C H A P T E R XIX

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Luana Francis

Hoje será meu primeiro dia de trabalho na Blossom. Eu estou tão ansiosa! O emprego aqui será uma grande ajuda, não só para meu pai, mas também para mim. Poderei comprar os seus medicamentos à cada salário que receber, e sobrará para juntar para, talvez comprar um pequeno apartamento para quando eu for a faculdade, assim não terei meu pai longe de mim, quando eu for, e se eu for a Massachusetts. 

O dia está frio! A época chuvosa está no seu auge, já estamos em Novembro e daqui a nada serão nossas férias de Natal, e meu aniversário. Meu aniversário é na véspera de Natal, dia 24 de Dezembro, então nunca celebrei propriamente meu aniversário, apenas fico preocupada com os preparativos para a ceia de Natal.

Mas lembro que minha mãe me acordava com um bolinho, meus irmãos e meu pai ao meu redor, o no último aniversário que isso aconteceu, Ethan também estava lá. Ele só comemorar um aniversário comigo, e nem o primeiro aniversário dele podemos comemorar, pois o acidente foi em Janeiro, dia 24 de Janeiro. Exatamente um mês depois do meu aniversário.

Às vezes acordo pensando nisso, e fico pensando o dia todo, e normalmente é sempre que um evento importante acontece na minha vida. Me pergunto como seria a reacção deles, como eles estariam agora, se eu teria outros irmãos mais novos, se Isabelle se casaria com Chris Evans, como sempre quis. Se Anthony teria sua frota de camiões na Europa, se Ethan me veria como exemplo, se minha mãe abrisse sua floricultura.  São tantas perguntas que pairam, sempre que eu me lembro daquele dia fatídico. E hoje, assim que acordei, e vi no calendário, 1 de Novembro, me lembrei deles. Hoje Ethan faria 11 anos!

Vou continuar vivendo, e tentar honrar eles, mas a falta que fazem tanto a mim como a meu pai, é descomunal.

—  Parabéns, garotão! — digo olhando para o teto e sentindo as lágrimas começarem a rolar pelo meu rosto. — O céu está em festa hoje.

Sei que eles podem me ouvir, mas não me responder. Então sempre que posso, falo com eles. 

Levantei da cama, e me arrumei rápido. Passei gel, e prendi todo o meu cabelo, no centro da minha cabeça, e terminei com meu baby hair que não pode faltar.

Me olhei no espelho, formal com minha saia xadrez de uniforme, e minha camisa bege. A gravata no lugar, por cima coloquei o colete da escola e o casaco com o timbre para complementar. As meias até um pouco antes do joelho, e minhas all star cano alto preto e branco. Pego minha mochila e desço as escadas apressadamente.

Meu pai não está, diz que está em casa da minha tia. Ultimamente ele não tem ficado muito em casa, sempre com saídas e volta tarde. Ora está nas consultas de fisioterapia, onde tem passado maior parte do seu tempo, ora está no grupo de caminhantes crónicas, ora está em casa da sua irma gemea. O homem não pode melhorar um pouco que já vai saindo. Rio, mas logo lembro que este é seu último mês com medicamentos, e se acabarem ele vai se limitar em ficar aqui em casa por não conseguir se mover devidamente.

Ainda bem, que me trabalho começa hoje mesmo. Faço uma sanduíche de ovo, pego chocolate quente no meu bebedor térmico e saio até a paragem. O ónibus não demora a chegar.

Logo subo, e me sento no meu lugar habitual,  no segundo banco da frente à janela. Conecto os auriculares ao meu celular ouvindo Over the Influence de The Neighbourhood, repetidamente até chegar na escola, pensando em alguém específico, e esse ser tem olhos verdes, cabelo castanho escuro, e está me esperando na entrada da escola.

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