"Adultos deveriam ter mais significados para a palavra "amar". As crianças criam por eles."
CHARLES HENDERSON
Afundo a cabeça no banco do carro, olhando para a janela. O dia na escola foi péssimo, Matthew Jude Acha que eu sou um fracote, porém tentei explicá-lo que a minha falta de interesse de socar a cara dele não tem nada a ver com a minha força física. Então, ele começou a rir da minha cara. Me mantive superior, claro, é algo que um homem de verdade faz, pelo ao menos até a minha garrafa de água ser arremessada na direção dele.
— Então, aquele garoto com a mochila do Superman é o briguento? — Sean pergunta, fico imaginando se ele realmente pensa que irei me abrir com ele. Eu não faço isso nem mesmo com os meus amigos. — Ele tem cara de briguento. — Ao me virar para a direção do espelho, noto que ele me observava. — Foi você que fez o corte na testa dele? — Ele sorri, acho que ele pensa que isso me trará confiança.
— Ele é um idiota. — Dou de ombros.
Abaixo o olhar para a gaiola do Sr. Torresmo e sorrio fraco, abro a portinhola, pegando o porquinho e deixando em meu colo enquanto seu corpo rosado permanece enrolado na manta amarela de tricô que a professora Stevie fez.
— Esse aí que é a mascote da escola? Não podia ser um porquinho da índia ou um peixinho dourado como nas escolas normais? — Não entendi o motivo do Torresmo ser "anormal", ele é um filhote adorável.
— Tem uma mini fazenda na minha escola, a classe toda escolheu o Torresmo para ser a mascote da turma. — Afago a cabeça do porquinho, ele encosta a cabeça na minha perna e fecha os olhos para voltar a dormir.
— Espera... — Ele pisca os olhos, inconformado. — Torresmo? Vocês deram o nome de Torresmo para um porco? Isso é irônico e mórbido.
— É engraçado. — Franzo os cenhos, puxando o Torresmo para perto do meu corpo, se for possível.
— Não é engraçado para o coitado do porco. — Sean ri, não entendo a graça. Não tem graça matar os animais.
— Ele é um filhote.
— Vai crescer.
— Não importa, agora ele é o Torresmo.
— Okay, okay. Você come carne de porco?
Ergo o olhar para ele, isso é uma pegadinha?
— Não importa.
— Você é um hipócrita, garoto.
— Humanos são hipócritas, está no nosso sangue. E eu só como bacon, tá?
— Tá, o bacon é feito com vegetais. — Ele acha que sou burro e não vou notar que é ironia. Eu não gosto de ironia, apesar de usar às vezes, mas só quando quero alguma coisa.
Volto o meu olhar pela janela, havia um prédio em construção e uma imensa placa de um senhor bem-vestido, elegante e com ar sombrio segurando um exemplo do novo aparelho celular de sua marca. Ele me dava arrepios, como nas fotos que eu vi na internet, mas ele é um gênio e é isso o que importa. Lilith disse que gênios são arrogantes e frios, acho que ela estava certa. Mamãe disse que mulheres sempre estão certas.
— Harvey Wolfhard. — Digo baixo, Sean para no sinal e olha para o mesmo ponto.
— É. — Ele parece indiferente.
— Ele virá para Boston? — Arqueio uma das sobrancelhas, curioso.
— Não, só deve mandar uma equipe. A sede fica em Los Angeles, na Califórnia. Porém, ele só fica na filial de San Diego. — O sinal fica verde, Sean continua a dirigir na direção ao condomínio da mamãe.
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Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]
TeenfikceDonna Henderson faz com que sua vida siga regras totalmente diferentes de uma adolescente normal de dezessete anos, a filha mais velha e exemplar do diretor do mais prestigiado colégio da Califórnia, Donna se sente pressionada ou até mesmo destinada...