C H A P T E R II

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LUANA FRANCIS

O primeiro dia de não foi o melhor nem o mais caloroso. Eu sabia que mudando para uma escola do calibre da West School eu teria que lidar com comentários preconceitos, mas não disse que os aguentaria de boca fechada.

Essa garota Dalila e seu namoradinho não serão os primeiros nem os últimos a fazer bullying comigo por conta da minha condição financeira e na minha condição como bolsista na escola.

Não estou nem um pouco preocupada com os insultos e brincadeiras de mau gosto que se seguem, estou nessa escola pela excelente educação e para garantir o melhor para o meu pai que é a única coisa que me resta nesse mundo.

Falando no meu pai, depois da discussão com a senhora esnobe, fui logo a paragem de ônibus e subi um para o centro da cidade e fui ao gabinete da doutora Carlton, a médica militar que trata da medicação do meu pai.

Esperei para ser atendida por pouco mais de quarenta e cinco minutos .

- Luana Francis. - a recepcionista me chama e me levanto logo a seguir.

Pego minha mochila e caminho com a recepcionista até ao gabinete da doutora Carlton.

Ao entrar admiro o local, cheia de vida e de cores, tudo muito bem decorado e organizado e a doutora Marie-Claire Carlton está sentada em sua secretária sorridente.

- Oi Luana. - ela me cumprimenta ainda com o sorriso no rosto.

- Oi doutora Carlton. - forço um sorriso de volta. - Vim saber da medicação do meu pai. - digo logo, sem enrolação.

Automaticamente a sua expressão facial muda de feliz para triste e solidária.
Isso me preocupa bastante, não é bom sinal.

- Bem querida, você sabe que os medicamentos do seu pai são bastante caros.

- Sei sim...

- Bem, a direcção aceitou dar ao seu pai medicamentos que dêem para três meses. - sorrio com a notícia, mas a expressão da doutora Carlton continua a mesma. - Porém, serão os últimos.

Congelei por um segundo, como assim os últimos.

- Como assim doutora?! - digo exasperada.

- A direcção do hospital não tem como bancar mais medicamentos para o seu pai, o tratamento do seu pai é caro demais, não temos como pagar?! - ela termina de falar.

As lágrimas já começam a escorrer pelo meu rosto, começou a pensar depois desses três meses como farei para comprar os medicamentos do meu pai.

- Doutora, por favor, meu pai precisa desses medicamentos, ele trabalhou aqui por quarenta anos, não podem conceder só isso a ele. Ele só tem a mim na vida, eu não tenho como ajudá-lo...

- Sinto muito querida, não sou eu. Você pode levantar os medicamentos do seu pai na farmácia, tome a receita e o cheque de pagamento. - ela me entrega dois papéis.

Me levanto saindo da sua sala sem falar mais nada, caminhando até a farmácia do hospital que recebeu os serviços do meu pai por mais de quarenta anos. Chegando na farmácia a moça me passa os medicamentos e eu os guardo na mochila.

Caminho até a paragem de ônibus e não vou para casa. Passo a tarde toda procurando trabalho no centro da cidade.

Passei por lojas de roupa, lojas de sapatos, lanchonetes, açougueiros e até por um bar, mas não estão contratando.

Olho no relógio e vejo que já são sete da noite decido pegar o ônibus para casa. Se calhar amanhã tenha mais sorte.

Subo o ônibus até Brooklyn escutando música alta. Fico o caminho todo pensando em como eu vou pagar os medicamentos do meu pai quando esses três meses passarem.

O ônibus chega a paragem e eu começo a caminhar até casa, as ruas estão desertas, o que é normal aqui, desde que nenhum ladrão me surpreenda.

Chego a minha casa e passo a chave na fechadura e abro a porta.

As luzes estão todas apagadas e a sala é iluminada pela luz da televisão e o som ecoando é de noticiário. Caminho até a sala e vejo meu pai sentado assistindo.

- Filha, por quê a demora, fiquei preocupado! - meu pai diz assim que me vê.

Ele está pior, seus membros estão mais atrofiados e seu rosto está comprimido.

- Desculpa pai, tive um trabalho na escola. - menti, não conseguirei dizer para ele que estava à procura de trabalho para juntar para os seus medicamentos, não ainda. - Tome, seus medicamentos. Deram para três meses.

- Uau, que bom! Você vai descansar um pouco, filha. - ele sorri com dificuldade e eu retribuo.

Vou levar um copo de água e ajudo a tomar os medicamentos. Enquanto os medicamentos fazem efeito, faço uma comida rápida para nós .

Em pouco mais de trinta minutos a comida está pronta e já mesa, e meu pai está bastante melhor. Oramos e comemos.

Me despeço do meu pai para ir dormir, depois de lavar a louça e arrumar a cozinha. No quarto fico procurando vagas de emprego. Passo a toda noite e o início da madrugada tentando, mas não acho nada. Isso me deixa desesperada, porque eu tenho que começar a juntar o dinheiro, com um mês de salário mínimo, não vai dar para comprar todos os medicamentos que meu pai precisa.

Continuo procurando até que acho uma vaga numa lanchonete, fica perto da minha escola, isso significa que fica na zona chique da cidade. Não precisa de expressão e nem currículo só que os participantes á vaga tenham dezasseis anos ou mais. Eu tenho dezassete, posso tentar.

Me inscrevi para uma entrevista na sexta feira dessa semana, e submeti minha inscrição. Agradeci a Deus por ter encontrado uma vaga. Agora pedir para ser aceite.

Recebo uma notificação do Instagram que me chama atenção.

@indiemiller começou a seguir você.

Indie foi a garota simpática que sentou do meu lado na aula de biologia hoje.

Sigo ela de volta e fico apreciando as fotos que ela tem no Instagram. Dentre elas uma foto antiga, das líderes de torcida e ela está lá. Vi também a tal Dalila e o Drew.

Não sei porquê eu entrei na sua página, seu nome é Andrew Martins e como eu previa ele está no time de futebol americano da escola. Ele é bem bonito por sinal, mas o egocentrismo dele pode se ver até através das fotos.

Saio da sua página e decido mandar uma mensagem para Indie. Mas adormeço antes de ter uma resposta.


𝙵𝚒𝚖 𝚍𝚘 𝚌𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘

Oi tudo bem? Desculpa demora para a postagem do capítulo, não tenho andado bem ultimamente. Mas tentaremos postar com mais frequência.

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@_ludmila_melana

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