Treta? Treta! De novo pq sim

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Todoroki

Shoto colocou o celular no silencioso e se posicionou de forma que, se percebesse alguém vindo naquela direção pudesse apenas começar a andar, fingindo sair do vestiário. As vozes alteradas do lado de dentro mantinham uma altura moderada, mas de onde estava podia ouvir perfeitamente.

— ... É melhor você não me irritar seu merda — era claramente Bakugou falando. — Ou eu vou explodir esse lixo que você chama de rosto.

— Não seja tão tosco Bakugou — a voz de Monoma era muito mais calma e controlada que a do outro, como se não estivesse sendo ameaçado por um dos alunos mais aterrorizantes do colégio. — E eu não estou afim de ter essa conversa de novo. Você sabe que se encostar um dedo em mim a escola inteira vai descobrir as porcarias que fez no fundamental e o seu querido Izuku vai estar ferrado de uma forma ou de outra.

— Você tá brincando com fogo metidinho de merda. Não percebe que tá colocando a própria forca? Se fizer mesmo o que está planejando não vai haver mais com o que me ameaçar e eu vou quebrar sua cara de qualquer jeito no fim.

— Mas você não vai agir enquanto ainda houver alguma chance de impedir esse desfecho desagradável, não é? Eu já te disse exatamente o que precisa fazer pra salvar o idiota esverdeado. Na verdade me agradaria muito que você conseguisse, assim eu não teria que socializar com aquele bando de desmioladas pra destruir Midoriya. É uma tarefa simples, até mesmo você deve ser capaz disso. — Ele fez uma pausa dramática antes de concluir. — Se está realmente tão preocupado com o bem estar do seu amiguinho de infância só precisa dar um jeito de tirá-lo da U.A.... pra sempre.

O silêncio se estendeu por alguns segundos, a ponto de Shoto começar a se preocupar que eles estivessem saindo do vestiário, mas logo ouviu a voz de Bakugou novamente.

— O que você ganha com isso Monoma? Por que está tão determinado a persegui-lo?

— E eu preciso de algum motivo para expurgar insetos do minha preciosa instituição de ensino? Sempre me tirou do sério ver aquele verme agindo como se pertencesse a esse lugar e merecesse tudo que tem, faz um tempo que estou de olho nele. E como sempre, eu estava certo, agora o projeto de brócolis pensa estar no mesmo patamar da elite... faço questão de corrigir esse equívoco.

Todoroki estava puto. apesar de não compreender os reais motivos de Monoma, queria esmagar cada osso dele por falar assim do seu anjinho, mas manteve em mente a estratégia de Izuku e se segurou. Com os punhos cerrados ao lado do corpo ouviu a risada anasalada de Bakugou que começou a falar.

— Então isso tudo é por causa do meio a meio. Sabe Monoma, no fim você não é tão diferente daquelas garotas desmioladas.

— Você não faz ideia do que está falando Bakugou, mas não me importa o que você acha. Já deixei mais que clara qual é a sua função, agora tenho coisas mais importantes com as quais lidar.

Percebendo que Monoma se dirigia à saída Shoto apressou-se em esconder-se atrás de alguns equipamentos. Assim que o barulho dos passos se afastou, saiu de seu esconderijo decidido a conversar com o Bakugou.

Por mais difícil que fosse admitir, estava claro que o imprestável tentava ajudar dessa vez, embora isso não mudasse o quanto ele merecia ser jogado em um caldeirão de lava fervente. O jogador estava disposto a segurar o seu ódio por mais um tempinho se pudesse descobrir algo que auxiliasse Izuku.

Ao abrir a porta viu o loiro apoiado na pia com os dois braços enquanto olhava a torneira aberta como se pudesse explodi-la com o pensamento.

— Não sabia que você curtia limpar sola de sapato. — Bakugou fechou a torneira e o olhou com a testa franzida, sem entender. — Capacho... — Shoto levantou uma sobrancelha em ironia. — Não está familiarizado com o termo?

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