SAINT E MARVIN- Livro 3"Série filhos"

18° capítulo

SAINT 

Bebi um pouquinho de vinho e depois voltei pra minha mesa. Estou tentando tomar coragem e ir falar com o Marvin. Ele bem que podia vir falar comigo. Eu acho que o melhor que o melhor a fazer é chamar ele pra falar em outro lugar. 

Olho pro outro lado do jardim, onde mesmo conversava com meus pais e meus tios. Ai…ele é amigo dos meus pais. Tinha esquecido desse detalhe. Mas não mandamos no coração. Eu não tenho culpa. 

Marvin mexeu comigo de uma forma, me deixou confuso inicialmente, eu não queria e parecia absurdo, ainda é absurdo, ele é amigo dos meus pais, e eu nem devia ter olhado pra ele da forma que olhei, mas eu sou sem filtros, e prefiro contar o que sinto. 

Mordo o lábio pensando numa maneira de ir até ele, como eu faço? 

_ Oi maninho_ Abro um sorriso vendo minha irmã ainda de noiva, mas agora com um vestido mais confortável, e curtinho. 

_ Oi casadinha_ Eu brinco e minha irmã sorri de lado_ Que você seja muito feliz com o Trevor _ Eu pego suas mãos desejando o melhor pra ela.  

_ Obrigado_ Passo os olhos em Marvin que agora estava completamente sozinho, aí a minha chance. 

_ Eu já volto_ Bebo mais um gole da bebida, não devia porque eu fico muito louco quando bebo, mas eu preciso de coragem. Suspiro e aliso minhas mãos na blusa. 

_ Oi_ Minha voz saiu tão ridícula agora.

_ Oi_ Eu sorriu igual um babaca quando vejo aquele sorriso bonito moldando seu rosto. 

_ Hum…_ Tento buscar com outras palavras mas não consigo, tenho que ir pelo tradicional mesmo_ Posso falar com você? Em outro lugar?_ Indago e espero ansioso uma resposta. 

_ Claro_ Ele diz e bebe o seu vinho, eu queria uma garrafa inteira agora. Assinto e espero ele sair pela porta que dava pro jardim, me sinto pronto pro fazer algo muito errado, então dou uma breve olhadinha em volta me certificando de que todos estavam ou bêbados ou conversando o suficiente pra não me notarem. 

Dou uma corridinha e volto a andar normalmente andando ao lado dele. 

_ O seu conselho me ajudou bastante, Saint_ Eu viro a cabeça e o observo_ Me ajudou a pensar pra frente, e a agir da maneira correta.

_ Conversou com seu filho?_ Eu pergunto percebendo que estamos indo bem longe. 

_ Não, eu tentei, mas ele ainda está querendo falar comigo, vou dar o tempo dele_ O kencrick pra mim é um ingrato, o pai fez de tudo pro garoto, pelo que meus pais me contam, ele estudou nos melhores celegios, teve o melhor ensino, tinha de tudo, não lhe faltava nada e agora fica putinho por que o pai é Gay? Ah, pra mim o que importa é se a pessoa é boa, honesta, a sexualidade não devia ser motivo pra afastar alguém. 

Paramos de frente pra uma árvore enorme daqui de casa, ficando bem embaixo dela. 

_ O que queria me contar?_ Ele pergunta e eu respiro fundo tentando me acalmar, é agora Saint, e só falar, o não você já tem. Vai coragem. 

_ Então…_ Abro e fecho a boca não conseguindo colocar pra fora nada. 

_ Eu posso falar primeiro?_ Indaga erguendo a sobrancelha_ Você tá nervoso, eu não ia falar nada, mas já estamos aqui…_ Eu balanço a cabeça concordando_ No passado era muito difícil entender o que acontecia comigo Saint, eu não sabia o que era…e quando eu descobri eu tive medo, mas agora o mundo todo sabe que eu sou gay, e eu tô me sentindo leve com isso. Eu sou gay, e não escondo de mais ninguém. 

_ Eu fico feliz_ Digo com sinceridade. 

_ O que o padre disse lá dentro sobre não esperar e não esconder os nossos sentimentos, me fez pensar em algumas coisas, eu escondi o que eu sentia a vida toda. E não quero nunca mais na minha vida ter que esconder, desde o primeiro dia que eu vi você eu senti alguma coisa, não sabia o que era, mas agora eu acho que tenho alguns sentimentos, pela primeira vez eu tenho a oportunidade de dizer. Não sei se estou apaixonado_ Meu coração salta dentro do peito com essa última frase_ Mas eu sinto alguma coisa, a gente quase não teve momentos pra conversar e eu acho que agora isso pode acontecer. A gente podia se conhecer…mas você não é obrigado, eu entenderia se não quisesse…