atenção de Sean, e sim, eu. — E-Eu... — Pigarreio. Mas que droga. — Eu vou para casa e volto às seis para trazer o uniforme dele. — Balanço a cabeça, eu sinto que em qualquer momento a minha pele entraria em combustão, principalmente no instante em que ele segura o meu braço para impedir que eu de um passo para longe dele.
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Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]
TeenfikceDonna Henderson faz com que sua vida siga regras totalmente diferentes de uma adolescente normal de dezessete anos, a filha mais velha e exemplar do diretor do mais prestigiado colégio da Califórnia, Donna se sente pressionada ou até mesmo destinada...