A Culpa Do Amor

C H A P T E R XIV

Luana Francis

Nunca pensei que algum dia estaria num lugar assim. Tão perfeito!
Me sinto no céu, ou em algum tipo de paraíso. Tudo é tão lindo e organizado que dá vontade de levar tudo, pena que não tenho nem dinheiro para pagar a alcatifa desse lugar.

Abby não brinca em serviço. Assim que o sinal tocou, entrou na sala como um furacão e me levou até seu conversível platinado, no estacionamento da escola e saiu catando pneu. Viajamos por alguns minutos ao som de Megan Thee Stalion, que Abby cantarolar cada música sem nem tropeçar nas palavras. Haja fôlego!

Depois de minutos de viagem, chegamos à loja onde íamos comprar os vestidos. A loja é da marca Brianni Ambrose. É uma estilista famosa e renomada aqui em Nova Iorque. Seus vestidos são de altíssima costura e qualidade. Algumas famosas vêem aqui e comprar seus vestidos para eventos como Met Gala.

— Boa tarde senhorita Martins! — uma atendente muito bem organizada e aprumada vem ter com a gente, e parece não me ver. Ela é tão branca, mas tão branca, que cheguei a confundir com a Isabella Swan. Tem olhos azuis, tão claros que parecem porcelana e o cabelo dela é castanho escuro.

Ela olha para mim com desdém, como se eu fosse roubar a loja.

— Boa tarde! — digo ironicamente. E como esperado, ela não me responde.

Abby passa por ela, segurando no meu braço e caminhando até ao atelier, onde tem vários vestidos. A atendente nos segue.

— Você pode escolher o que quiser. Não se esqueça das cores. — Abigail me diz, enquanto escolhe um vestido na arara de vestidos azuis.

— Azul escuro, verde esmeralda ou vermelho escarlate. — menciono as cores que ela vem mencionando sempre.

— Isso mesmo, Lu!

Sorrio para ela e procuro um vestido, entre os vestidos vermelhos, já que é a minha cor preferida, aproveito a oportunidade. 

A atendente não tira os olhos de mim nem por um segundo. Só falta mesmo ela subir nas minhas costas para ver melhor o que eu estou fazendo. Tento ignorar o olhar dela e me focar na minha escolha.

Os vestidos são tão lindos que eu não sei qual escolher. De todos, três me chamaram mais a atenção. Então pego os três para experimentar. 

— Você também já está pronta para experimentar?! — Abby pergunta, com cerca de dez vestidos sendo segurados por outra atendente, e eu aceno a cabeça em confirmação. — Ótimo, vamos!

Ela começa a caminhar para os provadores e eu a sigo, mas a atendente irritante, para na minha frente com uma toca de cetim nas suas mãos, e estica na minha direcção. 

— Você tem que usar isso, senão seu cabelo pode raspar os vestidos. — não acredito no que estou ouvindo, não acredito mesmo no que estou ouvindo.

— Porquê não dá uma para mim também?! — Abby indaga também, visivelmente irritada. Não mais do que eu.

— Porque seu cabelo não é como o dela! — a atendente diz, e eu respiro fundo.

Levo a toca de suas mãos e entro nos provadores com Abby, e sua atendente e ela tenta nos seguir. Abby a para.

— Você fica aí. — ela diz firme e leva a toca das minhas mãos. — E pode levar essa porra também, sua racista!