Desolação

200 40 0
                                    

Todoroki

Shoto andava agarrado a Izuku como se fosse um bebê coala. Observou por cima do ombro do garoto mais baixo enquanto ele pegava a toalha e uma muda de roupas, depois o acompanhou até o banheiro sem desfazer o aperto que mantinha em volta da cintura perfeita de seu anjinho perfeito. Quando Izuku finalmente parou de andar, aproveitou para deixar um beijo na nuca perfeitamente charmosa dele, decorada por sardas perfeitas e por cachos verdes igualmente perfeitos.

— Certo. Me solte agora, Sho.

— Eu não quero.

Izuku deu dois tapinhas leves em um de seus antebraços ao falar:

— Eu preciso que me deixe tomar banho para que eu possa te acompanhar até o metrô — ele fez uma pausa, presumivelmente esperando alguma atitude ou resposta de Shoto, mas quando o bicolor se limitou a apoiar a testa em seu ombro e segurá-lo mais forte, continuou: — ou você não quer que eu te acompanhe?

— Eu quero!

— Então... — outra pausa. Dessa vez Shoto se deu por vencido e vagarosamente desfez o abraço.

— OK, OK, OK. Eu te solto — andou até que pudesse estar de frente para Izuku e começou a dar selinhos nele. Shoto sabia que estava agindo de forma patética, mas realmente não queria se despedir. Ao que tudo indicava, aquela seria outra semana de merda longe do seu anjinho, fato este que dificultava bastante para que conseguisse demonstrar alguma maturidade. Antes que Izuku o mandasse sair novamente, finalmente o soltou. — Eu te espero lá embaixo.

— Certo.

Deu mais um beijo no anjinho e se afastou somente quando Izuku não aguentou mais e começou a rir de toda aquela manhã.

— Vai ser difícil para nós dois, mas sei que você é forte, Sho. Vai conseguir sobreviver longe de mim pelos dez minutos que eu levo para tomar banho.

Sem acompanhar o sorriso brincalhão de Izuku, respondeu de forma fatídica enquanto se retirava:

— Darei tudo de mim para estar à altura de sua fé, mas não prometo nada. — Ainda conseguiu ver um revirar de lindos olhos verdes antes de a porta bater às suas costas.

Oficialmente posto para fora por Izuku, os pensamentos de Shoto se voltaram a outro assunto que continuava rondando sua mente e provocando sua curiosidade.

Shoto nunca tinha sido do tipo de pessoa que ficava remoendo as coisas, indeciso sobre o que fazer. Por isso tinha tentado simplesmente jogar fora aquela pequena inquietação e não dar mais atenção a isso, mas essa linha de conduta não estava dando certo como normalmente aconteceria, e vira e mexe se pegava pensando naquilo. De modo que a única opção que lhe restava era ir direto ao ponto e falar com Inko de uma vez, mesmo sabendo que não gostaria nada da conversa.

Desceu para a sala com esperança de que a esverdeada estivesse lá, mas mudou de direção quando ouviu os barulhos vindos da cozinha.

Ela parecia estar preparando algum tipo de sobremesa e se virou para Shoto assim que ele adentrou no ambiente que rescendia um aroma açucarado.

— Oi querido, cadê o Izuku?

— Está tomando banho para ir comigo até a estação.

— Você não vai ficar para o jantar? — Ela parecia realmente decepcionada com a ausência dele na refeição e isso quase fez Shoto mudar de idéia, mas sabia que não deveria abusar da hospitalidade dela e, desconsiderando o tempo que passava na escola, parecia mais que já estava morando ali.

— Não, é melhor eu ir para casa.

— Entendo, seu pai deve sentir falta de você passando tanto tempo longe.

FixaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora