Andrew Martins
Minha conversa com Luana foi boa e reconfortante. Eu realmente precisava falar com alguém sobre o assunto, e minha namorada se mostrou uma boa ouvinte e conselheira. Eu simplesmente adoro os momentos que passamos juntos, mas hoje foi mais especial. Porque era dela que eu precisava.
Mas assim que nos separamos para ela ir a sala de biologia e eu para sala de Desenho Geométrico e Descritivo, o sentimento de angústia voltou a ganhar espaço em meu peito. Meus pensamentos voltam para Amery.
Ontem ela acordou atordoada e triste, então eu e Abby tivemos a brilhante ideia de passar o dia brincando com ela. No meio da tarde, Aidan veio conhecer nossa irmã mais nova, que depois de temer ele, amou ele e ambos brincaram um pouco. Tirei várias fotos dela se divertindo. E mamãe também veio a conhecer e simplesmente amou Amery.
Eu, Abby e Amery passamos o dia brincando de várias coisas, assistimos e no fim do dia, Abby a deu um banho, a vestido com um pijama felpudo lilás e a aconchegou em sua cama descansando.
Porém, fui acordado às duas horas e quarenta e sete minutos da madrugada, batidas na porta. Não vi ninguém na porta, até que olhei para baixo e vi uma Amy chorona.
Fiquei preocupado, me agachei para ficar da sua altura, perguntando o que havia acontecido.
"Sonhei com minha mãe. Ela não volta mais?" Sua pergunta me abalou, pois eu não podia responder pela exactidão. Não sei se Yara irá voltar, não sei que virá levar Amery. E apesar de Yara ser horrível com sua filha, mãe é mãe.
Apenas acariciei seu cabelo preso e balbuciei um não sei. Seus olhos se encheram mais, e eu a abracei, fazendo ela chorar no meu peito. Peguei ela no colo.
"Você quer dormir comigo?" Sugeri e ela acena a cabeça em confirmação.
Coloquei Amery na minha cama, e faz carinho em sua cabeça até ela pegar no sono. Ela dormiu triste, e acordou triste quando eu acordei para ir ao treino. Então Abby ficou em casa para tomar conta dela, com minha mãe.
Eu me pergunto, o que ela passava com Yara nesses quatros anos de vida? Ela está magra, abaixo do peso para uma criança da sua idade, chegou com roupas apertadas e curtas, nesse frio. Seu cabelo não estava cuidado. Yara não tinha amor nenhum pela sua filha,era apenas uma forma de garantir que meu pai nos deixasse para ficar com ela. O que foi muito burro da sua parte, meu pai não ama ninguém!
Mas Amery, ela não tem culpa da sua burrice. Yara a concebeu porque quis, então porquê ela fez isso com Amery, porquê a abandonou?
Amery tem que lidar com o abandono da mãe e com a indiferença do pai. Ela só tem quatro anos.
— Andrew! — Matthew me tira dos meus devaneios.
Estamos na aula de Desenho e o professor traça linhas incompreensíveis na lousa.
— Você não fez nada desde que a aula começou, você está bem? — Matthew questiona preocupado.
Apenas suspiro e olha para a folha em branco na minha frente, com apenas um ponto, que foi tudo que consegui escrever. Olho para meu melhor amigo, que está esperando uma resposta minha.
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A Culpa Do Amor
Ficção AdolescenteDescrição: Depois da morte de sua mãe e seus irmãos, Luana Francis se trancou em uma bolha escura, e não deixava nem um feixe de luz entrar por ela. Se dedicou apenas aos estudos para conseguir sair do sítio que trazia as memórias a tona da noite f...