C H A P T E R XIII

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Luana Francis

— Então meninos, não se esqueçam que têm que terminar as vossas pinturas. Até a próxima aula. — a professora Gianni, de artes, diz.

A professora mais deslocada que nós temos. Alta, magra, meia idade. Sempre com calças largas e camisetas grandes. Ela expõe seus braços todos tatuados sem medo nenhum, e seus piercings no rosto e nas orelhas são seu maior charme.

Arrumo minhas coisas na mochila de artes, que a escola dá a cada aluno. Eu não gosto muito da disciplina, mas com a professora Gianni parece muito mais interessante. Praticamente só pintamos quadros e fazemos esculturas.

As pessoas vão saindo da sala, me deixando sozinha enquanto termino de arrumar o material. Quando termino, recebo uma notificação no celular.

Matthew Thompson: Hey, Lua. Posso encontrar você na sala de projecções do primeiro ano. Preciso falar com você.

Meu coração erra as batidas por um momento. Não falo com Matthew desde o sábado no carro. Ele vem me mandando mensagens, mas eu sinto culpa, não consigo responder ele. Mas sinto que devo uma explicação para ele. Então aceito seu pedido.

Eu: A caminho. :)

Saio da sala e desço os degraus até ao andar do primeiro ano do ensino médio. Os burburinhos sobre o que aconteceu na festa estão rolando. As pessoas são mesmo maldosas, estão fazendo piada com o fato de eu quase ter morrido. A cada passo que dou, parece que o barulho dos cochichos e das risadas maldosas aumenta.

As pessoas me olham com desdém, e com repulsa, como se eu fosse culpada de alguma coisa. De tanto que oiço coisas a meu respeito, já estou habituada. Mas isso não quer dizer que não doa. Mesmo eu tentando me fazer de forte, dói muito essa discriminação.

Caminho mais rápido, o corredor é longo e a sala de projecções está bem escondida, então ainda teria um longo caminho. Sinto meus pulmões falhando, como se o ar não chegasse a eles e o meu coração está batendo mais rápido. Ansiedade, minha amiga! Ela quer me atacar nesse momento, mas faço o possível de não deixar os pensamentos intrusivo me deixarem ansiosa.

Depois de muito andar, cheguei a sala de projecções.

A sala está escura, não está absolutamente ninguém, vejo apenas uma sombra alta e musculada no palco. Sentado e balançando os pés, enquanto traga o seu cigarro. Respiro fundo e desço as escadas até chegar a ele.

Assim que me vê, Matthew descarta do seu cigarro, apagado com a sola do seu ténis. O cheiro de nicotina ainda paira no ar e me forço para não tossir para não parecer inconveniente.

Paro a sua frente e ele me encara sorrindo, como sempre faz.

—  Oi. — eu digo tímida.

Matthew se levanta e me dá um abraço forte me deixando surpresa. Ele sustenta o abraço por muito tempo, até que eu me separo dele.

Ele volta a se sentar e eu me sento do seu lado.

—  Você não respondeu as minhas mensagens por dias, Luana. Eu fiz algo de errado? —  Matthew me olha com uns olhos que me fazem doer a alma.

A Culpa Do Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora