Monoma pior do que eu pensava

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Uraraka

Ochaco estava lamentando a bateria do celular ter acabado enquanto se forçava a interagir com as garotas que lhe faziam companhia. Ela queria ter continuado filmando a partida até o fim, nem que fosse apenas para evitar aquelas conversas desagradáveis, que só giravam em torno de como Todoroki era maravilhoso e que qualquer uma delas ficaria melhor ao lado dele que o "nerd com cabeça de brocólis".

Essas conversas eram especialmente difíceis porque ela realmente não achava Shoto tudo isso, ainda mais perto de Izuku, que era obviamente a pessoa mais doce, gentil, adorável e encantadora em todo aquele ginásio.

Não que ela pensasse mal do jogador, na verdade até gostava dele, mas, em sua concepção, era ele quem tinha sorte de ter Izuku ao seu lado, não o contrário.

Do outro lado da quadra, ela conseguia ver Monoma sentado no banco dos reservas e o olhar de ódio que ele direcionava para Izuku e Shoto. Aquilo definitivamente não era bom. O que eles menos precisavam no momento era daquele demônio surtado e descontrolado. Ela tinha que fazer alguma coisa.

Com a intensão de acalmar a fera ela se despediu das outras garotas para seguir em direção ao seu karma pessoal. Hoje seria outro dia daqueles...

Antes da tela que mostrava o tempo do jogo chegar a zero, o loiro já tinha se levantado e saído da quadra. Sem perder um segundo sequer Uraraka o seguiu, notando que ele ia em direção aos dormitórios. Quase precisou correr para acompanha-lo.

— Parece que as coisas não estão indo conforme o planejado, não é? — Ela perguntou, como se estivesse insatisfeita. Não queria colocar lenha na fogueira, mas não havia outro modo de abordar o assunto.

— Aqui não é lugar pra esse tipo de conversa Uraraka. Não pensei que você fosse burra o suficiente pra eu precisar explicar isso pra você.

— Você disse que já estava cuidando para que os dois se afastassem, mas o que quer que você esteja planejando está demorando mais que o esperado. Precisamos discutir os próximos passos. — Preciso que você me conte o que pretende fazer agora.

Ele diminuiu o ritmo e olhou pra trás para encara-la.

— Eu já não mandei você parar de falar sobre isso aqui fora!? — Retomando a velocidade anterior ele continuou. — Se não consegue manter essa boca fechada, espere pelo menos até chegarmos no meu quarto.

Ela sentiu um frio na espinha o perceber qual era o destino deles. Pela personalidade Monoma, imaginava que seria um lugar horripilante, cheio de animais empalhados, instrumentos de tortura e talvez até algumas pessoas em cativeiro. Mas não foi o que encontrou. Apesar de ainda sentir uma energia super pesada ali dentro, na verdade era um lugar relativamente normal, só que decorado com móveis caros e vários objetos que não poderiam ter outra função ali além de mostrar status.

Depois que os dois estavam dentro do quarto, Monoma fechou a porta e começou a andar de um lado para o outro.

— Eu vou matar aquele filho da puta desgraçado! — Ele passou tanto tempo sem dizer nada que Uraraka até se assustou com a frase repentina.

— Vai matar quem Monoma? — Seu coração já estava apertado pensando que ele falava de Izuku.

— O Bakugou! Ele ficou de fazer uma coisa pra mim, mas aparentemente era só enrolação. Isso não vai ficar assim!

Ele não tinha contado pra ela o que pediu para Bakugou fazer, ou o que aconteceria se ele não fizesse, por isso ela teve que fingir curiosidade.

— Eu não sabia que você se misturava com aquele tipo... — O desprezo era a linguagem de Monoma e se quisesse ganhar a confiança dele, ela sabia que não havia forma melhor do que fingir ser igual. — O que ele poderia fazer por você?

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