Capítulo 48 | Tarde demais para ceder.

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Você me quer ou não? Eu ouvi uma coisa, agora estou ouvindo outra.
Marquei no mapa o lugar onde estacionei. O bar estava quente, são 2 da manhã, parece verão. A felicidade é uma borboleta. Tento capturá-la todas as noites. Ela escapa das minhas mãos na luz da lua.

Lana Del Rey, happiness is a butterfly.

     O sol em Orange County encontra-se escaldante, apesar da areia branquinha disfarçar um pouco o cenário de caos que habita na praia em seu final de tarde

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     O sol em Orange County encontra-se escaldante, apesar da areia branquinha disfarçar um pouco o cenário de caos que habita na praia em seu final de tarde. Como é sábado e eu já me formei no curso de francês, agora tenho os finais de semana livres e decidi passar o dia com Sean. Principalmente porque a semana de provas se passaram e ele estava muito nervoso por achar que não havia tirado notas boas o suficiente para se tornar um águia de New York depois que se formar.

A minha pele arde com o sol, mesmo estando encharcada de protetor solar. Suspiro e ergo um pouco o corpo, puxando o guarda sol mais para frente, assim ele podia me tampar e não atrapalhar a belíssima visão do Wolfhard saindo da água salgada. Sean usa apenas uma bermuda preta de pano leve, as gotículas de água dançam pelo seu tronco completamente definido e o desgraçado ainda passou a mão em seus cabelos, os deixando para trás. Okay, até abaixei um pouco os óculos escuros para ver com um pouco mais de clareza. Sean não presta atenção em nada, mas está nítido que ele está gostando dos olhares de todos da praia. Claro, ele adora qualquer tipo de atenção.

Quando os nossos olhares se encontram, Sean sorri e dá uma corridinha até o local em que eu estou deitada em cima da toalha. Ergo os olhos para ele, observando o modo em que ele se seca. Me deito de bruços, minha cabeça lateja um pouco. É um desastre morar na Califórnia e não ser tão acostumada com o sol, mas não posso me culpar, meu futuro agradece o esforço que tenho para entrar em Harvard. Meus olhos se fecham quando as mãos de Sean tocam minhas costas, fazendo movimentos circulares por toda extensão.

— Até na praia você fica tensa, senhorita Henderson — murmura, dando continuidade a massagem — Eu fico imaginando formas de deixá-la menos tensa, menos paranoica e menos perfeccionista. Mas acho que não sou capaz de mudá-la.

— Ninguém é capaz de mudar uma pessoa, Sean. Isso é apenas historinhas de livros entre mocinhas e garotos idiotas. Infelizmente, o público alvo dessas obras são meninas entrando agora em suas vidas amorosas, e elas se iludem nessa falsa esperança. É devastador e triste — desvencilho de seu toque, me sentando para olhá-lo, arrependo profundamente de ter me esquivado pois a massagem estava surreal.

Sean parece reflexivo, ele estava procurando vestígios de que eu estava brincando e quando não encontrou, ficou incomodado. Não sei porque é tão importante para ele ter o poder de me mudar.

— As pessoas precisam entender que apenas elas precisam se mudar, um amor não muda ninguém, apenas faz esquecer os problemas por um mísero tempo. E quando eles voltam, acabam levando a pessoa que ama junto para o fundo do poço, porque ficou envolvida demais.

Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]Onde histórias criam vida. Descubra agora