Luana Francis
Eu nunca tive tanta dificuldade para chegar à um local como para chegar à York Heights. Claramente, que Matthew sendo rico não ia viver na esquina de Brooklyn, como eu.
York Heights é um bairro conhecido pela exclusividade e descrição. Zona de vários artistas e empresários. E claro, não teria um ónibus passando perto de lá.
O mais perto que o ónibus conseguiu me deixar, foi há uns dois quilómetros de York Heights. Tive que caminhar tudo isso.
O tempo está horrível, estão dois graus com sensação térmica de menos seis graus celsius.
A neve cai levemente, e apesar do excesso de agasalho que meu pai me fez usar, sinto frio nas partes expostas. Minha mochila está pesada, e para piorar o caminho é a maldita de uma subida. Tenho certeza que não precisarei fazer meu treino rotineiro hoje.
Depois de muito caminhar, por pouco mais que quarenta minutos, cheguei a York Heights.
Tem uma placa enorme no início da rua: Bem-vindo à York Heights, apreciamos a sua visita!
Mais apreciam o dinheiro deles.
Agora só falta encontrar o condomínio 40th Avenue, vai ser fácil, claro, o bairro está recheado de condóminos. Será como procurar a porcaria de uma agulha num palheiro. Mas graças a intervenção Divina, o condomínio fica apenas à uma quadra da entrada de York Heights. Entro no condomínio depois de dizer toda a informação que Matthew me passou e os seguranças indicam que a casa dos Thompson fica à dois minutos. Caminho é finalmente chego a mansão dos Thompson. Como eu sei. Bem, as pessoas ricas gostam de deixar claras as suas propriedades. No portão está escrito Thompson's Villa em letras, provavelmente banhadas em ouro. Toco a campainha e uma voz soa pelo interfone, digo o meu nome e o portão é aberto. Admiro o interior da residência, que agora é bem mais visível, sem o grande murro e o enorme portão obstruindo a imagem.
Tem tons cinza, azul escuro e branco, é uma residência enorme e bastante requintada. São exatos três minutos de caminhada do portão até a porta principal da casa. Tem dois carros fora da área da garagem. De tanto que andei até esqueci que está um frio glaciar hoje.
Quando chego lá, uma mulher com traços latinos me atende, sorridente. Ela está com uma roupa formal e saltos pouco altos, pela forma como está vestida deve ser a governanta da casa.
— Boa tarde, o menino Thompson espera por você! — ela diz, e noto que tem um sotaque forte. — Deixe seus agasalhos aí no cabide.
Olho para o lado e vejo um guarda-roupa aberto. Tiro meu sobretudo, meu casaco, minha luva e meu gorro pendurando no cabide e sinto que o ambiente da casa é bastante aconchegante.
— Vamos! — a mulher diz.
Apenas sorrio educada e subimos as escadas até ao segundo andar da casa. Caminhámos pelo longo e amplo corredor até chegar a uma porta dupla, que quando aberta revela o quarto de Matthew. Lá estão ele, a Brooke e o Andrew. Andrew me encara, diferente do olhar presunçoso de sempre, desta vez eu noto algo diferente, admiração?
Ele está me admirando?! Se calhar está habituado a me ver de uniforme. Mas não estou lá essas coisas. Estou com uma calça skinny e um moletom grande e azul ciano. Meu cabelo está em um low ponytail e hoje estou usando meus óculos de grau ao invés das lentes de contacto.
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A Culpa Do Amor
Teen FictionDescrição: Depois da morte de sua mãe e seus irmãos, Luana Francis se trancou em uma bolha escura, e não deixava nem um feixe de luz entrar por ela. Se dedicou apenas aos estudos para conseguir sair do sítio que trazia as memórias a tona da noite f...