Luana Francis
O dia do jantar chegou. Domingo! Normalmente eu uso os domingos para descansar, estudar e ler meus romances arquivados. É meu dia de lazer.
Porém, eu prometi ao meu pai que faria os preparativos para receber o nosso convidado ou convidada surpresa. Meu pai está fazendo o maior suspense para me dizer a pessoa. Tentei perguntar mais algumas vezes, mas sua resposta sempre é a mesma: "você verá no domingo" . Confesso que estou curiosa para saber a pessoa que virá hoje, mas, aparentemente, terei que ser paciente e esperar até às seis da noite.
O clima de Nova Iorque hoje está péssimo. Gélido e com direito a chuva. Queria eu estar na minha cama, ao invés disso estou aspirando a carpete empoeirada da sala de estar daqui de casa.
A casa parece não ser limpa a meses, sendo que eu fiz uma limpeza geral na terça feira. Tudo está de pernas para o ar, menos a cozinha e o banheiro que eu arrumo com frequência, mas o resto, está me dando raiva de tão desorganizado.
Tirei um monte de lixo da sala de estar, dos quartos. Lavei roupa de um batalhão, a máquina de lavar quase foi com Deus. Esfreguei o chão da lavandaria e passei cera no chão da sala de estar. Varri e limpei o alpendre, cortei a relva do quintal e das traseiras, mesmo debaixo dos chuviscos e do ar gelado de Nova Iorque, tirando todo o lixo a seguir. E por fim, estendi a roupa na lavandaria.
Depois de três horas de trabalho, me joguei no sofá cansada, e precisando de um sono e um banho. O relógio marca para às duas e um quarto da tarde, anunciando que faltam apenas três horas e trinta e cinco minutos para a visita chegar.
Reviro os olhos querendo chorar, ainda falta preparar a refeição. Meu Deus, eu mereço!
Mas faço de tudo para agradar meu pai, que por sinal, está bem relaxado vendo algum jogo que passa televisão, enquanto eu estou descabelada e suada, num frio de cinco graus celsius. Mas eu sei que se ele pudesse, ele me ajudaria.
Me levanto, indo até a cozinha para começar o preparo da refeição. Não estou com nenhuma vontade, nem ânimo para tal. Liguei até para um restaurante tailandês para fazer um pedido, mas eles não estão a fazer entregas hoje por conta do tempo.
Me rendi a preguiça e comecei a preparar a comida. Não com tanta agilidade, mas ao menos eu estava preparando qualquer coisa. Decido fazer um prato que minha mãe fazia bastante, costeletas de porco ao molho barbecue. A gente amava, e ela fazia todos os domingos, com puré de abóbora e vários tipos de salada para nós rechearmos o prato. Ela sempre dizia, um prato colorido é um prato saudável. Então todos os jantares sempre eram acompanhados de saladas e as sobremesas sempre eram frutas, menos aos domingos. Domingos eram dias de bolo de chocolate.
Decido fazer exatamente da forma que ela fazia, mas claro que não terá seu toque especial.
Preparo a massa do bolo de chocolate, provocando a maior sujeira na cozinha, mas a massa parecia decente. Então, ponho para assar o bolo à cento e oitenta graus celsius, por quarenta e cinco minutos.
A massa parece decente dentro do forno. Então parti para as costeletas e o puré. As costeletas estão tão congeladas que parece que deram uma bela volta no Alaska. Tive que usar 7 litros de água quente para as descongelar. Temperei, coloquei numa travessa com algumas batatas, e coloquei para assar no forno de carnes. As abóboras já estavam cozidas, fiz o puré, colocando na travessa a seguir e temperei os brócolos.
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A Culpa Do Amor
Teen FictionDescrição: Depois da morte de sua mãe e seus irmãos, Luana Francis se trancou em uma bolha escura, e não deixava nem um feixe de luz entrar por ela. Se dedicou apenas aos estudos para conseguir sair do sítio que trazia as memórias a tona da noite f...