C H A P T E R I

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Luana Francis

Primeiro dia de aulas costuma ser animador e excitante para algumas pessoas. Para mim é simplesmente o início de um ano fatídico miserável, aturando adolescentes com os  hormônios a flor da pele. Ainda mais na minha escola nova.

Ganhei uma bolsa para a tão prestigiada West School , lar de riquinhos metidos a bestas e garotas mimadas.

Então, a minha satisfação para é hoje é como o um na multiplicação, neutra.

Mas mesmo assim acordo com o alarme as seis horas, me espreguiço na cama e me sentando pensando no porquê das férias terem acabado.

Me levanto finalmente da parte de cima do beliche que eu partilhava com minha irmã indo até ao dia do acidente.

Saio em passos lentos e demorados até ao banheiro conjunto da casa.

Olho o meu reflexo deplorável no espelho rachado ao meio. Escovo os dentes e tomo um banho rápido e frio.

Com um pente, tento desembaraçar o meu cabelo e fazer algum penteado decente nele. O quê é quase impossível, ter cabelo crespo não é fácil.

Depois de quase trinta minutos, consigo fazer um penteado decente, sem chorar o que é uma vitória .

Volto para o meu quarto e visto o uniforme que está no meu guarda-roupa.

Me aprecio no espelho. A saia é mais curta que uma toalha para lavar a cara, como as garotas conseguem ficar o dia todo usando apenas esse trapo.

Pego minha mochila, meu casaco e meu celular e desço as escadas.

Sinto o cheiro de pequeno almoço pairando pela sala rústica da minha casa. Caminho até a cozinha e encontro meu pai tentando colocar o café da garrafa térmica para mim. Seus braços estão mais  trémulos do que o comum e sua coluna encurvada, seus joelhos atrofiados, isso é sinal da falta dos seus medicamentos.

— Bom dia paizinho! — dou um beijo na sua bochecha e tomo de suas mãos o café e a garrafa térmica. — Eu já falei para o senhor não se preocupar com as tarefas enquanto não receber os medicamentos.

Deixo a garrafa térmica agora com café quente nela, na mesa.

— Queria fazer um agrado para você no seu primeiro dia de aulas. — meu pai se senta a mesa com dificuldade.

Sorrio em resposta para o meu pai.Preparo o prato para ele, com waffles e bacon e uma chávena de café com leite. Olho no para o relógio e está quase na hora de subir o autocarro da escola.

— Tchau pai. Se cuida! Eu já vou. — pego na minha mochila e volto para a mesa levando uma banana e dando um beijo na testa do meu pai. — O senhor promete que vai ficar bem ?

— Prometo Lua. Não se esqueça de passar pelo gabinete da doutora Carlton para saber da resposta dela. — meu pai diz e eu assinto.

Saio da minha casa indo até a paragem que me indicaram para que eu ficasse a espera do carro que virá me levar.  Espero pouco menos que dois minutos, porque chegaram pontualmente às 07:35 .

Entro no carro e me acomodo num lugar vazio a janela. Tiro meus fones de ouvido e ponho The Neighbourhood tocando bem alto.

Aprecio a paisagem dos sítios em que passamos até sair dos subúrbios, e chegarmos a área nobre de cidade. As casas aqui são lindas e gigantes, visivelmente caras . Tudo aqui é bem chique, passamos a uma zona mais reservada , que tem vista para a praia.

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