C H A P T E R XXIV

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Luana Francis

Dor! Tudo o que sinto nesse momento é dor por ver Andrew tão mal e abalado.
Ele é sempre confiante e seguro, sempre com um sorriso presunçoso no rosto ou fazendo alguma piada.

Mas ele agora está triste, vulnerável.
As palavras do seu pai o feriram bastante. E... droga ! Como eu queria voltar no tempo e fazer ele não ter ouvido o que ouviu.

Mesmo que não admita, Andrew ama seu pai, mesmo que ele seja uma pessoa horrível com ele, porque ele é diferente de seu pai, ele é bom.

Eu acredito não ter sido fácil para Andrew crescer com um pai tão ausente, que o tratasse tão mal, e ver que seus irmãos recebiam uma atenção diferente. Deve ter sido duro... muito duro.

Vê-lo agora a dormir, mesmo sabendo que a cabeça dele está a mil me parte o coração, e me sinto culpada por não poder ajudá-lo mais. Me sinto ainda pior por não ter correspondido o que ele disse ontem...
Ele falou que me ama, me ama. Mas eu não me sinto pronta para dizer, se calhar ainda não seja amor o que eu sinto por ele, ou ainda estou sendo dominada pelo medo e pela insegurança de relacionamentos passados e fracassados, mas eu vou me dar tempo, o tempo que for necessário para eu dizer as mesmas palavras com genuinidade e sentimento.

E estarei aqui com ele, para o fazer passar por esse momento difícil e o fazer mais feliz possível.

Oiço a campainha tocar, e olho para o relógio. Seis e meia! Essa foi a hora que Abby disse que ia chegar. Deixo Andrew no quarto dormindo e vou até ao andar de baixo.

Ao abrir a porta me deparo com Abby já com o uniforme, assim como eu, e carregando uma bolsa com ela. Ela parece triste, mas sempre com seu sorriso perfeito no rosto.

— Oi! — cumprimento dando espaço para ela passar.

Abby entra e eu fecho a porta atrás de nós.

— Oi Luana! — Abby me abraça — Muito obrigada por ter ficado com ele. Ele saiu do nada, não deu sinal, e pensei que ele tivesse cometido alguma loucura, eu não sei o que meu pai disse para ele sair sem nem avisar.

Abigail se desvencilha do abraço e percebeu uma lágrima solitária rolar pelo seu rosto pouco maquiado. Percebo que a ideia de perder seu irmão gémeo a assusta, bastante.

— Hey! Ele está bem, fica calma. — volto a abraçá-la — Seu pai disse coisas horríveis para ele, coisas que o abalaram. Mas prefiro que vocês os dois falem disso sozinhos. Vamos, ele está no meu quarto.

A encaminho para o meu quarto, no andar de cima. Ao abrir a porta, vemos que Andrew acaba de acordar, e está sentado no canto do quarto, olhando para um ponto. Olho para o ponto, e vejo que ele está olhando para a foto na mesa de cabeceira, uma foto minha e da minha irmã.

— Ai meu Deus! Seu idiota, nunca mais faça isso. — Abby corre até Andrew e o abraça — Você tem noção do quanto fiquei preocupada?! Se Luana não tivesse me mandado mensagem eu estaria no posto policial agora mesmo! Eu não suporto a ideia de perder você.

Andrew  corresponde ao abraço de sua irmã gémea com um sorriso no rosto, que aquece meu coração.

— Você ainda vai me aturar por muito tempo, maninha. — Andrew aperta a bochecha da sua irmã a fazendo sorrir também em meios as lágrimas.

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