C H A P T E R X

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Luana Francis

Chegou sábado! A tão esperada festa de Robert Sarkis será hoje. Acordei com uma chamada de Indie dizendo para passaria para me arrumar, alegando que eu não saberei me arrumar e que devo passar uma boa primeira impressãopara Matthew. Ela não me deu a chance de recusar, não gosto de visitas em minha casa.

Não gosto que as pessoas fiquem me perguntando do porquê meu pai está assim, onde estava minha mãe, se eu não tinha irmãos. Isso aconteceu com um dos garotos com quem eu já fiquei, foi um erro ter trazido ele aqui, a gente estava no primeiro ano do ensino médio. Ele insitiu tanto que eu acabei por ceder. Ele chegou e viu meu pai na sala, ele estava de saída, suas mãos estavam trémulas e sua postura levemente encurvada, mas ele estava bem. O garoto depois que meu pai saiu perguntou muita coisa. Eu contei para ele tudo, que meu está doente há quase 10 anos, do acidente da minha família e tudo o resto.

Acabei chorando, e ele me consolou com um beijo, bem, eu pensei que estivesse me consolando. A gente acabou indo para a cama juntos.

Meu maior arrependimento! Ele logo que saiu da minha casa, deixou de falar comigo, não respondia as minhas mensagens e nem nada. Isso me deixou muito mal, mas quando ele espalhou tudo o que contei para ele e o que a gente fez, foi o meu fim. Passei o ano todo sendo perseguida. Cartazes, mensagens, indirectas e tudo o que se pode imaginar.

Não tenho vergonha do meu pai, nunca terei, ele é meu herói. Tenho medo das pessoas. Da maldade das pessoas! Mas Indie não me parece um tipo de pessoa que faria isso comigo.

Me espreguiço, preguiçosamente, na parte de baixo do beliche, depois de passar quase uma hora ao telefone.

Saio do quarto, indo em direcção ao minúsculo banheiro na minha casa.

Me aprecio no espelho rachado no meio e resolvo escovar os dentes. Pego na minha escova rosa e na pasta de dentes com sabor de morango escovando os dentes lentamente. 

Saio do banheiro e aproveito para limpar a casa. Varro o chão, limpo os móveis, lavo a loiça, aspiro a poeira, limpo o chão e lavo o banheiro no som alto de The Neighbourhood tocando nos meus fontes de ouvido.

Preparo o almoço, porque já é bem tarde. Meu pai foi para suas consultas no neurologista e na duas secção de fisioterapia e depois disse que iria a casa de uma tia, que é sua irmã gémea, minha e que passaria a fim de semana lá.

Então preparo apenas uma salada de batata com maionese e um peito de frango frito para mim. Acompanho o prato com um copo de sumo de uva enquanto assisto uma série que passava na TV.

Oiço a campainha tocar, e olho para o relógio, já são cinco da tarde.

A que horas eu acordei?!

Vou até a porta, a abrindo e me deparo com Indie na porta, ela não demora em entrar.

Ela já está arrumada, com um vestido tubinho preto e alças finas com tecido cetim. O vestido ia até metade das coxas e atrás, umas finas tiras em nó de borboleta enfeitavam as costas. Ela calçava umas botas com cadarços. Seu cabelo estava solto e tinha pouca maquiagem na cara.

— Nem te dei permissão para entrar! — reviro os olhos fechando a porta.

— Que ótima anfitriã você, hein! — Indigo diz com um tom de sarcasmo na voz. — Essa hora e você ainda está de pijama, Luana. 

— Tem mal nisso?! — pergunto enquanto caminho de volta para o sofá, levando meu prato de novo.

— Tem nem, sua preguiçosa! — ela se senta do meu lado tomando o copo de suco da mesa e dando um gole.

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