C H A P T E R XLIV

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Luana Francis
1 mês e 15 dias depois

Não dá para acreditar que faltam apenas quatro para o término do ano letivo. Quatro dias para o término do ensino médio. O tempo parece ter voado, mas, ao mesmo tempo, não consigo deixar de sentir o peso de cada momento que passou. Tantas coisas aconteceram, tantas mudanças, tantas lições… Às vezes, me pergunto se sou a mesma pessoa que entrei nessa escola, ou se, ao longo desse ano, acabei me tornando alguém completamente diferente.

Meu ano foi inimaginavelmente conturbado, digno de um filme. Por onde posso começar ?

Ter sido aceita na Westside High School, com certeza mudou minha vida e abriu várias portas na minha vida. Apenas não contava que seria estudar nessa escola!

Pensei que fosse passar despercebida, afinal a escola é lotada de pessoas ricas, filhos de figuras públicas e celebridades. Não tinha noção que ser bolsista e viver em Brooklyn seria o que mais chamaria a atenção das pessoas na escola.

Claro que, tendo um embate com a « it girl » da escola, Dalila, seria um grande empurrão para eu estar na boca de todos.

O relacionamento com Andrew também deu o que falar. Começou por um implincância e constantes embates e discussões entre nós dois, até florescer num romance ardente e confuso. Porém,  terminou devido aos rumores, num caos de ressentimentos e palavras dolorosas.

E isso deu início a mais rumores e fofocas sobre mim. Cada rumor, cada fofoca, parecia uma pedra jogada na água, se espalhando e me atingindo de formas que eu nunca pensei que seriam possíveis. Era difícil me manter focada e fingir que nada estava acontecendo ao meu redor, mesmo tendo meu mundo caindo aos pedaços. Eu me sentia constantemente exposta, como se todos soubessem o que estava acontecendo comigo, mesmo tentando esconder.

Mas eu também aprendi algo muito importante. Eu fiz amizades. Amizades reais.

Indie, com sua energia incessante e capacidade de me fazer rir até em meus piores dias. Brooke, que tem essa visão afiada sobre tudo, e que sempre me ofereceu um ombro amigo, mesmo quando eu não sabia que precisava. Abby, com sua calma e seu jeito de estar presente, mesmo no silêncio. E Matthew, que se tornou mais do que um amigo. Ele me mostrou, sem querer, o que significa ser leal, mesmo quando as coisas não saem como planejado. Esses amigos, mais do que qualquer outra coisa, me ajudaram a passar por tudo isso. Eles estavam ali, sempre.

E Sally! Ah... Sally. Ela chegou de forma tão barulhenta na minha vida, trazendo seu jeito animado e cuidadoso para nossa casa. No início, a ideia de ter uma madrasta não soou bem, eu sentia que estava substituindo minha mãe. Mas Sally não tencionava substituir ninguém, mas nos dar o apoio que tanto precisávamos, como ela também necessitava. Ela virou uma figura materna necessária e um grande pilar na minha vida, e nunca me deixa esquecer minha mãe e irmãos.

Mas, ao mesmo tempo, aprendi que não poderia contar com mais ninguém, além de mim mesma. A resiliência que tive que desenvolver foi uma das coisas mais difíceis de aceitar. Mas hoje, ao olhar para trás, vejo que foi a única coisa que me manteve de pé. Passei a ver os meus erros de forma diferente, sem vergonha, apenas como parte de quem sou. Cada passo, cada tropeço, me ensinou a ser mais forte, mais corajosa. E não, eu ainda não sou perfeita. Mas a Luana que está aqui, quatro dias  antes do fim, é uma Luana que aprendeu a se respeitar.

E, agora, tudo o que me resta é esperar. Esperar pelas respostas das faculdades. Brown e Harvard. Já recebi a carta de Yale e fui negada. Fiquei bem triste e desesperada, mas preferi me acalmar e esperar pela resposta das outras universidades.  Às vezes, me pego imaginando se vou passar em alguma delas, se meu esforço vai ser recompensado, mas ao mesmo tempo, sei que não importa o que aconteça. Eu fiz o meu melhor. Eu me entreguei, sem medo, para os meus sonhos, e agora, tudo que posso fazer é esperar e confiar que o que for para ser será.

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