C H A P T E R XXVIII

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Luana Francis

Foi um desafio enorme conduzir para mim. Para além de não ter conduzido um carro sequer desde que tirei minha carteira de motorista, o álcool em meu corpo não está me ajudando na concentração.

As ruas estão escuras, e o caminho para casa de Andrew é uma subida. Tive que reunir todo meu autocontrolo e força para não deixar o carro deslizar na colina e toda minha memória visual para ver o caminho para casa de Andrew nessa noite, sem minhas lentes de contacto.

Graças a Deus, cheguei a York Hills. Entrei no condomínio e conduzi até a mansão Martins.

O interfone tocou, e foi difícil demais fazer o guarda abrir a porta. Ele enrolou, questionou o porquê de eu estar dirigindo o carro de Andrew, o de Andrew estava.

No final, ele saiu para confirmar mesmo as minhas palavras. Olhou no carro, e viu Andrew dormindo e eu desarmada.
Por fim, abriu o portão e liberou minha entrada.

Embora eu estivesse irritada, ele não está fazendo mais do que seu trabalho. Famílias como esta, cheias de poder e riquezas estão em constantes ameaças por conta do dinheiro que têm. 

Estaciono na frente da porta da garagem. Não vou conseguir carregar Andrew sozinha, mesmo que tente. Então não me resta alternativa a não ser tocar na campainha e rezar para que seu irmão atenda.

Toco a campainha da casa, e depois de exactos sete minutos e seis toques, uma mulher latina atende num roupão. Parece que ela estava dormindo, pois está bem mal humorada.

—  Pois não! — não existe um pingo de animação ou paciência na voz dessa mulher.

Engulo em seco.

— Ahm, boa noite e desculpa incomodar. A senhora pode chamar Aidan, o irmão mais velho de Andrew. — minha voz sai aguda e trémula.

Nunca pensei fazer isso na vida.

— O quê aconteceu? — a mulher pergunta cruzando os braços.

Antes que eu responda, oiço o som de um motor roncando. Olho para trás, o carro de Brooke. Mas quem está dirigindo é Abby. Ela estaciona rápido e sem se importar, descendo do carro rápido, sem nem se importar em certificar que as portas estavam fechadas. Abby corre até mim.

— Hey! — a gémea Martins diz ofegante — Lourdes, chama Aidan, ou alguém que possa tirar Andrew do carro. Ele está podre de bêbado. — Abby ordena.

A mulher não demora em atender sua ordem, e minutos depois Aidan está tirando Andrew do carro, sem dificuldade alguma.

Andrew não acorda, ele está num sono profundo. Subimos os dois andares da casa, vamos em direcção ao quarto de Andrew.

Aidan abre a porta de correr, revelando um quarto grande e em tons de cinza e bem arrumado, por sinal. Eu sempre pensei que o quarto de Andrew fosse uma bagunça com ele. Dentro do quarto, duas portas de correr com vidros fumados.

O lugar é enorme e sombrio, a cara de Andrew.

Aidan joga Andrew na sua cama aparentemente macia. Andrew resmunga, se remexendo na cama, e acorda.

— O que aconteceu com você, Andrew? — Aidan ralha para seu irmão mais novo — Você não vê o quão irresponsável você foi. São três da manhã e você...

— Aidan, me desculpe. Mas acho que podemos deixar o sermão para quando ele estiver sóbrio. — o interrompo antes que ele acorde a casa toda — E eu vou ajudar você.

Aidan olha para mim, sem expressão alguma no rosto. Ele apenas esfrega as têmporas com a mão na cintura.

— Certo. — ele apenas diz e sai do quarto me deixando com uma Abby preocupada e um Andrew que não decide se fica acordado ou dorme.

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