Luana Francis
— Então meninos, não se esqueçam que têm que terminar as vossas pinturas. Até a próxima aula. — a professora Gianni, de artes, diz.
A professora mais deslocada que nós temos. Alta, magra, meia idade. Sempre com calças largas e camisetas grandes. Ela expõe seus braços todos tatuados sem medo nenhum, e seus piercings no rosto e nas orelhas são seu maior charme.
Arrumo minhas coisas na mochila de artes, que a escola dá a cada aluno. Eu não gosto muito da disciplina, mas com a professora Gianni parece muito mais interessante. Praticamente só pintamos quadros e fazemos esculturas.
As pessoas vão saindo da sala, me deixando sozinha enquanto termino de arrumar o material. Quando termino, recebo uma notificação no celular.
Matthew Thompson: Hey, Lua. Posso encontrar você na sala de projecções do primeiro ano. Preciso falar com você.
Meu coração erra as batidas por um momento. Não falo com Matthew desde o sábado no carro. Ele vem me mandando mensagens, mas eu sinto culpa, não consigo responder ele. Mas sinto que devo uma explicação para ele. Então aceito seu pedido.
Eu: A caminho. :)
Saio da sala e desço os degraus até ao andar do primeiro ano do ensino médio. Os burburinhos sobre o que aconteceu na festa estão rolando. As pessoas são mesmo maldosas, estão fazendo piada com o fato de eu quase ter morrido. A cada passo que dou, parece que o barulho dos cochichos e das risadas maldosas aumenta.
As pessoas me olham com desdém, e com repulsa, como se eu fosse culpada de alguma coisa. De tanto que oiço coisas a meu respeito, já estou habituada. Mas isso não quer dizer que não doa. Mesmo eu tentando me fazer de forte, dói muito essa discriminação.
Caminho mais rápido, o corredor é longo e a sala de projecções está bem escondida, então ainda teria um longo caminho. Sinto meus pulmões falhando, como se o ar não chegasse a eles e o meu coração está batendo mais rápido. Ansiedade, minha amiga! Ela quer me atacar nesse momento, mas faço o possível de não deixar os pensamentos intrusivo me deixarem ansiosa.
Depois de muito andar, cheguei a sala de projecções.
A sala está escura, não está absolutamente ninguém, vejo apenas uma sombra alta e musculada no palco. Sentado e balançando os pés, enquanto traga o seu cigarro. Respiro fundo e desço as escadas até chegar a ele.
Assim que me vê, Matthew descarta do seu cigarro, apagado com a sola do seu ténis. O cheiro de nicotina ainda paira no ar e me forço para não tossir para não parecer inconveniente.
Paro a sua frente e ele me encara sorrindo, como sempre faz.
— Oi. — eu digo tímida.
Matthew se levanta e me dá um abraço forte me deixando surpresa. Ele sustenta o abraço por muito tempo, até que eu me separo dele.
Ele volta a se sentar e eu me sento do seu lado.
— Você não respondeu as minhas mensagens por dias, Luana. Eu fiz algo de errado? — Matthew me olha com uns olhos que me fazem doer a alma.
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A Culpa Do Amor
Teen FictionDescrição: Depois da morte de sua mãe e seus irmãos, Luana Francis se trancou em uma bolha escura, e não deixava nem um feixe de luz entrar por ela. Se dedicou apenas aos estudos para conseguir sair do sítio que trazia as memórias a tona da noite f...